Técnico interino, Seleção definitiva
O único a se salvar do desastre da Seleção Brasileira contra a Colômbia foi o atacante Rodrygo, do Real Madrid. Jogou com a dedicação e seriedade habituais, não se negou a executar uma função mais recuada – misto de ponta de lança e meia-armador – e deixou um buraco no setor de criação ao sair do jogo na metade da etapa final, substituído por Paulinho.
Não precisa ser Mãe Dinah para prever que Rodrygo será o condutor do time no difícil compromisso de terça-feira contra a Argentina, no Maracanã. Sem um meia para articular as jogadas, Fernando Diniz não tem muitas alternativas para resolver o principal problema da equipe.
É até provável que haja no grupo um jogador capaz de fazer esse papel, mas Diniz já deixou claro que não confia em Raphael Veiga, especialista na posição. Tanto não leva fé que optou por Rodrygo e improvisou Martinelli depois da saída do jogador merengue.
Como Vinícius Jr. está fora, por força da lesão sofrida no primeiro tempo em Barranquilla, Diniz precisa de nomes que consigam exercer liderança técnica em campo diante dos campeões mundiais. Não há nenhum no nível de Rodrygo, espécie de andorinha solitária.
Na função de atacante pelo lado direito, como joga no Real, Rodrygo é um jogador em plena ascensão. Melhorou muito nas finalizações e sabe carregar a bola, além de distribuir bem o jogo. Uma pena que não possa ser utilizado na sua verdadeira faixa de campo.
O Brasil de Diniz vive uma encruzilhada desde que tropeçou na terceira rodada, contra a Venezuela. Piorou ainda mais com as derrotas para Uruguai e Colômbia. Atuações pífias, que semeiam dúvidas sobre a capacidade do técnico campeão da América.
É preciso entender que o treinador é interino, mas a Seleção Brasileira é permanente. Tem tradição e história, não pode ser submetida a vexames contra vizinhos de longa freguesia. O que se viu na quinta-feira foi um arremedo de time. Sem força de ataque, nenhuma criatividade no meio e completamente vulnerável na zaga.
Não há dúvida de que este é um dos piores e mais atrapalhados times que já vestiram o vitorioso uniforme do escrete. E a história vai registrar isso sem mencionar que o técnico era temporário.
O Brasil parecia assustado, pequeno diante da agressividade dos bons jogadores colombianos. Cada ataque deles era um pandemônio na última linha da Seleção. Diniz, ao lado do campo, parecia impotente diante do domínio adversário. Admitiu o óbvio depois do jogo: seu time rendeu pouco e se deixou envolver.
Frente à Argentina, a derrota para a Colômbia será mero detalhe. Tomar baile de Lionel Messi e seus companheiros no Maracanã é algo que não passa pela compreensão da torcida brasileira. Por tudo isso, Diniz terá que tirar todos os coelhos da cartola porque um fiasco dentro de casa pode lhe custar o emprego. A CBF não costuma segurar a onda de ninguém.
Bola na Torre
Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 22h, na RBATV, com participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, a, o planejamento dos clubes para a temporada 2024.
Surpresa no Papão: goleiro reserva pode ter nova chance
A grande surpresa da lista de jogadores que negociam permanência no PSC para a próxima temporada é o goleiro Gabriel Bernard, de 23 anos, que foi protagonista de uma noite tenebrosa na 10ª rodada da fase de classificação da Série C. Ele ganha nova oportunidade no clube.
Diante do Botafogo-PB, em João Pessoa, o jovem goleiro substituiu a Thiago Coelho, que estava lesionado. O PSC conseguiu abrir o placar e tinha tudo para conquistar os três pontos, mas Gabriel falhou em duas bolas fáceis, contribuindo para a derrota bicolor.
Nas avaliações sobre quem iria permanecer no grupo, o nome do goleiro não era citado, principalmente pelo episódio do jogo contra o Belo. A diretoria e a comissão técnica entenderam que, por ser um jogador promissor, Gabriel merece continuar no clube.
Ele chegou ao PSC em 2022 e disputou o Brasileiro de Aspirantes. Neste ano, ganhou chances na Série C quando Thiago Coelho estava contundido. Por coincidência, o antigo titular acabou dispensado após também falhar feio – na 11ª rodada, contra o Brusque, na Curuzu.
Na ocasião, Hélio dos Anjos estreava no comando técnico. Na partida seguinte, ele efetivou Matheus Nogueira, que não saiu mais do time até o final da competição.
nserção de jogadores negros é tema de seminário
A desportista e advogada Vanessa Egla, presidente interina do MFA Norte (Movimento Feminino de Arquibancada), está organizando um seminário voltado para o mês da consciência negra. A data prevista é 30 de novembro.
O tema do evento será: “Futebol, preto no branco: a inserção dos jogadores de origem negra no futebol brasileiro”. Entre os convidados, jornalistas, atletas e especialistas em legislação esportiva.
Uma excelente oportunidade de discutir um tema atual, importante e complexo dentro da configuração social do futebol paraense e brasileiro.