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Marlon cogita aposentadoria após sair do Remo

Marlon está disposto a largar o futebol profissional aos 36 anos. Foto: Samara Miranda/Remo
Marlon está disposto a largar o futebol profissional aos 36 anos. Foto: Samara Miranda/Remo

Nesta segunda-feira (22), mais um ciclo pelo Clube do Remo foi encerrado. Só que diferente de algumas peças que fizeram parte do elenco desta temporada, uma rescisão relevante. O lateral-esquerdo Marlon, de 36 anos, encerrou a sua parceria com o Leão Azul após duas passagens em um total de sete anos prestados em serviços pelo Mais Querido.

O atleta, que se destacou nos últimos anos como zagueiro, oficializou o desligamento através das suas redes sociais. O veterano, em, contato com a reportagem, destacou que já havia decidido com o presidente da agremiação, Fábio Bentes, no começo deste ano, que essa seria a sua passagem final pelo estádio Evandro Almeida. O motivo é uma possível aposentadoria do profissional ao final deste ano.

Com rodagem pelo futebol em todos os eixos do país, ao defender camisas expressivas como a do Vasco da Gama-RJ, Bahia-BA e Criciúma-SC, equipes tradicionais, Marlon deixa o Leão Azul com um gosto amargo de possibilidades, mas que ficou no ar após a eliminação precoce pela Terceira Divisão. Ciente de que a equipe deixou a desejar, o defensor foi realista ao avaliar o insucesso azul-marinho pela Série C do Campeonato Brasileiro.

O principal, o que já é de conhecimento geral do Fenômeno Azul. “A gente teve uma queda muito grande de rendimento na reta final da Série C. Até fizemos bons jogos, mas não tínhamos regularidade. Não conseguimos pontuar fora de casa e, às vezes, em casa, não conseguíamos ser dominantes. Tínhamos um bom elenco, mas é o que eu sempre falo, o papel não entra em campo. O time não deu aquela liga”, analisou.

Inúmeras situações foram levantadas pela fraca campanha azulina. Uma delas, o possível racha no grupo de profissionais justamente pela falta de entrosamento no gramado. Quanto a isso, o ex-azulino foi contundente. “Quando os resultados não acontecem muita coisa é dita, mas posso garantir que não teve vestiário rachado, ambiente ruim. Se isso tivesse acontecido eu teria sido o primeiro a falar. Mas estávamos fechados, compromissados, mas não rendemos aquilo que queríamos”, disse.

APOSENTADORIA
Experiente no esporte, com acessos e títulos na bagagem, o fim do ciclo entre Marlon e o Leão Azul, equipe pela qual é torcedor, é a probabilidade de pendurar as chuteiras. Para isso, o polivalente atleta conta com uma definição para adiantar a sua situação: o acerto de dívida com o Gigante da Colina.

“Eu tenho um valor grande a receber do Vasco. Agora, como uma empresa assumiu o clube, a gente espera esse pagamento até o fim do ano. Se for depositado, já conversei com a minha esposa e a minha mãe, que vou me aposentar. Mas estou no aguardo. É um valor milionário. Se não, ainda tem a possibilidade de jogar mais um pouco”, disse. Em 2020, o clube foi condenado a pagar mais de R$ 1,6 milhão por dívidas trabalhistas referente ao contrato do jogador de 2014, que teve valores não pagos.

APRENDIZAGEM
Sem o êxito no objetivo estipulado para este que era o acesso e o titulo da Série C, Marlon reiterou que a aprendizagem foi algo crucial para novos ares para a próxima temporada do time, sobretudo porque a gestão azulina precisará ir além para contornar as broncas causadas pela eliminação e ausência de calendário em 2022.

“É um final de ano complicado, fica sem receita. Tínhamos o compromisso de subir, era algo que o presidente sempre pediu até pelo apoio da torcida, e com o acesso a gente sabia como ia vingar financeiramente. Ficou a lição que só com o dinheiro não se faz futebol. A gente sempre fica na torcida por dias melhores e que a próxima temporada possa ser melhor”, ponderou.