Bola

Gerson Nogueira: 'Paysandu define o perfil dos futuros reforços'

Foto: Jorge Luis Totti/Paysandu
Foto: Jorge Luis Totti/Paysandu

Papão define o perfil dos futuros reforços

No processo de desligamento de atletas que jogaram a Série C e de busca por reforços para 2024, o PSC tem dedicado tempo e concentração em torno de um objetivo: contratar os jogadores adequados às necessidades do time e às exigências de um campeonato duro como a Série B.

O executivo Ari Barros descreveu o perfil básico dos jogadores que o clube está buscando no mercado. São jogadores oriundos da Série B atual e também da Série A. Observou que esses reforços devem estar identificados com o “projeto” do Papão para a próxima temporada.

Talvez seja o ponto mais delicado do negócio, pois jogadores de futebol costumam pensar primeiro na parte salarial do que nas metas que o clube tem. Ari Barros diz que não fecha negócio com os atletas que só falam em cifras e ignoram a importância do clube, da torcida e da camisa pesada.

Sem dúvida, é um belo discurso, mas a realidade normalmente aponta em outra direção. Será necessário, em algum momento, flexibilizar essas exigências, sob pena de não fechar o pacote de reforços.

 

Pan inesquecível, mas ignorado

Foto: Time Brasil/divulgação

Segundo lugar no quadro geral de medalhas, o Brasil brilhou nos Jogos Pan Americanos do Chile. Apesar disso, poucas pessoas souberam desse fato. Não que os jogos fossem pouco relevantes, muito pelo contrário, mas porque os direitos de transmissão fugiram à métrica normal e a competição acabou vitimada pelo silêncio vergonhoso da grande mídia.

O desempenho foi histórico. Os atletas brasileiros bateram recorde de medalhas com 205 pódios. Foram 66 ouros, 73 pratas e 66 bronzes. Um dado expressivo: 184 medalhas foram ganhas ou tiveram a participação de pelo menos um bolsista do programa Bolsa Atleta do governo federal. Ou seja, 89,75% das medalhas do Brasil têm a digital do programa.

O objetivo de superar os números do Pan de 2019, realizado em Lima, no Peru, foi amplamente alcançado. Santiago superou em total de medalhas (169) e de ouros (54), além de repetir a 2ª colocação no quadro geral de medalhas, obtendo também um grande número de vagas olímpicas – 140 vagas conquistadas de forma direta para os Jogos de Paris 2024.

Um dado importante: pela primeira vez em Jogos Pan-Americanos, as mulheres brasileiras superaram os homens no desempenho. Elas conquistaram 33 ouros, 32 pratas e 30 bronzes, totalizando 95 medalhas, três a mais que os homens, que ganharam 30 ouros, 33 pratas e 29 bronzes. Em disputas mistas, foram 3 ouros, 8 pratas e 7 bronzes, totalizando 18.

O êxito da participação brasileira sinaliza um futuro bastante promissor, a partir do incentivo oficial. As medalhas e vagas obtidas revelam a importância do processo de preparação que acontece hoje no país, unindo os esforços do Ministério do Esporte com o Bolsa Atleta e a participação do Comitê Olímpico, clubes, federações e confederações.

A delegação que foi a Santiago foi a maior da história do país em competições internacionais, com 635 atletas, sendo 469 (73,8%) beneficiários do Bolsa Atleta. O investimento previsto para o auxílio em 2023 nesses atletas é de R$ 20,69 milhões.

Em evolução crescente, a ginástica foi a modalidade que mais levou bolsistas a ganharem medalhas. Juntas, as modalidades artística, rítmica e de trampolim acumularam 31 pódios. Ah, o futebol masculino levantou o título pan-americano, de maneira brilhante.

Bem, talvez o paciente leitor não soubesse ainda desses detalhes. Tudo porque os principais canais esportivos dedicaram total desprezo à principal competição olímpica latino-americana. Motivo: os direitos de transmissão ficaram com a Cazé TV, que mostrou o Pan através do YouTube.

Vale aqui a miopia jornalística segundo a qual concorrentes – principalmente vindos de novas plataformas – devem ser combatidos com a indiferença. E o desportista que se lasque. Coisa mais feia.

 

Fogão em tempo de fé cega e faca amolada

O amigo jornalista santareno Jota Ninos, botafoguense de quatro costados, é o incansável animador de um grupo expressivo de torcedores santarenos do Glorioso. Nos bons e maus momentos, ele está sempre ali, voz ponderada, a acalmar os mais afoitos e a levantar o ânimo da rapaziada.

Escreveu ontem sobre a mais nova decepção alvinegra (a derrota para o Vasco), uma mensagem de otimismo e esperança, fazendo contraponto com a gozação dos rivais de sempre, apressados na avaliação de que o Botafogo já é carta fora do baralho – ainda não é, sinaliza Jota no texto reproduzido abaixo:

“Torcedor é sempre passional, como diz meu amigo Gerson Nogueira. Depois de tantos anos sofrendo chacotas dos rivais, acreditamos que este ano seria diferente. O Botafogo do primeiro turno nos acostumou mal. E de certa forma criamos uma ‘soberba do tapetim’.

É natural que alguns de nós se sintam desiludidos neste momento. Mas ainda não é hora de jogar a toalha!

Todo time tem seus maus momentos. Estamos vivendo nosso inferno astral. Mas, uma vitória nos recoloca no jogo!

Ainda acredito no título e uso sempre um ensinamento do meu pai, o velho grego Ninos: ‘Tire sempre algo de positivo de tudo que de mais negativo possa acontecer’.

O positivo agora é saber que ainda dependemos só de nós. Abandonar o time em seu pior momento faz mal a eles que recebem nosso incentivo e faz mal a nós, que vivemos da esperança que eles nos deram até aqui. Vai, Fogão!”.