FERNANDA PERRIN
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Uma brasileira de 21 anos foi encontrada morta nesta segunda-feira (20) na cidade de Danbury, no estado americano de Connecticut. Segundo a polícia local, a suspeita é que ela tenha sido assassinada pelo ex-companheiro, também brasileiro e que se suicidou na sequência.
O caso aconteceu em Danbury, cidade de 87 mil habitantes que fica a cerca de 110 km ao norte de Nova York. Melyssa Pereira da Costa, 21, e Dheraldy Caldeira, 29, eram naturais de Parauapebas (PA) e vivam há dois anos nos EUA. Segundo a família dela, o casal se separou há duas semanas.
De acordo com o detetive Mark Williams, os policiais foram acionados por volta das 7h30 (horário local) de segunda-feira (20) para intervirem em uma crise na avenida Griffing, que fica próximo a um cemitério.
Durante o trajeto, eles foram atualizados que o caso se tratava de um possível suicídio. Ao chegarem ao local, bombeiros e ambulâncias já estavam no apartamento do casal, onde ambos foram encontrados mortos. Uma criança, sem ferimentos, também estava na residência.
De acordo com Williams, a suspeita da polícia é que Dheraldy matou a mulher com uma faca grande de cozinha, e se matou em seguida. “Como os dois mantinham um relacionamento doméstico, este é um exemplo do pior tipo de violência doméstica”, afirma a polícia, em nota sobre o caso.
As autoridades não confirmaram o nome da vítima e nem da criança, alegando respeito a uma legislação que prevê confidencialidade nesses casos.
Há menos de um mês, um caso semelhante ocorreu na cidade. Segundo a imprensa local, um homem esfaqueou a companheira na rua. Um policial avistou o criminoso sobre o corpo da mulher e, quando se aproximou para ver o que acontecia, o homem se matou.
Segundo a família de Melyssa, o casal se mudou para Danbury em busca de trabalho e porque o pai de Dheraldy já morava na cidade. Melyssa estudava e trabalhava como atendente.
A mãe dela, a autônoma Franciane Pereira Ribeiro, 43, disse à reportagem que o casal estava separado havia duas semanas, mas só soube do fato através do genro.
A mãe conta ainda que amigas da filha relataram que ela apresentava um comportamento estranho há pelo menos três meses.
“A minha filha já não era aquela pessoa sorridente, alegre, que fala com as pessoas com sorriso no rosto. Ela chegou a dizer que ele tentou agredi-la e que isso não era vida para ela”, disse Franciane.
A família soube do caso por meio de uma prima de Dheraldy, que ligou para a mãe na manhã de segunda. “Quando eu atendi ao telefone me deu um aperto no peito. Eu sabia que algo de ruim tinha acontecido. Desde que ela foi embora daqui eu sabia que nunca mais ia ver minha filha”.
Agora a família faz uma vaquinha para arrecadar recursos para o traslado do corpo e também para trazer o filho de Melyssa para o Pará. A criança, que foi encontrada na cena do crime, está sob a tutela do estado americano até que o caso seja solucionado.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que, o Consulado-Geral do Brasil em Hartford, tem conhecimento do caso, está em contato com as autoridades locais e permanece à disposição para prestar a assistência consular cabível à família.
O órgão explica que, em casos de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, os consulados brasileiros poderão prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais.
No caso do traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos.
A Prefeitura de Parauapebas lamentou a morte da jovem e informou que está buscando alternativas para apoiar o traslado do corpo de Melyssa para o município.
A reportagem não conseguiu localizar familiares de Mendes para questionar sobre as críticas da mãe da vítima.