Bola

Gerson Nogueira: 'Sem identidade e sem craques'

 Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Sem identidade e sem craques

Um ex-jogador da Seleção Brasileira, campeão na Copa de 2002, comentou após a derrota frente ao Uruguai que é cada vez mais improvável a conquista de um título mundial pelo Brasil nos próximos anos. E explicou: na Copa asiática, com cinco grandes jogadores no time (Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos e Cafu), a Seleção teve imensas dificuldades para chegar à final e levantar a taça.

Era um outro formato de Copa, com menos times do que em 2026, e ainda assim a caminhada foi mais complicada do que o esperado, com direito a um gol quase espírita de Ronaldinho Gaúcho contra os ingleses.

Se voltarmos oito anos antes, o tetra foi conquistado nos Estados Unidos com Romário e Bebeto como dupla de ataque e astros máximos de um time que era formado por jogadores eficientes, mas medianos.

Nos últimos 21 anos, disputados cinco mundiais, o Brasil sumiu do panteão de protagonistas do futebol. No máximo, produziu coadjuvantes de alta qualidade, como o próprio Neymar e, recentemente, Vinícius e Rodrygo.

Junto com Neymar veio a ilusão de que a eterna fábrica de craques continuava em pleno funcionamento. Bobagem. A fábrica parece em recesso após a aposentadoria precoce de Ronaldinho, mago incomparável com a bola nos pés, mas um cidadão que perdeu o prazer de jogar.

Os vídeos que o YouTube mostra confirmam o incrível talento de Ronaldinho, um malabarista que encantava com a bola nos pés. Maradona o considerava legítimo sucessor. Messi o idolatrava como mestre.

Ronaldinho foi o último espasmo, a valsa do adeus daquele futebol encantador que sempre foi marca registrada do Brasil e rendeu a conquista de cinco títulos mundiais. O atual hiato de conquistas remete ao período de decepções vivido entre 1970 e 1994, o maior sem títulos da história brasileira depois de 1958.

Caminha-se para isso outra vez. Sem craques, não é possível vencer Copas. Até as insossas Itália (2006) e Espanha (2010) tinham lá seus jogadores de referência. A Azzurra tinha Alessandro Del Piero e Andrea Pirlo. Os espanhóis tinham Andrés Iniesta e Cesc Fábregas como símbolos.

Além de não dispor de grandes jogadores de meio-campo, o Brasil não tem mais laterais que façam a diferença. Eram tão especiais que mudaram a forma de jogar bola. Os times passaram a vencer pelas extremas, como nos primórdios. Em 1994, Jorginho e Branco. Em 2002, Cafu e Roberto Carlos.

Hoje, o cenário é desolador. O Brasil vive de Danilo e Yan Couto (??) na direita e Caio Henrique (??) e Arana. Quando precisou mexer no time para tentar reverter o placar negativo, em Montevidéu, Diniz optou por Yan Couto, um jovem lateral que joga no Girona, mas sem brilho maior que justifique uma convocação. A mesma situação de Caio Henrique.

Sinal dos tempos e certeza de que a profecia negativa do campeão de 2022 está muito perto de se confirmar.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda o programa, a partir das 22h, na RBATV, com a participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em discussão, os preparativos iniciais do PSC para a Série B, a eleição no Remo e a fase decisiva da Segundinha. A edição é de Lourdes Cezar.

A popularidade da dupla Re-Pa exposta ao carma

Comentário do amigo Walter Lima, técnico e desportista em tempo integral, a respeito da exploração vulgar dos mantos sagrados de PSC e Remo por um certo ex-presidente da República, acostumado a usar camisas de clubes brasileiros para fins eleitoreiros.

“Os times que ele vestiu a camisa absorveram o carma da derrota! Coritiba, outro quase rebaixado da Série A, foi reverenciado em julho de 2020, quando ele apenas posou segurando o manto da equipe paranaense. Já na Série B, Paraná e Figueirense, dois que sofreram queda para a Série C, também tiveram o afago do então presidente.

Ele apareceu em público usando várias delas, incluindo a do Palmeiras, que depois fez um fiasco no Mundial. Por outro lado, cinco times que desfrutaram dessa honraria acabaram rebaixados nas três principais divisões do Brasileiro. Sem contar o Flamengo, que em um ano perdeu os sete títulos que disputou.

Sinto um mau presságio pro Paissandu, time de Moreira, Bené, Da Costa, Patrulheiro, Bacuri e Chico Spina”.

Waltinho vai no âmago da questão. O indigitado cidadão representa mau agouro, que o digam as 750 mil vítimas fatais da pandemia, das quais ele debochou e a quem negou o socorro das vacinas. Não esqueceremos.

Clássico dos milhões pode definir futuro de rivais

Flamengo e Vasco é um clássico que há décadas mobiliza a massa. Hoje, pelo Campeonato Brasileiro, os rivais têm a vitória como único objetivo para alcançarem melhor posicionamento na classificação, a 11 rodadas do final. Os rubro-negros lutam por uma vaga na Libertadores, os vascaínos tentam fugir da zona do rebaixamento.

Tite assumiu o Fla com vitória no meio da semana sobre o Cruzeiro. O time melhorou, mas o clássico é mesmo a prova dos nove. Já o Vasco de Ramon Diaz passou pelo Fortaleza, dono de grande campanha no returno. O francês Dimitri Payet marcou o gol e reacendeu as esperanças da torcida cruzmaltina.

Tudo conspira para um jogaço hoje à tarde, no Maracanã.