Tylon Maués
Por enquanto, o Campeonato Paraense de Basquete de 2023 será realizado entre apenas duas equipes, Clube do Remo e JP8 Sports (convidado), que foram as únicas que se inscreveram. Na discussão quanto ao regulamento da competição, não houve consenso e o Paysandu se retirou da disputa. O Leão Azul soltou um comunicado ontem à noite sobre a situação, com um impasse quanto à contratação de atletas de fora do estado.
“Neste ano, o Clube do Remo resolveu que é chegada a hora de prestigiar os atletas locais, em detrimento de atletas que não moram no estado e vêm transferidos de outros clubes apenas para jogar o campeonato. Os atletas paraenses, que passam o ano inteiro treinando, jogando amistosos e torneios locais, são alijados do campeonato mais importante, quando chegam os atletas ‘estrangeiros’. A previsão, este ano, era que o nosso rival trouxesse entre sete e oito atletas que não moram e não jogam basquete em nosso estado”.
O clube azulino defende que a prática de contratações é nociva para o futuro do basquete local. No comunicado, há a afirmação da percepção de que, ao longo dos últimos anos, os atletas da base param de jogar cada vez mais cedo ao perderem o estímulo ao ver que são preteridos por atletas de fora.
Na reunião de definição do regulamento do Parazão, o Remo propôs a não permissão da inscrição de nenhum atleta que não morasse no Pará ao longo do ano de 2023. O Paysandu, por sua vez, teria feito a contraproposta de trazer três jogadores transferidos ao longo do ano e atletas que não moram no Pará, que jogam em outros clubes não federados, mas que foram inscritos por ele no final de dezembro de 2022.
NEGOCIAÇÕES
A Federação Paraense de Basketball decidiu admitir a transferência de um atleta que não mora no Pará desde janeiro de 2023, mesmo que jogue em outro clube federado. Os remistas aceitaram, os bicolores não. Estes declararam que não participariam do campeonato adulto. O Remo fez outra contraproposta, de admitir a inscrição de um atleta federado transferido e mais um atleta inscrito em dezembro de 2022, mas que não mora e não joga no estado do Pará. Esta também não foi aceita pelo Paysandu.
“O Clube do Remo lamenta a decisão do rival, mas tem certeza que sua proposta prestigia o Basquete Paraense, valoriza os atletas locais e servirá como um marco para o fomento e desenvolvimento do esporte em nosso estado”, escreveu o clube em seu comunicado.