TEXTO: WAL SARGES
Uma das bandas de pagode mais antigas em atividade em Belém, o grupo Mizerê comemora 15 anos de carreira. Com multidões de fãs por onde passa, o grupo se consolidou no estado, fazendo shows e interpretando sucessos musicais dos anos 1990. Em uma nova fase, a banda lançou recentemente novo trabalho autoral nas plataformas digitais, o single “Só Dela”. Nesta quarta-feira, 18, inicia as comemorações do aniversário em um encontro com fãs convidados.
O percussionista Jean Machado, que também é um dos sócio-fundadores do grupo, diz que este é um momento que remete a um dever cumprido. “O encontro significa compartilhar tudo que foi construído pela banda, dividindo isso com quem gosta da gente. Sabemos que não é fácil manter 15 anos contínuos. O sentimento é de dever cumprido. Tem pessoas que nos acompanham há mais de 10 anos. É uma década fazendo parte do nosso trabalho. Para gente é motivo de muito orgulho saber que de certa forma o nosso trabalho alcançou a vida das pessoas, entrou na casa delas para alegrá-las, porque o que a gente faz é levar alegria em forma de música”, afirma.
PAGODE FOCADO NA PRODUÇÃO AUTORAL
Para esta nova fase, a proposta do grupo é valorizar a produção autoral. “Somos uma banda de Belém do Pará. Miserê é uma banda que toca o ritmo baiano, mas é de Belém, mas não costumamos usar rótulos. O meu desejo é que as pessoas ouçam a gente e saibam que esse é o nosso som, a nossa música e que o Miserê seja reconhecido pela própria identidade”, projeta Jean Machado, citando o mais recente lançamento da banda, composição de Arthur Ramos, Lucas Borges (Lukinha), Alexandre (Xaand), Gabriel Nogueira e Samuel Santana.
Criada em 2008, a banda Mizerê já lançou quatro CDs, e dois DVDs promocionais. Em 2014, a música “Chuva de Cem”, com a participação de Márcio Victor, vocalista da banda baiana Psirico, estourou nas maiores rádios paraenses. Três anos depois, a banda passou por um momento de reorganização, com a volta de Márcio Lira e Ruan Mendes, que resultou em sucessos nas rádios, com duas novas músicas autorais, “Hipnotizei” e “Empina essa rabeta”. No ano passado, a banda lançou “Delicinha”, feat com a cantora paraense Viviane Batidão, que também ganhou videoclipe.
BANDA QUER ALCANÇAR PÚBLICOS EM TODO O BRASIL
Agora, o desejo que Jean destaca é o de ver a banda ganhar espaço nacional. “Nossos planos são atingir novos ares, conquistar e abrir novas portas com o que a gente plantou e construiu. Além de continuar semeando, regando o território onde a gente já tem o nosso espaço. Para isso, vamos continuar fomentando o nosso trabalho, o nosso estilo, o nosso ritmo e nos fortalecendo cada vez mais. O nosso principal plano para este novo ciclo é abrir novos horizontes, alcançando estados onde a gente ainda não chegou e quem sabe até conquistar o Brasil”, comenta o produtor.
O dançarino e diretor da banda, Wildo Almeida, compartilha do mesmo sentimento de Jean Machado. “É como um sonho, olhar para trás e ver tudo que passamos e por onde passamos. Se manter há 15 anos no cenário musical paraense, é muito orgulhoso. Este ano, não diferente de outros anos, só temos que agradecer, a Deus, a nossas famílias, amigos e fãs que seguem o Mizerê. ”
“Só tenho orgulho da nossa trajetória, uma resenha que começou bem pequena. Hoje somos uma potência musical. Para mim, que sou um dos integrantes desde o início, é muita honra chegar neste momento que estamos vivendo”, comenta o percussionista Eduardo Noronha.
FÃ-CLUBE ACOMPANHA TRAJETÓRIA
Muito do sucesso da Mizerê nas rádios reflete o carisma do grupo com os fãs. A contadora Fabiane Sousa, 41, conta que começou a seguir a banda em algumas redes sociais e ia a alguns shows, até entrar no grupo de WhatsApp, quando conheceu os integrantes da banda. “O amor foi aumentando até que algumas meninas do grupo surgiram com a ideia de montar o Fã-Clube Mundo Mize”, detalha Fabiane, que diz amar todas as músicas da banda.
Ela se tornou a líder do fã-clube e passou a vivenciar uma rotina corrida. Esta noite, o grupo marcará presença no encontro com os ídolos. “Temos tantas histórias boas que enchem os olhos de lágrimas, pois é uma emoção sem igual ver a trajetória linda do Mizerê. Falo sempre para as outras integrantes do fã-clube que elas embarcam nas minhas loucuras. Sempre fazemos reuniões para decidirmos tudo sobre a banda, como aniversário dos integrantes ou da banda, além de confraternizações e marcar a presença em shows.”
MAIS PERTO DOS ÍDOLOS
Outra apaixonada pelo grupo, a empreendedora Anny Hellen Oliveira, 32, diz que no encontro desta noite, ela e os outros fãs têm uma oportunidade de estarem mais pertinho de seus ídolos. “Além disso, poderemos conhecer um pouco mais de cada um atrás do palco. Para mim, é um momento muito especial e muito valioso. ”
“Sou fã e já acompanho o trabalho deles há no mínimo 13 anos. Sempre fui fã da suingueira/pagodão baiano, e foi isso que me conquistou de cara. Na época, aqui em Belém, a Mizerê era a única banda que carregava essa bandeira da ‘suingueira’. Agora, o grupo está mais atualizado, porém sempre tem um bloco do show que relembra o ‘Suingão’, como a gente chama”, observa Anny Hellen Oliveira.
Os sucessos da banda estão na ponta da língua da fã. “Minhas músicas preferidas são ‘Quebra Mãe’, que é uma das primeiras autorais da banda, um feat com um dos ícones do Axé da Bahia, o Rubynho, e a música atual deles, ‘Só Dela’ me ganhou muito. Ouço ela várias vezes no dia”.