Bola

Saiba por que Robgol foi condenado a 35 anos de prisão

Robgol foi condenado a 35 anos de prisão. Foto: Mário Quadros/arquivo
Robgol foi condenado a 35 anos de prisão. Foto: Mário Quadros/arquivo

Uma decisão judicial caiu como uma bomba para os torcedores do Paysandu, em especial aqueles que acompanham o Paysandu há anos e têm em um atacante um dos eternos xodós. Um dos maiores ídolos da história do clube foi condenado na Justiça do Pará.

Trata-se de José Róbson do Nascimento, o Robgol. O ex-atacante bicolor foi julgado e condenado, em primeira instância, a mais de 35 anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro durante o período em que ele foi deputado estadual na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), entre 2006 e 2010.

O esquema criminoso teria sido operado a partir de 2008 e ficou conhecido como “Máfia dos Contracheques”. A decisão judicial com a condenação de Robgol foi publicada no último dia 18 e cita outros 13 servidores da Alepa que teriam tido participação nas fraudes em folhas de pagamento.

Na época das investigações, o ex-deputado chegou a ser alvo de uma operação de busca e apreensão, na qual foi apreendida a quantia de R$ 457 mil em espécie, bem como cerca de R$ 40 mil em vale-alimentação da Alepa.

Na decisão judicial de 145 páginas, expedida pelo juiz de Direito Lauro Fontes Júnior, do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJ-PA), são reconhecidas as acusações contra os operadores da “Máfia dos Contracheques”.

Segundo o processo, salários de funcionários fantasmas — ou seja, pessoas que não trabalhavam efetivamente na Alepa, mas tinham o nome registrado nas folhas de pagamento — eram divididos entre os acusados.

Toda a operacionalização do esquema criminoso estaria sob a responsabilidade de Jorge Moisés Cadah. Já a ex-servidora Mônica Alexandra da Costa Pinto, que era lotada na Seção de Pagamentos, teria feito a alimentação de dados falsos no sistema automatizado que realizava a emissão dos contracheques.

As investigações apontaram que pessoas eram convencidas a ceder seus documentos pessoais para integrarem o esquema e serem inseridas nas folhas de pagamento da Alepa. Entre os benefícios oferecidos a elas, estavam promessas de emprego e doação de cestas básicas.

“Em verdade, seria a partir dessa fonte de dados que enxertos inverídicos eram feitos à folha de pagamentos da Alepa, permitindo-se a extração de grande soma de dinheiro ilegalmente. Organizados e dividindo tarefas, cabia ao servidor Sérgio Duboc, enquanto diretor da Alepa, manter a interface com a instituição financeira, de tal sorte que essas remunerações indevidas pudessem ser sacadas”, escreveu o juiz Lauro Fontes Júnior na decisão.

Robgol, que já era bastante conhecido no cenário nacional em razão dos bons desempenhos no time do Bahia, rapidamente ganhou notoriedade junto à torcida do Paysandu. Em 99 jogos, marcou 75 gols em três temporadas pelo clube: 2003, 2005 e 2007. Em 2003, foi o principal destaque do Papão na participação inédita na Libertadores. (Com informações do DOL)