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Danielly Daissak promove encontro entre Maranhão e Pará

A apresentação é fruto da pesquisa da artista marabaense Danielly Daissak, que faz a interpretação e a direção do espetáculo.
A apresentação é fruto da pesquisa da artista marabaense Danielly Daissak, que faz a interpretação e a direção do espetáculo.

O Teatro do Curro Velho, em Belém, recebe nesta quarta, 15, às 19h, o espetáculo musical “A Fulô João do Vale”. Em única apresentação, haverá participações especiais das cantoras Cacau Novais e Gláfira.

A apresentação é fruto da pesquisa da artista marabaense Danielly Daissak, que faz a interpretação e a direção do espetáculo. “Faremos a interpretação do músico, cantor e compositor maranhense João do Vale, em uma conexão entre o Pará e o Maranhão. Sou uma artista independente, então é um trabalho que desenvolvi nesse processo de produção cultural e de multiartista, buscando reforçar laços de identidade entre o Pará e o Maranhão a partir da musicalidade do mestre João do Vale”, explica Danielly, que é ainda a idealizadora do projeto e produtora cultural.

Ritmos de samba, forró e xote embalarão a noite. “A apresentação é acompanhada pelos mestres de carimbó Flávio Gama e Antônia Conceição, trazendo essa referência do ritmo paraense. No violão, quem me acompanhará é um artista maranhense, vindo de Imperatriz, o Denilson Moreira, e na percussão, a Dudu, que também é do carimbó”, cita a artista.

Aprovada pelo Prêmio FCP de Incentivo à Arte e a Cultura 2023, a apresentação recebe convidados atuantes em Belém, como Cacau Novais, Carmen Virgulino, Zara, Gláfira, Cissa de Luna e o grupo Vivência Percussiva, orientado pelos mestres Flávio Gama e Antônia Conceição.

“São artistas independentes, na sua maior parte com trabalho em parceria neste projeto. Me sinto muito agradecida por essa oportunidade de ser premiada no edital Arte e Cultura da Fundação Cultural do Pará, um fomento que foi determinante para que eu pudesse desenvolver este trabalho, que é profissional no sentido de tudo que eu já caminhei, mas que também não deixa de ser experimental por ser o primeiro, o lançamento. Depois isso vai ser aperfeiçoado”, ressalta.

“Além da Fundação Cultural, tem o apoio do Curro Velho, que só me faz acreditar que no Pará e no Maranhão, os artistas estão tendo voz. Sou muito honrada de ser uma artista de Marabá que pode viver esse momento. Acredito que tanto nós, que estamos no projeto, quanto quem vai assistir vai perceber essa força do trabalho artístico”, complementa.

Danielly Daissak esteve recentemente no Maranhão e estreitou sua relação com as raízes nordestinas. A partir desse contato, decidiu que deveria homenagear João do Vale. “Nessa conexão eu me aproximei do João do Vale e houve uma identificação por eu ser uma artista autodidata. Eu vi nele esse mesmo modelo, tendo se lançado no mundo com força, coragem e poesia”.

A cantora destaca a relação da poesia do maranhense com elementos da natureza. “A poesia dele conecta muito a trabalhos que também são relacionados à nossa cultura, que é a proximidade da poesia com a natureza, tem uma leitura das paisagens, por exemplo, sabe-se quando chove e quando não chove. É uma poesia que também é muito reforçada no carimbó, com a beleza e a musicalidade que vêm da natureza também”.

OFICINA

Em uma contrapartida ao Prêmio FCP, a cantora realizou a oficina “Leitura de Mundo e Prática Poética: Brincadeiras da Infância”, com crianças de 7 a 12 anos. Durante a atividade, foram reforçadas as brincadeiras relacionadas às práticas culturais, como cirandas e as cantigas populares, como “Caranguejo não é peixe”, “Pirulito que bate-bate”. Além disso, Danielly orientou uma iniciação musical com instrumentos, solfejos, preparações vocais e técnicas lúdicas, aprendidas no curso de Pedagogia com o qual ela vincula teoria, ludicidade e musicalidade.