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Custo da cesta básica na capital teve uma queda de 5,41% em quatro meses

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), Belém é a 11ª capital com a cesta básica mais cara do país. FOTO: WAGNER ALMEIDA
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), Belém é a 11ª capital com a cesta básica mais cara do país. FOTO: WAGNER ALMEIDA

Ana Laura Costa

De acordo com uma pesquisa nacional conduzida pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Belém ocupa a 12ª posição no ranking das 17 capitais avaliadas com a cesta básica mais acessível do Brasil. Segundo o levantamento, o custo dos alimentos na capital diminuiu em quatro meses consecutivos, uma queda de 5,41% entre maio e setembro, e chegou a R$ 633,53.

Para entender melhor, basta observar a trajetória dos preços. Em fevereiro, a cesta básica era vendida a R$ 662,98 na cidade. No mês seguinte passou a ser cobrado R$ 664,54 cada. Já em maio o valor era de R$ 669,80. E, desde então, o custo vem caindo, chegando a alcançar seu menor patamar até então em setembro.

Essa queda pode ser explicada pela redução dos preços de mais da metade dos produtos que compõem a cesta básica dos paraenses, explica o técnico do Dieese Pará, Everson Costa. Uma pesquisa realizada em setembro pelo departamento, apontou que as principais quedas nos preços foram do feijão, que apresentou um recuo de 14,67%; seguidos da manteiga, com queda de 2,71%; café, com recuo de 2,13%, assim como a carne bovina, com queda de 0,36%.

Ainda assim, segundo o técnico, os preços praticados elevam o custo de vida da população, principalmente o dos trabalhadores. Na avaliação do Dieese Pará, o valor do salário mínimo ideal para uma família composta por 4 pessoas é de R$6.600 para dar conta da alimentação, saúde, lazer, transporte e educação.

“Quando fazemos esse retrato, consideramos que se alimentar no Estado, além de ser caro, também é custoso porque esses alimentos, para chegar às prateleiras dos supermercados e feiras de Belém, percorrem quilômetros. Afinal de contas são 144 municípios. E com o recente aumento nos combustíveis, principalmente do óleo diesel, o frete no Estado deve ficar mais caro”, explica Everson Costa.

ARROZ

O quilo do arroz comercializado nos supermercados da capital, por sua vez, está mais caro. É o que aponta novo balanço realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. O preço do alimento ainda acumula reajustes acima da inflação no comparativo de preços entre janeiro e setembro deste ano e nos últimos 12 meses.

A trajetória de preços médios do quilo do arroz (tipo 1, tipo 2 e o parbolizado) foi a seguinte nos últimos 12 meses: em setembro de 2022, o preço médio do quilo do produto foi de R$ 5,27 e encerrou o ano passado custando em média a R$ 5,55. No comparativo dos últimos 12 meses, o reajuste acumulado é de 12,33%.

Já em janeiro deste ano, foi comercializado em média a R$5,61, indo para agosto sendo comercializado em média a R$5,86 e, em setembro, com nova alta, foi vendido em média a R$5,92. Portanto, o preço médio do quilo de arroz na capital paraense ficou 1,02% mais caro em setembro no comparativo com agosto. O balanço comparativo de 2023 aponta uma alta de quase 7,00%.

Os reajustes acumulados superam em mais que o dobro a inflação, calculada em 2,91% para este ano, de janeiro a setembro, bem como ultrapassam mais ainda o índice acumulado em 4,51% para os últimos 12 meses.

Ainda de acordo com o Dieese Pará, a tendência é de novas altas no preço do arroz consumido pelos paraenses. Este cenário pode ter impactos ainda maiores, em função principalmente das fortes variações climáticas que afetam as regiões produtoras.