Um mercado fértil em truques
O desafio de momento para a diretoria do PSC é escapar das armadilhas impostas pelo traiçoeiro mercado do futebol no Brasil. Atletas bons e ruins são oferecidos às dúzias por empresários e agentes, mas cabe aos clubes ter todo o cuidado necessário para escapar dos truques e enganações. Como se sabe, comprar gato por lebre é uma velha prática da cartolagem paraense.
A foto que ilustra a coluna é do atacante Aylon, 31 anos, que teve no PSC em 2015 sua primeira experiência profissional fora do clube formador (Internacional) e que teve seu nome ventilado como um dos possíveis reforços do clube alviceleste para a Série B 2024.
Aylon é um jogador experiente, com passagens por várias equipes igualmente medianas – Avaí, Goiás, América-MG, Chapecoense, Ituano. Defende hoje o Novorizontino (SP), com participação positiva no último Campeonato Paulista e na Série B nacional deste ano.
Pode até ser verdade a informação sobre o interesse do PSC no jogador, mas a notícia parece ter sido plantada porque não houve qualquer manifestação dos dirigentes ou da comissão técnica. Por isso, fica no terreno dos balões de ensaio, que devem aumentar bastante nos próximos dois meses.
A Série B se transformou nos últimos anos em competição interessante e atraente para atletas da faixa de Aylon. São jogadores que construíram a carreira dentro da Segunda Divisão, apenas trocando de clubes a cada temporada.
Uma rápida espiada nos elencos da Série B revela essa constante troca de figurinhas, quase sem novidades entre um ano e outro. Clubes emergentes como o PSC, que chegam dispostos a pagar salários melhores para conseguir bons reforços, se tornam alvos naturais de empresários espertos.
Daí a necessidade de um planejamento sério e que priorize a qualidade, sem se deixar influenciar pelos muitos acenos de “pacotes” de atletas. Não é uma missão das mais fáceis, por isso deve ser encarada com extrema responsabilidade e critério.
A partir do trabalho de sua comissão técnica, do executivo de futebol e de um gestor capacitado, o PSC pode encontrar os jogadores de que precisa para montar um elenco forte e competitivo. Aylon, inclusive, pode ser um deles, mas sem forçada de barra.
Riscas da CBF agora levam o carimbo do regulamento
Um comentarista de TV comentou que, em menos de 24 horas, o Botafogo levou dois traços da CBF. Na linguagem popular, significa que os dirigentes da entidade aprontaram com o Alvinegro, para variar. Não está longe da verdade. Primeiro, o 2º segundo tempo do jogo com o Atlético-PR não deveria ter sido disputado sem público no domingo.
O complemento da partida devia ser realizado em data que permitisse a presença da torcida e com policiamento, que não era possível domingo por conta de outro jogo (Flamengo x Vasco) na cidade do Rio de Janeiro.
Ao mesmo tempo, a realização dos 39 minutos no domingo não podia impedir – por ser um fato excepcional – que o Botafogo enfrentasse o Fortaleza nesta terça-feira, 24. A CBF, normalmente lenta na tomada de decisões, decidiu por sua conta e risco pelas duas mudanças ainda na noite de sábado, sem consulta prévia aos clubes envolvidos.
É relativamente comum na história do futebol no Brasil que algumas tramoias manchem o resultado das competições. É raro, porém, que as malandragens sejam feitas às claras. Desta vez, pelo menos, foi tudo escancarado, sob o pretexto de respeito aos regulamentos – que, como se sabe, valem para alguns e castigam outros. E la nave va.
Amazonas ganha espaço e até emenda parlamentar
Ainda a propósito da principal conquista do futebol amazonense em todos os tempos, o título da Série C do Campeonato Brasileiro, o professor Abel Jorge escreve à coluna para informar alguns dados sobre o Amazonas, responsável pela façanha.
“Tenho algumas informações sobre o Amazonas Futebol Clube, que começou com alguns tropeços no quadrangular final da Série C do Campeonato Brasileiro de 2023 e se consagrou campeão dentro da sua própria casa contra o Brusque de Santa Catarina.
O Amazonas Futebol Clube foi fundado em 2019 e tem como mascote oficial a onça-pintada; e como cores oficiais o amarelo e o preto. O clube tem como principal conquista o título do Brasileiro da Série C, além da marca de dois acessos nacionais consecutivos em suas primeiras participações, com apenas quatro anos de existência.
O clube tem uma política de investir em medalhões do futebol brasileiro, trazendo nomes como Maikon Leite, Ibson, Sassá e Walter. O clube tem o maior público pagante da história da Arena da Amazônia, com 44.896 torcedores.
Acho que o Amazonas é um time forte e competitivo, que tem tudo para brilhar na Série B e quem sabe até na Série A do Brasileirão”.
Por sinal, além dos feitos dentro de campo, o Amazonas tem recebido ajuda de setores empresariais e políticos. A deputada estadual Joana D’Arc (União Brasil/AM) é quem mais se destaca nesse sentido. Ela chamou atenção nas comemorações pelo título, erguendo a taça junto com os jogadores no pódio armado no estádio do Brusque.
Em maio passado, ela destinou R$ 3,5 milhões em emendas parlamentares para beneficiar a Onça-Pintada. A justificativa é que o dinheiro seria enviado a um projeto social desenvolvido pelo Amazonas para revelar jogadores em escolinhas de futebol nas comunidades periféricas de Manaus e no interior amazonense.