Décimo terceiro deve injetar R$ 5,8 bi no Pará; comércio se anima

Diego Monteiro

O décimo terceiro salário tem o potencial de injetar na economia brasileira mais de R$ 290 bilhões até o fim deste ano. Esse dado é resultado de uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que apontou ainda que, no Pará, a gratificação pode gerar aproximadamente R$ 5,8 bilhões, representando um aumento de 18% em relação a 2022.

Só no Pará, mais de duas milhões de pessoas devem receber esse dinheiro, entre assalariados dos setores público e privado (61,2%), aposentados e pensionistas (37,2%) e trabalhadores domésticos (1,6%). A região Norte receberá 5% do montante previsto para o pagamento a nível nacional.

Para calcular esses valores, o Dieese utilizou informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), ambos do Ministério do Trabalho e Previdência, além da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Renato Cortez, executivo do Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindilojas), destaca que a expectativa é de um crescimento de 15% este ano no setor, se comparado aos R$ 5 bilhões movimentados no comércio no ano passado. “Já podemos ver o comércio lotado de clientes e com base nesse fluxo a nossa projeção são as melhores possíveis, então estamos otimistas”, diz.

“Acabamos de sair de uma Black Friday, que inclusive apresentou vendas satisfatórias para todos os lojistas. Agora estamos ajustando os últimos detalhes, treinando as equipes para fazer a diferença esse ano e esperar, não só vendas para o Natal, mas sim para o mês todo de dezembro. Inclusive, estamos com todos os nossos estoques abastecidos para esse momento”, completou.

Ainda segundo o Sindilojas, as vendas neste período estão concentradas nas seguintes categorias de produtos: smartphones lideram a lista; seguidos por eletrônicos, como refrigeradores, televisores, sistemas de som, entre outros; móveis e roupas e acessórios.

Nas ruas e lojas do comércio de Belém, já se observa uma maior movimentação de pessoas em busca das melhores formas de gastar o décimo terceiro. As promoções e facilidades de pagamento criadas pelas lojas; seja com um maior número de parcelas ou descontos para pagamento à vista; são fatores que impulsionam as compras.

Entre uma loja e outra, Edila Silva, 56, está fazendo uma pesquisa para decidir nos próximos dias como utilizar seu dinheiro. De acordo com a doméstica, a estratégia é não gastar toda a gratificação com compras. Ela detalha como vai fazer essa divisão. “Do total recebido na primeira parcela, apenas 40% será destinado para presentes de Natal”, afirma.