Bola

Gerson Nogueira: 'Noite de fé nas ruas e em campo'

Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu
Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu

Noite de fé nas ruas e em campo

Quis o destino que os passos do PSC na Série C cruzassem com a agenda religiosa dos paraenses. Em plena noite da procissão de Nossa Senhora de Nazaré, o time vai decidir o acesso jogando fora de Belém. Enfrenta o Volta Redonda, no estádio Raulino de Oliveira, neste sábado (7), às 18h.

As expectativas do povo católico que torce pelo Papão estarão divididas. Será um olho na partida, outro na procissão. A fé estará nos corações e mentes, com a esperança de que o sonho do acesso finalmente se transforme em realidade.

Não faltam motivos para amparar essa premissa. O PSC chega a esta partida com um leque de vantagens que nunca teve em decisões de acesso anteriores. Tem três alternativas para obter a classificação e sair de Volta Redonda festejando a conquista.

Pode vencer, empatar ou até perder por um gol de diferença. Tem, ainda, a possibilidade de ser beneficiado pelo jogo entre Amazonas e Botafogo-PB, que acontece em Manaus no mesmo horário. Se houver empate ou vitória do time paraibano, o Papão estará automaticamente classificado, sem depender de seu jogo.

Para superar o Volta Redonda, o técnico Hélio dos Anjos deve manter o time titular dos últimos jogos no quadrangular, incluindo o que começou jogando contra o Amazonas e que perdeu o confronto no Mangueirão.

Refeito do tropeço frustrante, o Papão terá a mesma linha de zaga, com Wanderson e Wellington Carvalho no centro e com Edilson e Kevyn nas laterais. O meio-de-campo pode ter o retorno de Geovani, acompanhando João Vieira e Robinho. Há, também, a possibilidade de escalação do volante Alencar.

Vinícius Leite, Mário Sérgio e Nicolas Careca formam o ataque, que responde por três vitórias no quadrangular, duas delas obtidas fora de casa. Contra Amazonas e Botafogo paraibano. Foram atuações seguras, que permitem acreditar na repetição da performance neste sábado.

Cuidados defensivos devem ser acentuados, em função da necessidade de não sofrer gols, afinal o empate garante o acesso. Diante do Amazonas, o time teve muita dificuldade para marcar a movimentação do adversário, que explorava avanços pelos lados e repetia cruzamentos em direção à área.

O Amazonas precisava atacar e encontrou espaços para isso, pois o PSC não foi consistente na defesa e nem reativo nas ações ofensivas. O Voltaço também vai partir para o ataque, mas o Papão terá que se articular para explorar os contragolpes.

Caso a estratégia seja bem executada, as possibilidades de uma vitória aumentam tremendamente para a esquadra bicolor.

Bola na Torre

O programa do dia do Círio vai priorizar a cobertura do jogo decisivo entre Volta Redonda e Paysandu. Guilherme Guerreiro comanda a atração, que vai ao ar às 22h, na RBATV. Giuseppe Tommaso e este escriba de Baião participam dos debates. A edição é de Lourdes Cezar.

Fifa amplia o processo de esquartejamento da Copa 

Gianni Infantino assumiu o poder na Fifa para sanear a entidade depois das administrações funestas de João Havelange e Sepp Blatter. Até agora se conduziu bem, implantando novos sistemas de controle interno e auditorias para evitar a roubalheira que campeou nas gestões anteriores.

O problema é que, a cada nova assembleia da Fifa, são aprovadas medidas aparentemente modernizantes e lucrativas, mas que no fundo contribuem para esquartejar a principal joia do portfólio da rica confederação.

Na quarta-feira (4), a Fifa surpreendeu ao anunciar que a Copa de 2030 será disputada em seis países, com jogos de abertura na América do Sul e o restante do torneio na Europa e na África. Esse mundial com seis sedes (Portugal, Espanha, Marrocos, Argentina, Uruguai e Paraguai) afetará o processo de escolha da verdadeira “casa” do Mundial de 2034.

O truque é derrubar as pretensões sul-americanas, pois mesmo sediando apenas três partidas em 2030 (jogos de abertura em Uruguai, Argentina e Paraguai), a América do Sul não poderá lançar candidatura para 2034.

Na reta final do campeonato, Fogão brinca com o perigo

A direção do Botafogo andou sondando o Vasco sobre a possibilidade de realizar partidas do Campeonato Brasileiro em São Januário. Justo na reta final da briga pelo título brasileiro, o Glorioso pode ficar sem o trunfo do “tapetinho” do estádio Nilton Santos em até três partidas, por conta dos shows de música programados para o local.

E não são jogos desimportantes, muito pelo contrário. O Botafogo pretende usar o estádio vascaíno contra Cuiabá, Palmeiras e Grêmio. Contra paulistas e gaúchos, o time pode sacramentar a arrancada rumo ao título.

Não há dinheiro que pague tanto risco. Depois de perder o técnico Luís Castro na primeira parte do turno, o Botafogo trouxe Bruno Lage e mergulhou na instabilidade. Quando Lúcio Flávio assume o barco, a direção opta por alterar a rota e põe em perigo a caminhada vitoriosa.

Há coisas que, definitivamente, só acontecem ao Botafogo. Esta era uma expressão cultivada em períodos de vacas magras. Agora, em plena efervescência da SAF, com dinheiro à disposição, a gestão se apequena em busca de um lucro que se torna ínfimo se comparado à taça tão sonhada.

Em tempo, o Botafogo vai ceder o Nilton Santos para shows de Roger Waters, no dia 28 de outubro; Red Hot Chili Peppers, em 4 de novembro; RBD, em 09 e 10 de novembro; e de Taylor Swift, dias 17, 18 e 19.

Sou muito fã do rock de Red Hot Chili Peppers e Roger Waters, mas não há como aceitar essa fuga de ideia da direção da SAF alvinegra.