Ana Laura Costa
Neste Dia Mundial de Combate à Poliomielite (24), cabe lembrar sobre a importância da vacinação no combate à doença, uma vez que o Brasil, em 1994, recebeu o certificado de erradicação do vírus, justamente após o país realizar campanhas de vacinação em massa com a vacina oral contra a polio (VOP).
O médico generalista Felipe Amorim, que atua no Pronto-Socorro Pediátrico do Hospital Abelardo Santos, em Icoaraci, ressaltou que a única maneira de prevenção contra a poliomielite, efetiva e consolidada, é a vacinação.
Ele ainda pontua que por ser uma doença bastante contagiosa, que pode ser transmitida de pessoa para pessoa via secreções, ao tossir, respirar, falar e até no contato com objetos, alimentos e água contaminada, assim como através das fezes dos portadores do vírus, a vacinação é a principal ferramenta de prevenção.
“É uma doença grave que infecta adultos e crianças e que, apesar de que nos casos mais leves possa causar sintomas semelhantes à gripe comum, em casos mais graves pode gerar paralisias musculares, sobretudo nos membros inferiores sem tratamento específico para a resolução dessas paralisias, por isso a única maneira de prevenção da poliomielite é a vacinação”, ressalta.
O médico destaca que os sinais da doença demoram a aparecer e, quando surgem, acabam sendo similares a um quadro gripal comum, a partir da infecção. Na forma não-paralítica da doença, os sinais são dores de cabeça; febre; cansaço; fraqueza muscular ou sensibilidade aumentada nos músculos; rigidez muscular; dor nas costas; garganta inflamada ou dor e rigidez nos braços e pernas.
Já na forma da poliomielite paralítica, os sintomas se assemelham mas são mais contundentes, explica o médico. “Em casos mais graves, o paciente também vai apresentar dores musculares graves, uma fraqueza excessiva, perda dos reflexos musculares e ainda membros. Os membros superiores ou inferiores, podem estar soltos, flácidos, realmente sem força. Muitas vezes acaba sendo pior mais para um lado do corpo do que no outro. A poliomielite comumente acomete também mais os membros inferiores do que os membros superiores”, destaca.
TRATAMENTO
Em relação aos tratamentos disponíveis, Amorim destacou que até hoje não existe tratamento específico para a cura da poliomielite, o que reforça a necessidade da vacinação contra a doença, oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“A partir do momento que ocorre o diagnóstico, por meio de exames de fezes, dosagem de anticorpos (…) é importante que o paciente seja internado muitas das vezes, para ter acompanhamento, ser observado na evolução da doença e receber suporte adequado para o caso da evolução para formas mais graves da pólio. Então, no tratamento sintomático, é necessário um repouso para reduzir riscos de paralisia, sobretudo nos casos mais graves que cursam com alterações de paralisia e alterações respiratórias”, explica.
“Em casos de sequelas graves em decorrência da doença, deve-se procurar um acompanhamento ortopédico e fisioterápico para recuperar a força, a postura e a autonomia do paciente após a paralisia ou enfraquecimento dos músculos”, completa.