Eleições no Remo: Gardeline promete Leão moderno se vencer

Jader Gardeline se intitula o “pai do Profut” e prevê novas modernizações no clube caso vença as eleições. O candidato quer a continuidade de Ricardo Catalá como técnico do clube em 2024 Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.
Jader Gardeline se intitula o “pai do Profut” e prevê novas modernizações no clube caso vença as eleições. O candidato quer a continuidade de Ricardo Catalá como técnico do clube em 2024 Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.

Tylon Maués

Empresário do ramo da tecnologia, de 43 anos, Jader Gardeline já trabalhou no Remo em 2016, quando ocupou o cargo de diretor comercial do clube, além de ter sido um dos responsáveis pela adesão do Leão Azul ao programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (PROFUT).

Seus vices também têm trabalho nos bastidores do clube. Miguel Ângelo atuou no Programa Sócio-Torcedor Nação Azul, e Fernando Guga trabalha com comunicação e faz parte do projeto do Programa de TV Nação Azul. Gardeline é um dos que apostam na permanência de Ricardo Catalá, chegando a procurar contato, sem sucesso, com o treinador, que preferiu não se envolver na campanha.

P A campanha desse ano teve igualdade entre as chapas?

R Nossa chapa vem trabalhando com os sócios através de listas antigas, porque a Comissão Eleitoral errou ao não passar essa lista para os sócios, sendo que a situação tem esses contatos. Não houve paridade de armas. Todos os recursos que foram feitos pelas chapas da oposição foram indeferidos pela Comissão Eleitoral, beneficiando a chapa da situação.

P Como você prevê o trabalho no futebol profissional?

R Fico muito feliz por nossa chapa ter pautado a campanha. Saímos na frente desde a inscrição até a apresentação do projeto. Todo mundo veio atrás repetindo o que fizemos. Nosso projeto para o futebol é verdadeiro porque foi estudado e elaborado por pessoas que entendem, profissionais da área. É muito difícil acreditar que a continuidade vai mudar alguma coisa. As mesmas pessoas, as mesmas ideias e características não conseguirão resultados diferentes, melhores. A nossa proposta é acabar com o diretor estatutário. Teremos que ter diretores profissionais, remunerados. Se não tiver pessoas qualificadas, os resultados do futebol serão os mesmos. Nossa primeira ação em caso de sermos eleitos é o de montar o Departamento de Inteligência do Futebol, dotado de equipamentos e tecnologia para que funcione bem e que possa mostrar os números de quem for contratado.

P E sobre executivo e setores de análise e de mercado, o que deve mudar?

R Viajei e fui ao Fortaleza-CE e ao Palmeiras-SP para ver o funcionamento da rotina de funcionamento de uma análise de mercado e de uma análise de desempenho. Já temos nomes para trazer pessoas de fora e vai ser formado um grupo de trabalho de, no mínimo, cinco profissionais. Três pessoas experimentadas do cenário nacional e duas daqui do Pará para dar experiência para a turma daqui para no futuro não precisar trazer mais pessoas de fora.

P Já tem pessoas fechadas?

R Temos nomes sim, mas nossa política é de não adiantar nomes. São dois analistas de desempenho e um de mercado.

P E sobre a comissão técnica, já há nomes para ser o treinador do Remo?

R Sempre me posicionei pela permanência do Ricardo Catalá. Ele nos deu todos os pontos na Série C e merece a confiança em poder montar o elenco desde o início da temporada.

P O Remo sairá atrás dos concorrentes da Série C na montagem do elenco. Como minimizar esse prejuízo?

R Se for fazer uma análise histórica, as eleições no Remo eram em dezembro, o novo estatuto de 2020 trouxe a eleição para novembro para tentar minimizar esse problema. Não vejo isso como um fim dos tempos, e sim temos que iniciar forte o trabalho para o ano que vem.

P O ano de 2024 será de maior pressão no futebol depois de um rebaixamento e duas frustrações na Série C nos três últimos anos, além do acesso do maior rival?

R Nossa candidatura existe exatamente pela falta de responsabilidade da atual gestão com o futebol profissional. Só sou candidato porque preciso mudar esse cenário, profissionalizar o futebol. Depois do rebaixamento de 2021, mesmo com todos os alertas da torcida e de nós sócios, a atual gestão não mudou as pessoas e não vai mudar as pessoas se for reeleita. O pessoal da atual gestão precisa descansar, sair de cena e dar tranquilidade para que o Clube do Remo possa reconstruir seu caminho. Essa reconstrução só poderá ser feita com pessoas novas.

P Essa gestão chegou ao seu limite?

R Fiquei dez meses no clube em 2016, quando implantei o ProFut (Programa da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro). Foi o início da modernização administrativa do Remo. Eu sou o pai do ProFut. Essa gestão só teve algum sucesso administrativo porque plantei nessa semente anos atrás. A pessoa tem que ter autocrítica e saber que já contribuiu com o que pôde. O resultado esportivo que está aí, mostra que essa gente não tem condições de gerir o Clube do Remo.

P Quais suas considerações finais para tentar convencer o associado a escolher pelo seu nome para a presidência?

R A realidade do clube está posta. Foi um fracasso no futebol, com a sede social abandonada. Não temos compromisso com os erros e vamos renovar os quadros. O futebol foi tratado com desdém nos últimos cinco anos, com pessoas não qualificadas ocupando espaço no esporte profissional. Precisamos montar o setor de inteligência, apontar o CT para o futuro para todas as categorias. O que vejo de cenário nesse momento é que mais de 50% de associados escolherão o voto na hora e peço esse voto de confiança.