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Governo prevê 500 mil afetados por seca no Norte e anuncia R$ 138 milhões em obras

Alunos impactados pela estiagem recebem alimentos no Amazonas. Foto: Euzivaldo Queiroz
Alunos impactados pela estiagem recebem alimentos no Amazonas. Foto: Euzivaldo Queiroz

MARIANNA HOLANDA

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo do presidente Lula (PT) prevê que chegue a 500 mil o número de afetados pela seca no Norte neste ano. O vice-presidente Geraldo Alckmin vai visitar a região com comitiva de ministros nesta quarta-feira (4) e anunciou R$ 138 milhões em obras de dragagens para minimizar o problema fluvial.

Alckmin coordenou uma reunião de cerca de uma hora no ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços para preparar os trabalhos para a visita. Foi a primeira, a nível ministerial, sobre o tema. Lula se recupera de cirurgias no quadril e nas pálpebras, realizadas na última sexta-feira (29).

“Há uma semana, estávamos com previsão de atingidos de 100 mil pessoas. O que projetamos, e está se confirmando, é de atingir 500 mil pessoas. Hoje com 58 municípios em situação de emergência, inclusive a capital [Manaus], devemos ter que assistir realmente em torno de 500 mil pessoas”, disse a jornalistas o ministro Waldez Goes (Integração Nacional).

Ele explicou que há 55 municípios já com emergência decreta e mais três no processo. O governo ainda faz levantamento de quantas comunidades indígenas foram afetadas e qual a melhor forma de atendê-las.

“A questão mais emergencial é água, alimento e combustível. Então, os municípios estão encaminhando ao ministério de Integração Nacional os planos de trabalho e não faltarão recursos para atender a população”, afirmou Alckmin.

O principal anúncio realizado nesta terça foi o de obras de dragagens, que servirão no médio e longo prazo para a região. Serão assinadas pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa filho, ordens de serviço para iniciar dragagem no rio Solimões, entre as cidades de Benjamin Constant e Tabatinga, por 8 km. O valor desta obra é de R$ 38 milhões, e já começa a partir de amanhã.

A outra deve começar de 15 a 20 dias, na foz do rio Madeira com o rio Amazonas, e tem 12km de extensão, custando R$ 100 milhões.

De acordo com o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), a obra do Solimões vai durar 30 dias e a do Madeira, 45.

Há ainda discussão sobre liberar auxílio-defeso, e antecipar Bolsa Família e BPC aos moradores dos municípios atingidos.

“O impacto ambiental é algo tremendo e assustador. O Ibama, o ICMBio, instituições de pesquisa estão trabalhando na região”, disse a ministra Marina Silva (Meio Ambiente).

“Estamos fazendo uma ação emergencial em relação aos botos e tucuxis que estão sendo ferozmente atingidos, não só pela mortandade em função da estiagem. Mas também porque alguns rios ficam com quantidade de água muito baixa e estão sendo feridos pela embarcação que continua passando em alguns trechos”, completou.

Por enquanto, estão confirmados na comitiva de Alckmin a Manaus Goes, Marina, Silveira, Sônia Guajajara (Povos Indigenas), José Múcio (Defesa), a secretária-executiva do Desenvolvimento Agrário, Fernanda Machiaveli além de representantes da Saúde, do Desenvolvimento Regional, de Relações Institucionais e do Dnit.