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Grupo SaGRAMA faz apresentações musicais inéditas em Belém

Os pernambucanos do SaGRAMA farão duas apresentações no Teatro do Sesi FOTO: DIVULGAÇÃO
Os pernambucanos do SaGRAMA farão duas apresentações no Teatro do Sesi FOTO: DIVULGAÇÃO

Pela primeira vez, Belém recebe o projeto SaGRAMA, que está em circulação por cidades brasileiras celebrando os 25 anos do grupo, que versa pela cultura nordestina. Na capital paraense, haverá duas apresentações artísticas: nesta quinta-feira, 28, reservada a alunos de música e de escolas públicas e instituições que trabalhem a inclusão social através da cultura; e na sexta-feira, 29, às 20h, aberta ao público em geral. Ambas ocorrem no Teatro do Sesi, com ingresso gratuito, trocado por 1kg de alimento.

Para o grupo é muito importante estar em Belém, afirma o músico Sérgio Campelo, idealizador e diretor artístico do projeto. “Eu já fui a Belém outras vezes, já toquei no Theatro da Paz, mas o grupo Sagrama, em si, não. Então é alta a expectativa de estar num lugar com tanta identidade cultural, confraternizar com esse público e mostrar o nosso trabalho”, diz.

A formação atual do grupo conta com Sérgio Campelo (flautas, arranjos e direção artística), Ingrid Guerra (flautas), Crisóstomo Santos (clarinete e clarone), Cláudio Moura (viola nordestina, violão, arranjos e co-direção), Aristide Rosa (violão), João Pimenta (contrabaixo acústico), Antônio Barreto (marimba, vibrafone e percussão), Tarcísio Resende, Dannielly Yohanna e Isaac Souza (percussão).

Trajetória de 25 anos nos palcos

SaGRAMA é um grupo de música instrumental que completou 25 anos no período da pandemia, mas só agora pode comemorar um quarto de século em atividade. “A ideia é mostrar a nossa trajetória dentro desse projeto, incluindo nos espetáculos músicas dos nossos dez CDs gravados, incluindo a trilha sonora do filme ‘O Auto da Compadecida’ e dando ênfase nas principais músicas que mais repercutiram diante do público. Este é um projeto da Vale que é interessante para a gente porque são lugares onde ainda não tínhamos apresentado o nosso trabalho. Estivemos no Maranhão e agora estamos indo para Belém do Pará”, afirma Campelo.

O músico comenta como será a apresentação dedicada aos estudantes: “A gente faz uma espécie de concerto-aula, incluindo informações da cultura popular nordestina. Em seguida, a gente segue com uma palestra sobre ritmos da cultura popular. Com esse mesmo público, vamos mostrar slides e explicar as principais manifestações do Pernambuco e do Nordeste, principalmente”, detalha.

A apresentação aberta ao público em geral, amanhã, 29, é mais completa, enfatiza. “Esse será um espetáculo com o apanhado de todos os CDs do grupo. Fazemos música instrumental com linguagem popular e erudita. Há ainda música com informações de teatro, quando a gente coloca uma cena representando uma feira e uma cega pedindo uma esmola, situações comuns das cenas de feiras do Nordeste. Tem ainda a participação do Boi pernambucano chamado Babá, com uma narração em que há uma partilha do boi, revelando uma narrativa sobre como ele migra de estado para o outro, além de folguedos centenários que passaram por modificações. Teremos um guerreiro alagoano e um reisado pernambucano”, descreve o diretor artístico.

No repertório da orquestra, o maracatu e o frevo são alguns dos ritmos típicos do Nordeste que serão executados no palco. “Estamos levando ainda coisas diferentes como o samba de Pernambuco, que existe, mas é pouco explorado. Outra coisa é a trilha do filme ‘O Auto da Compadecida’, que tivemos a honra de assinar. É um filme dirigido por Guel Arraes, que foi recordista de bilheteria nos anos 2000. Nesse tema do filme, traremos para o palco as músicas narrativas dos personagens confirmadas no próximo filme”, antecipa Sérgio Campelo.

Grupo já foi finalista do Grammy Latino e vencedor do Prêmio de Música Brasileira

Com atuação na música em mais de três décadas, e formação erudita, Sérgio Campelo é professor do Conservatório Pernambucano de Música. Ele foi membro da Orquestra Sinfônica de Pernambuco durante 37 anos. O projeto SaGRAMA foi fundado por ele com o violeiro Cláudio Moura e o percussionista Antônio Barreto em 1995. Em 1998 eles foram convidados para assinar a trilha sonora do filme “O Auto da Compadecida” e desde então, receberam diversas premiações e conquistaram uma projeção maior.

“Já fomos finalistas no Grammy Latino. Vencemos o Prêmio da Música Brasileira de 2015, na categoria com o CD ‘Cordas, Gonzaga e Afins’, este que foi um projeto nosso patrocinado pela Natura com o qual a gente excursionou o Brasil com a cantora Elba Ramalho, o Quarteto Encore, o baterista Tostão Queiroga e os sanfoneiros Marcelo Caldi e Beto Ortiz. Além disso, a gente tem feito trilhas sonoras para cinema, televisão, teatro e dança. E ainda, temos uma proposta de fora, uma para Portugal e outra para Holanda”, enumera.