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“O que está sendo construído agora é para subir de divisão”, diz Catalá na volta ao Remo

Tylon Maués

De volta oficialmente ao cargo que ocupou até agosto, Ricardo Catalá foi reapresentado, ontem à tarde, como treinador do Clube do Remo. Em suas palavras, a permanência, mesmo com propostas financeiramente mais vantajosas, passou pela certeza de que o projeto do clube vai ao encontro do que pensa na gestão de sua carreira, de que pode conseguir grandes resultados no Baenão diante de uma massa de torcedores com ressonância nacional. “Existem muitos elementos e parceiros no processo. O objetivo é que façamos um ano bacana, um ano positivo, que a gente atinja resultados. E que, sobretudo, no final do ano, nós estejamos entre os 20 clubes que disputarão a Série B de 2025”, disse Catalá.

O treinador paulista chegou ao Remo no dia 25 de maio, para substituir Marcelo Cabo, quando a equipe somava quatro derrotas nas quatro primeiras rodadas da Série C, início que inviabilizou uma recuperação em longo prazo em busca da classificação para a fase seguinte. Ontem, Catalá falou sobre seu retorno, sobre o trabalho que busca de montagem do elenco e o que o motivou a aceitar permanecer no Baenão.

Planejamento

“O clube não é do treinador e sempre me posicionei assim. A decisão final não deve ser minha, mas sim de um departamento de inteligência de mercado. Às vezes existem contratações institucionais, mas que dão certo. No futebol é muito difícil de falar antes. Não vejo a contratação do Thiaguinho (jogador contratado pela diretoria anterior e que nem entrou em campo) um problema, porque sou um cara imparcial. Vai jogar comigo quem durante a semana conquistar merecimento”.

Renovações

“Não conversei com nenhum atleta porque não é esse o meu papel. A direção está aí para isso. Meu papel é dentro de campo, com o atleta vestindo a camisa do Remo. Quando tenho uma conversa prévia com o atleta, ele pode entender que terá facilidade e isso jamais vai ocorrer comigo. Não falarei de nome algum porque isso será discutido internamente”, frisou.

Contratações 1

“A prioridade, pensando em calendário longo, é rodar. Por isso queremos dois titulares por posição, para estarmos seguros e protegidos quanto a desfalques. Quando temos dois bons jogadores por posição conseguimos adaptar a equipe. Quanto ao parecer do DM, a lesão é inerente ao esporte, mas as que nós pudermos controlar, nós faremos”.

Contratações 2

“O Remo está no mercado desde a decisão da eleição. Eu vinha trabalhando de casa após o processo eleitoral para definirmos os caminhos a serem seguidos, com todos juntos em busca dos melhores nomes. A questão do executivo está andando bem, mas alguns processos não podem ser atropelados. Por exemplo, alguém pode estar empregado ainda e isso tem que ser respeitado. Estamos buscando sermos mais assertivos possíveis para evitarmos erros”.

Busca pelo acesso

“Vamos competir em todas as competições, pois um clube com o tamanho do Remo tem que disputar tudo. Mas o principal objetivo do ano é o acesso. Tem que ser assim, caso contrário pode se repetir a mesma história desse ano, com três, quatro meses fantásticos e uma queda de desempenho. Claro que aqui todos pensam nas competições em que o Remo estiver em campo diante do seu torcedor, mas o acesso é nosso objetivo”.

Continuidade

“Minha carreira é pautada em estar no mínimo um ano e meio nos clubes. Assim como o torcedor, eu também fiquei com o gosto amargo de que poderíamos ter feito algo a mais. Algumas coisas estavam longe do meu controle, mas poderíamos ter escrito uma página mais bonita. Quando eu saí daqui recebi propostas boas, até da Série B. Mas o meu nível de comprometimento passa pela confiança no projeto. Quero construir uma carreira relevante e vencedora. Tive dois acessos e dois títulos nos dois últimos anos e em 2024 quero título e acesso. Tudo o que está sendo construído agora é para subir de divisão e não voltar nunca mais”.