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Auto do Círio encena cortejo pelas ruas da Cidade Velha

Auto do Círio encena cortejo pelas ruas da Cidade Velha Auto do Círio encena cortejo pelas ruas da Cidade Velha Auto do Círio encena cortejo pelas ruas da Cidade Velha Auto do Círio encena cortejo pelas ruas da Cidade Velha
Realizado como projeto de extensão da UFPA, cortejo este ano tem sustentabilidade como tema FOTO: DIVULGAÇÃO
Realizado como projeto de extensão da UFPA, cortejo este ano tem sustentabilidade como tema FOTO: DIVULGAÇÃO

TEXTO: ALINE RODRIGUES

Com o tema “Nossa Senhora de Todas as Vozes da Amazônia”, e celebrando 30 anos, o espetáculo Auto do Círio, hoje projeto de extensão da Universidade Federal do Pará (UFPA), realiza seu cortejo artístico com apresentações de teatro, cantos, danças e músicas, em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré, nesta sexta-feira, 6, com concentração a partir das 18h, na Praça do Carmo.

Diferente do ano passado, o trajeto do cortejo volta a ter início na Praça do Carmo, pela rua Dom Bosco, na Cidade Velha, segue pela rua Doutor Assis, até a Igreja da Sé, passa pelo Instituto Histórico Geográfico do Pará e finaliza em frente ao Museu do Estado do Pará, onde ocorre a ascensão do manto e a homenagem dos artistas-devotos à Nossa Senhora de Nazaré.

“Voltamos para a Praça do Carmo porque lá pediremos bênçãos à Nossa Senhora do Carmo. Foi um pedido dos artistas-devotos. Além disso, muitas pessoas também sentiram falta do cortejo sair de lá, logo resolvemos voltar às nossas origens. Às 18h estaremos lá na praça, com a nossa saída, e um tema bem mesmo nosso, que puxa para questões amazônidas em relação à sua cultura, ao seu povo”, diz Inês Ribeiro, coordenadora do projeto e professora de Artes da UFPA.

O tema deste ano quer discutir sobre sustentabilidade e as questões climáticas, pois o Auto do Círio quer fomentar, por meio da arte, o debate por mais respeito pelas populações que vivem na Amazônia como forma de garantir a cultura como um direito humano fundamental, pois acreditam que o futuro da Amazônia é o futuro do Brasil e do planeta.

Realizado pela primeira vez em 1993, pelas professoras Zélia Amador de Deus e Margareth Refkalefsky, o Auto do Círio homenageia, por meio da arte, as populações amazônidas, chamando a atenção para as questões sociais, econômicas, políticas, ambientais e culturais da região, e potencializando as expressões culturais do Pará. Isso, por meio da participação de artistas, professores, mestres, e da própria comunidade que prestigia o cortejo.

Orquestra do Auto do Círio estreia nesta sexta-feira

Considerado patrimônio histórico e imaterial da cultura do Estado, o evento deste ano irá lançar a Orquestra do Auto do Círio, que promete trazer muita música autoral e canções que já fazem parte do cortejo cultural, explica Inês Ribeiro.

“A diferença este ano será o lançamento da Orquestra, com uma musicalidade mais regionalizada, usando maracas, tambores, uma experimentação para o Auto ter a sua própria orquestra. A gente traz um pot-pourri tanto de músicas autorais para orquestra quanto outras músicas que já ficaram [na história] no Auto do Círio. A gente sai com festa, num ritmo mais cadenciado, por conta do barulho na Cidade Velha. Depois a gente vem com a musicalidade mais regional, com Boiúna de Fé, do Gutiérrez, segue com Zélia [Amador], com [a cantora] Ruth Costa, tudo bem regionalizado”, diz Inês.

Apoteose com escola de samba

Já no final do cortejo, onde acontece a ascensão do manto e a homenagem dos artistas-devotos à Nossa Senhora de Nazaré, terá a participação da Escola de Samba Xodó da Nega, com a música do Auto do Círio.

“Foi a única escola que fez uma homenagem integral. Teremos também um grupo de dança, que traz um corpo mais regional e menos carnaval, que puxa para o carimbó, quadrilha, lundu, o corpo deles é menos carnavalizado e mais regionalizado”, acrescenta Inês.

Este ano o Auto do Círio também ofereceu oficinas em quatro modalidades: dança, música, teatro e máscaras, para quem desejava participar do cortejo, além de ter realizado ensaios para o espetáculo desde o dia 18 de setembro.