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Entrevista: experiente goleiro Felipe brilha no Santa Rosa e cala os críticos

Matheus de Oliveira

O Santa Rosa, tradicional agremiação do futebol paraense e representante de um dos distritos mais charmosos de Belém, Icoaraci, foi consagrado no final de semana passado (22) como a primeira equipe a ter garantido o acesso à elite do Campeonato Paraense de 2024 depois de mais de uma década ausente do certame, em uma campanha sólida no Parazão B1 de 2023. Entre números positivos, jogos emocionantes e performances ao extremo, um nome até aqui assumiu o protagonismo ao ter sido destaque na reerguida do Santinha com vistas para novos horizontes no futebol: o goleiro Felipe, de 39 anos, um dos heróis dessa jornada da equipe.

O veterano profissional usou e abusou da sua experiência para chamar a responsabilidade nas quatro linhas nos momentos mais adversos do time, a exemplo dos compromissos eliminatórios da competição de acesso, onde foi peça direta para a classificação do Macaco-Prego.

A primeira atuação de destaque doi diante do Capitão Poço, pelas Quartas de Final II, ao ter defendido pênaltis fora de casa e, na semifinal, novamente nas penalidades máximas, desta vez diante do Santos, como visitante também, ao catar a cobrança decisiva que garantiu o acesso e a vaga da equipe para a grande decisão da competição desta temporada.

Os momentos de festividade e de parabenizações, no entanto, não foram compartilhados com tanta energia por parte da torcida e do público paraense no começo da B1. Devido a idade e rodagem recente do profissional, a desconfiança foi sempre pauta presente nos compromissos do Santa Rosa, em uma espécie de dois focos certos nos jogos do time: o primeiro no desempenho coletivo e outro exclusivo no desenrolar do arqueiro.

A cobrança e o pé atrás, por sua vez, tiveram o mesmo desfecho que a maioria das bolas em direção a meta do profissional: todas espalmadas para bem longe com atuações convincentes e fundamentais pela reerguida do time, algo que o jogador natural do Rio de Janeiro (RJ) possui lastro de sobra em passagem por gigantes do país como o Corinthians-SP e o Flamengo-RJ, por onde ficou quatro temporadas em cada uma das agremiações.

Com a sensação de dever cumprido, Felipe garante que o foco agora é brigar pelo título de uma competição totalmente complicada na sua avaliação. Quanto à projeção no futuro, o goleiro abre o coração. Confira os principais tópicos da entrevista abaixo.

Protagonismo

“Muito feliz. Desde o início eu sabia que iria carregar esse peso de ter que ser o protagonista pela minha carreira e pelo meu currículo. Que na hora decisiva eu teria que sobressair. Que o Santinha ia contar comigo na hora decisiva e me preparei bastante para isso. Então me sinto feliz e realizado”.

Críticas

“Críticas fazem parte do futebol, a gente não pode se abater quando elas vierem e nem pode se empolgar demais quando vem enxurrada de elogios. Futebol é isso”.

Dever cumprido

“Sentimento de dever cumprido. Se eu chegasse aqui e não cumprisse, seriam mais críticas. E mostrei que ainda tenho plenas condições de jogar em alto nível. A idade é um mero número, a gente vê aí grandes nomes se destacando no futebol brasileiro, independente da idade”.

Experiência no Pará

“Bem difícil. Mas eu já imaginava que teriam dificuldades com relação ao clima, os campos, etc. Mas vim preparado para isso e meu foco era esse acesso”.

Andarilho da bola

“Enquanto eu tiver condições físicas e técnicas de jogar, vou estar em campo. Eu sempre digo que enquanto eu acordar motivado e feliz para ir treinar, eu vou querer continuar. É o prazer de jogar bola. O dia a dia em campo, nos treinos, com elenco, etc”.

Parazão 2024

“(Risos) Meu desejo primeiramente é o título, pois ainda temos dois jogos para definir o campeão. E a partir daí a gente começa a pensar o que vai ser feito. Porém, ainda tenho mais um objetivo a ser alcançado, que é o título”.