Luiza Mello
Em uma entrevista à revista VEJA, divulgada na sexta, 1º de dezembro, o ministro das Cidades, Jader Filho, fala sobre a projeção de entregar 2 milhões de moradias do programa Minha Casa Minha Vida até 2026 e sobre as obras previstas para o novo PAC, outro programa fundamental para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na pasta comandada pelo empresário paraense. A entrevista foi concedida à jornalista Laísa Dall’agnoll na tradicional seção “Páginas Amarelas” da revista semanal.
Além de sua atuação à frente do Ministério das Cidades, o ministro falou sobre a agenda política nacional e sobre o cumprimento da meta fiscal defendida pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda). “Tudo aquilo que está planejado nós vamos executar”, afirma à VEJA, na qual falou também sobre o futuro da ampla coalizão de que hoje sustenta a gestão Lula.
A entrevista destaca que o ministro paraense é responsável por alguns dos projetos mais importantes neste terceiro mandato do presidente Lula. Ele também fala sobre o futuro da ampla coalizão de que hoje sustenta a gestão Lula, entre eles o Minha Casa, Minha Vida, cuja meta é entregar dois milhões de unidades habitacionais até 2026.
“O objetivo é gerar muitos empregos e realizar o sonho da casa própria para muitas famílias que ficaram quatro anos sem ser atendidas. O Minha Casa, Minha Vida não pode ser programa de um governo, tem que ser uma iniciativa de Estado. Em 2019, quando foi feita a última pesquisa pela Fundação João Pinheiro, o Brasil já tinha um déficit de 6 milhões de moradias. Essa é a magnitude do problema. Se o país quer de fato enfrentar a questão, não pode descontinuar o maior programa habitacional da história”, reforça o ministro.
Jader informa que os números de 2023 são promissores: “A meta estava em 375.000, já ultrapassamos e acreditamos que iremos fechar o ano com 450.000 contratações com financiamento do FGTS”.
Sobre o aumento de contratações na construção civil, o ministro explica que foram feitas alterações importantes para que o mercado alcançasse esse resultado. “O crescimento da contratação se dá em agosto, e não é por acaso. A partir de diálogos com diversos segmentos da sociedade, nós percebemos uma coisa: o grande problema das famílias das rendas mais baixas, na hora de fazer o financiamento, é que não tinham o valor da entrada. Então nós fizemos primeiro um aumento do subsídio nessa fase, de 47 500 reais para 55 000 reais. Também praticamos a menor taxa de juros da história do programa. E ainda ampliamos o valor do teto para contratação, de 270 000 reais para 350 000 reais. Por último, aumentamos o valor do fundo para novos financiamentos, de 69 bilhões de reais para 87 bilhões de reais. Foi uma forma também de incentivar o mercado, que respondeu muito bem”, explicou.
Jader Filho também falou sobre as obras do novo PAC e defendeu que estados, municípios e o governo federal precisam andar juntos nessa direção. “O PAC ficou quatro anos paralisado, não houve novas obras estruturantes. É fundamental ao país, não só para criar infraestrutura, mas também para gerar emprego e renda”, citou.
Sobre o PAC Seleções, Jader Filho ressalta que 96% dos municípios brasileiros além dos governos estaduais apresentaram propostas. “Isso mostra a importância do PAC, o quanto ele era esperado. No primeiro momento, vamos fazer o processo de seleção, dar mais foco aos projetos mais maduros, para que possam logo sair do papel, para que mais equipamentos públicos sejam entregues no mais curto espaço de tempo”.
Ele explica na entrevista que os critérios para contratações são técnicos. “Precisamos pegar o slogan “união e reconstrução” e de fato fazer o processo sair do papel. E não estou falando exatamente do PAC, podia ser outro nome de uma outra política pública. O certo é: qual foi a obra estruturante que foi feita nos últimos quatro anos? O Brasil sente isso. Perdemos competitividade com isso”, opina.
Jader Filho lembrou que, ao assumir o Ministério das Cidades, que havia sido extinto no governo de Jair Bolsonaro, havia 180 000 unidades habitacionais contratadas e não entregues. “As pessoas que moram na rua têm pressa, quem mora de aluguel tem pressa, quem mora em área de risco tem pressa. É isso que o presidente tem dito, que é preciso dar velocidade, tanto a obras que já estão contratadas quanto às novas. Precisamos ficar em cima das empresas, a Caixa tem de contribuir, para que as moradias sejam entregues o mais rápido possível”, defendeu.