Leonardo Vieceli/Folhapress
A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), subiu 0,26% em setembro, após avanço de 0,23% em agosto, apontam dados divulgados ontem (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar da leve aceleração, o novo resultado ficou abaixo das projeções do mercado financeiro. A mediana das expectativas de analistas consultados pela agência Bloomberg era de variação de 0,33% em setembro.
Em 12 meses, o IPCA passou a acumular inflação de 5,19%. Nesse recorte, a projeção do mercado era de 5,25%. Até agosto, a alta acumulada pelo índice estava em 4,61%.
Economistas consideram que os dados de setembro mostram uma leitura positiva para a inflação brasileira. Após a divulgação do IBGE, instituições financeiras passaram a projetar um IPCA mais baixo no acumulado até dezembro de 2023.
Agora, analistas apostam em uma inflação mais próxima ou até dentro do teto da meta deste ano (4,75%). A agência de classificação de risco Austin Rating, por exemplo, reduziu sua previsão de 4,83% para 4,75%.
O Itaú Unibanco, por sua vez, enxerga um viés de baixa para sua estimativa de 4,9%, que deve ser revisada em breve, conforme a economista Luciana Rabelo.
Ela diz que a tendência é de que o IPCA acumulado desacelere após tocar em 5,19% em setembro. “É uma leitura benigna”, afirma.
Dos 9 grupos de bens e serviços pesquisados, 6 tiveram alta de preços no IPCA de setembro. O principal impacto para o avanço do índice (0,29 ponto percentual) e a maior variação (1,40%) vieram do segmento de transportes, seguido por habitação (0,07 ponto percentual e 0,47%).
A alta de transportes teve influência do aumento da gasolina (2,80%). O combustível foi o subitem com a maior contribuição individual para o IPCA de setembro (0,14 ponto percentual).
A carestia da gasolina era aguardada por analistas em razão do reajuste aplicado pela Petrobras nas refinarias em meados de agosto.
Óleo diesel (10,11%) e gás veicular (0,66%) também subiram, enquanto o etanol caiu (-0,62%). Ainda em transportes, as passagens aéreas avançaram 13,47% em setembro, após recuo de 11,69% em agosto.
Do lado das três quedas entre os grupos, o destaque ficou novamente com alimentação e bebidas (-0,15 ponto percentual e -0,71%). Os preços desse ramo recuaram pelo quarto mês consecutivo.