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'Mudança com responsabilidade', diz Gerson Nogueira sobre Papellin no Baenão

Foto:  Samara Miranda/ASCOM Remo
Foto: Samara Miranda/ASCOM Remo

Mudança com responsabilidade

Da apresentação do novo executivo de futebol do Remo, Sérgio Papellin, ficou a certeza de que a diretoria recém-empossada tem absoluta noção da responsabilidade perante o torcedor. A busca pelo acesso é prioridade máxima, mas o clube não está disposto a fazer loucuras, meter os pés pelas mãos, para alcançar esse objetivo.

A contratação de Papellin expõe essa mentalidade. Ao invés de tentar contratar um profissional sem conhecimento maior sobre o Remo e suas particularidades, a diretoria foi atrás de um nome consagrado na área e que sabe onde está pisando.

O estilo despojado e sem rodeios de Papellin já se faz notar desde as primeiras entrevistas. Tem consciência do grau de dificuldade que enfrentará no processo de recuperação do futebol azulino.

Comentou que, quando chegou no Fortaleza, em 2017, o cenário era muito mais complicado que o do Remo atual: “Lá estava pior do que aqui. Oito anos de Série C, três meses de salários atrasados, de jogadores e funcionários. Dificuldades e uma pressão muito grande da torcida. Era muito difícil assumir o Fortaleza naquele momento”.

Quis, dessa forma, deixar claro que a evolução administrativa do Remo nos últimos cinco anos é um fator de estabilização, que facilita o trabalho a ser desenvolvido. O clube tem hoje credibilidade no mercado e passou a ser alvo do interesse de atletas de outras divisões.

Papellin confirma que havia sido nomeado pelo presidente do Fortaleza para assumir um cargo importante na SAF do clube, a partir de 2024. Ocorre que falou mais alto o desafio pessoal de retornar ao clube onde praticamente começou a carreira.

Alega que precisava se “remotivar” e esse estado de espírito coincidiu com o convite do presidente Antônio Carlos Teixeira para assumir o futebol do Leão. É inegável que num processo que revela ampla satisfação de todas as partes envolvidas a possibilidade de êxito é muito maior.

Papellin terá três anos para ajudar o Remo a deixar a Série A e se recolocar na Série B, livre da turbulência e dos muitos erros que sacrificaram o acesso de 2021. Desta vez, há planejamento e responsabilidade, aspectos que fazem muita diferença.

 

Não é só futebol, tem muita maracutaia também

Um peixe grande entrou na mira do Ministério Público de Goiás na 3ª fase da Operação Penalidade Máxima. Ações policiais são empreendidas para apurar possíveis fraudes em resultados de partidas de futebol. Um dos jogos sob investigação é Flamengo x Avaí válido pela 38ª rodada do Brasileiro 2022, no qual o time rubro-negro perdeu por 2 a 1, no Maracanã.

Não há informação sobre o fato que está sob observação dos responsáveis pela operação. Outras duas partidas da Série B 2022 e mais quatro de campeonatos estaduais estão na mira do Ministério Público.

Náutico 1 x 3 Sampaio Corrêa e Criciúma 2 x 1 Náutico, pela Série B. Dos certames estaduais, os jogos suspeitos são Goiânia 2 x 1 Aparecidense e Goiás 2 x 0 Goiânia, pelo Campeonato Goiano de 2023; Nacional 2 x 1 Auto Esporte e Sousa 4 x 0, pelo Campeonato Paraibano deste ano.

Para chegar ao jogo Flamengo x Avaí, o MP goiano resgatou uma conversa por aplicativo entre apostadores, na terceira fase da operação Penalidade Máxima. O homem foi identificado como Romário Hugo dos Santos.

Nas mensagens contidas no celular apreendido, ele revela que o esquema consistia de aliciar “2 zagueiros e 1 goleiro” para o Avaí “tomar cinco gols”. O placar final de 2 a 1 aparentemente descarta o êxito do esquema, mas o gol contra marcado pelo zagueiro Wellington, de cabeça, aos 42 minutos do 1º tempo, despertou suspeita.

A operação desfechada pelo MP pode chegar a outras falcatruas, incluindo jogos desta temporada das séries A e B, alguns suspeitíssimos. Desde que as apostas passaram a fazer parte do cardápio futebolístico todo e qualquer jogo deve ser cuidadosamente observado.

 

STJD queima os últimos vestígios de credibilidade

Os torcedores (baderneiros) do Cruzeiro invadiram o campo, saíram no tapa e interromperam a partida contra o Coritiba. O clube teve apenas um jogo de portões fechados, diante do Vasco, semana passada. Começa aí um comparativo que não deixa dúvida quanto às preferências do STJD.

O Vasco, por muito menos do que ocorreu em Curitiba, teve o estádio de São Januário interditado e jogou quatro rodadas sem público. O procurador do tribunal ainda recorreu da decisão. Queria pena mais rigorosa ainda.

Além do afrouxamento em relação ao Cruzeiro, há o caso do Santos, que foi punido com dois jogos de portões fechados, mas cujo processo aguarda julgamento desde setembro.

O Cruzeiro pode ser apenado com mais jogos, mas o julgamento foi adiado e não tem data para acontecer. Por essa razão, o Cruzeiro conseguiu liberação e vai contar com a sua torcida contra o Athletico-PR, amanhã.

É natural que os vascaínos, em luta direta com o Cruzeiro contra o rebaixamento, protestem contra a diferença de tratamento. O clube foi prejudicado por ficar sem torcida em quatro partidas.

Não é a primeira e certamente não será a última que o STJD fica na berlinda em meio a exigência de paridade em suas decisões. A triste realidade é que a corte suprema do desporto no país tem sido pródiga em fazer com que a justiça que rege o futebol seja vista como piada.

 

A diferença brutal entre a Seleção e os clubes

Acompanhei dois jogos de Raphinha pelo Barcelona nos últimos dias. No fim de semana, entrou no segundo tempo contra o Rayo Vallecano e contribuiu para evitar a derrota do time de Xavi. Jogou com desembaraço, driblou sem medo e botou até uma bola na trave.

Ontem, pela Champions League, foi novamente figura de destaque diante do Porto. Saiu aplaudido pela torcida. Bem diferente do jogador tímido e pouco contundente dos jogos da Seleção Brasileira. Alguma coisa está funcionando às avessas com o escrete canarinho.