Nildo Lima
Afastado da Série B do Brasileiro desde 2019, tendo caído no ano anterior, como 17º colocado na classificação final, o Paysandu está cada vez mais perto de retornar à competição, da qual foi campeão por duas vezes: 1991 e 2001. A possível volta à Segundona representaria uma reviravolta nas finanças do Papão, que arrastaria para os seus cofres R$$11 milhões só de cota, paga pela Brax, que detém o direito de transmissão do campeonato. O montante é bem superior aos R$800 mil recebidos pelo clube pela participação na 1ª fase da Série C deste ano, com mais R$240 mil pela classificação à 2ª etapa do campeonato.
Afora a cota fixada pela Brax, o Paysandu e os outros 19 clubes participantes da Segundona, ainda embolsarão, naturalmente, a renda dos jogos como mandante. As partidas da Série B são bem mais atrativas que as da Série C, o que, supostamente, representa públicos maiores nos estádios. O apelo midiático da Série B é, também, bem superior ao que ocorre na Série C, permitindo aos clubes a possibilidade de acordos financeiros muito mais vantajosos com patrocinadores.
Diferentemente do que ocorre na Série A, chamada de Brasileirão, em que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) premia os times conforme a posição final de cada um deles na tabela de classificação, a Série B tem um formato mais equilibrado. Os clubes negociam os direitos de transmissão, que são distribuídos de forma igualitária. Em acordo que se iniciou em 2022 e vai até 2026, os clubes aceitaram por unanimidade a proposta apresentada pela Brax para os direitos de transmissão. O contrato terá quatro anos de duração e prevê o pagamento de R$10 milhões a cada participante este ano.
O montante rateado entre os clubes começou, este ano, com R$ 210 milhões, com reajuste para R$231 milhões, no ano que vem. Embora o direito de transmissão seja a “cereja do bolo” do modelo de monetização da Série B, a CBF começou, em 2022, a premiar os clubes por desempenho esportivo. A temporada do ano passado foi a primeira que a entidade pagou um valor em dinheiro aos clubes que subiram para a elite nacional. O modelo foi mantido para este ano e, tudo indica, seguirá sendo cumprido nas próximas temporadas.