Agência Globo
O padre Egídio de Carvalho Neto, ex-diretor do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, foi preso nesta sexta-feira na capital paraibana. O pároco é suspeito de desviar cerca de R$ 140 milhões da instituição. De acordo com a investigação, parte do valor foi usado na compra de imóveis de luxo. Duas ex-diretoras da unidade de saúde também foram detidas.
As prisões ocorreram por determinação do desembargador Ricardo Vital, do Tribunal de Justiça da Paraíba. O magistrado justificou a decisão com o argumento da manutenção da ordem pública, a conveniência da instrução criminal e a garantia da aplicação da lei penal.
Conforme a investigação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba, as verbas desviadas seriam destinadas a programas sociais como distribuição de refeições a moradores de rua, amparo a famílias refugiadas da Venezuela, apoio a pacientes em pós-alta hospitalar, realização de cursos profissionalizantes, preparação de alunos para o Exame Nacional de Ensino Médio e cuidados a pacientes com Aids.
Os desvios, segundo o órgão acusador, teriam comprometido gravemente o atendimento prestado pelo Hospital Padre Zé às populações carentes e necessitadas.
Em nota, a Arquidiocese da Paraíba informou que colabora “integralmente com as investigações em curso, respeitando o segredo de justiça estabelecido pelas autoridades competentes”. E acrescentou que padre Egídio tem advogado próprio, sendo ele responsável pela defesa e interesses de seu cliente.
A Arquidiocese da Paraíba disse ainda que um processo Canônico foi instaurado em 27 de setembro deste ano “e está seguindo seus trâmites normais”.