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Gerson Nogueira analisa os 'super técnicos': 'A casta dos intocáveis'

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras. Foto: Cesar Greco/Palmeiras
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras. Foto: Cesar Greco/Palmeiras

A casta dos intocáveis

Houve um tempo no Brasil em que o futebol tinha grandes jogadores semanalmente envolvidos em polêmicas. Era Romário pulando o muro da concentração da Seleção durante a Copa do Mundo de 1994, nos EUA. Ronaldo Fenômeno envolvido com travestis. Renato Gaúcho às voltas com as musas da Playboy, e peraltices do gênero.

De repente, em plena estiagem de títulos mundiais, eis que o jogo mudou por aqui. Quem brilha, põe banca e arrota poder são os técnicos. Tome-se o caso de Abel Ferreira, do Palmeiras, cujas grosserias e coices são aceitos com normalidade por boa parte da mídia esportiva paulista.

Depois da eliminação para o Boca Juniors na Copa Libertadores, Abel voltou suas baterias contra a arbitragem, dedicando-se também a uma prática que virou marca registrada: peitar grosseiramente repórteres por perguntas que considera desagradáveis. O questionamento da escalação, por exemplo, virou uma espécie de ofensa.

Essa inversão completa de valores na relação entre técnicos e imprensa ganha fôlego no Brasil. Nem é de agora, vide as célebres patadas de Muricy Ramalho há alguns anos. Cultuar excessivamente profissionais comuns, sem talento especial, é sempre um precedente perigoso.

O exemplo do técnico palmeirense é revelador de um período estranho, onde treinadores são colocados num altar, como entidades intocáveis. Constituem quase uma casta especial. Se o time perde, a culpa é sempre atribuída a terceiros (árbitros e VAR, quase sempre) ou a problemas aleatórios – gramado ruim, chuva, calor excessivo, granizo etc.

Ganham muito bem, principalmente os técnicos mais conhecidos e experientes, o que é excelente notícia no aspecto profissional, embora sem apresentar evolução quanto a conhecimentos táticos. Rugem alto, cobram muito e abusam da arrogância, mas entregam pouco.

Há alguns anos, foi lançado um programa de TV chamado Super Técnicos, uma clara tentativa de glorificar uma categoria que sempre foi muito bajulada no Brasil. Era um desfile de egos, estrelando Zagallo, Luxemburgo, Felipão, Cuca, Parreira, Leão e outros.

Germinava ali a fogueira das vaidades que, com o tempo, adquiriu proporções galácticas no Brasil atual. A importância desmedida se revelou mais uma vez no ruidoso anúncio da contratação de Tite pelo Flamengo, ontem. Um técnico que mostrou na Seleção, em dois Mundiais desperdiçados, que só mostra resultado em clubes que desfrutam de forte suporte midiático, como Corinthians e Flamengo.

Como que por milagre, as trapalhadas de Tite na Rússia e no Qatar foram esquecidas. Um esforço coletivo para fazer com que o torcedor também apague da memória o aborrecimento que o trabalho confuso do gaúcho causou a todos, principalmente na última Copa.

Outra presepada recente foi de Renato, que simplesmente deixou de lado a entrevista coletiva após o Gre-Nal e saiu às pressas rumo ao aeroporto – e às praias do Rio. Não ligou a mínima para a proibição dos dirigentes e deixou o torcedor sem explicação mínima para a derrota.

Todo esse empoderamento tem origem na condescendência de dirigentes ineptos, que aceitam a banca até de meros auxiliares, como o que agrediu Pedro no Flamengo depois de um jogo contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte. Ou o debochado subalterno de Abel Ferreira que pôs em dúvida a lisura do Campeonato Brasileiro.

Foi-se o tempo em que técnicos guardavam distância do marketing e do destempero, preocupando-se exclusivamente com o êxito de seus times. É o caso, no contexto local, de Givanildo Oliveira e Joubert Meira. Falavam pouco, trabalhavam muito. Nada de amuos, chiliques ou fricotes. Com eles, a soberba não tinha vez.

Direto do Twitter

“Não falo da qualidade como técnico. O fato é que Bruno Lage foi um encosto no Botafogo. Um espírito obsessor. Ficava na beira do campo com aquela pinta de Conde Drácula, dando declarações apocalípticas, inventando pra dar um toque pessoal no time. A saída dele foi um exorcismo”.

Luiz Antônio Simas, escritor e professor

Papão já tem seis nomes confirmados para a Série B

Matheus Nogueira, Paulão, João Vieira, Robinho, Roger e Vinícius Leite. São os cinco atletas que participaram da vitoriosa campanha na Série C já garantidos na próxima temporada. O primeiro a ter a permanência confirmada foi o meia Robinho, que tinha uma cláusula contratual assegurando a renovação automática em caso de acesso.

Um dos principais jogadores do time, Robinho teve um começo claudicante, mas depois se estabilizou. Atuou em 18 partidas, marcando dois gols e dando sete assistências. Aos 35 anos, tornou-se peça fundamental na equipe que conquistou o acesso à Série B.

Outro que vai continuar na Curuzu é o goleiro Matheus Nogueira, que se sobressaiu após estrear contra o Amazonas, em Manaus, na fase de classificação. Virou titular absoluto, barrando Thiago Coelho. Cedido por empréstimo ao PSC pelo Portimonense, de Portugal, ele tem contrato com o clube até o fim de julho.

O volante João Vieira e o atacante Vinícius Leite também estão na lista dos que permanecem no Papão para a disputa da Série B. Eles têm contrato firmado até dezembro de 2024. Além deles, o jovem Roger é outro na lista dos que irão continuar. Por fim, o zagueiro Paulão, que se recupera de uma lesão, terá acordo contratual renovado automaticamente.

A prioridade dos dirigentes do PSC agora é assegurar a renovação do artilheiro Mário Sérgio, que marcou 22 gols nesta temporada. Ele é jogador do Mirassol e está sob empréstimo.

Fontes do clube revelam que poucos jogadores, além dos citados, serão procurados para continuar no elenco. Edilson, Alencar e Nicolas Careca têm chances de permanecer.