Dor na coluna é um problema que afeta cerca de 80% da população mundial, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). Como a coluna é uma estrutura de sustentação ligada a diversas partes do corpo, todas essas camadas são afetadas quando sentimos a indesejável dor nas costas.
Quando isso ocorre, é importante buscar ajuda médica para saber o diagnóstico e qual o tratamento mais adequado. Dependendo da situação, há certos casos em que a patologia evolui e o caminho pode ser a cirurgia. A boa notícia, porém, é que a medicina também evoluiu e hoje apresenta tecnologias que permitem cirurgias minimamente invasivas, com muitas vantagens para o paciente, como a reabilitação mais rápida, por exemplo.
Segundo o neurocirurgião Carlos Lobão, da equipe Neurolife, a cirurgia minimamente invasiva é indicada para vários tipos de doenças, entre elas, a hérnia de disco, a artrose, traumatismos e dores crônicas na coluna. “As técnicas realizadas são a cirurgia percutânea (onde é feita uma punção na pele para acessar os órgãos internos e tecidos) e as cirurgias com a utilização de endoscópio e de microscópio.
Na cirurgia endoscópica de coluna é utilizada uma câmera de vídeo acoplada a uma cânula, o que viabiliza inserir os instrumentos de trabalho. Dessa forma, o cirurgião pode remodelar as estruturas que provocam a patologia. Esse tipo de cirurgia evoluiu tanto que, por vezes, é o principal caminho para se chegar ao resultado desejado para o paciente.
A cirurgia feita com auxílio de microscópio, ou microneurocirurgia, é um procedimento que conta com a visão 3D, iluminação e amplificação de imagem, aumentando a capacidade de visão do olho humano, algo que apenas esse equipamento permite. “Com ela é possível utilizar técnicas e manobras para tratamentos de estruturas de dimensões bem reduzidas, de forma segura e eficaz.”, destaca o neurocirurgião.
Após cirurgia endoscópica, empresário virou triatleta
Há alguns anos, o empresário Diogo Gama passou por maus bocados por conta de uma hérnia de disco que lhe causava uma dor muito forte na perna. Para tentar aliviar o incômodo, fez fisioterapia por cerca de três meses, mas sem resultado animador.
O caso necessitava mesmo de cirurgia e a indicação foi a endoscópica, realizada em fevereiro de 2021. “Foi um sucesso! E a recuperação, muito rápida! Praticamente, após uma semana, eu já estava recuperado, andando e trabalhando normalmente!”, conta com entusiasmo.
O procedimento deu tão certo que o empresário virou um triatleta. “Já corri várias meias maratonas e completei duas provas de Ironman 70.3. “, revela. Destaca ainda que faz essas atividades com acompanhamento profissional em fisioterapia e mobilidade.
“Depois da cirurgia, sinto-me muito mais forte e confiante! E para as pessoas que forem diagnosticadas com hérnia, digo que não é o fim da linha. Existem vários tratamentos, mesmo antes da cirurgia! E se por um acaso tiver que operar, não tenha medo. Vai dar certo! Tenha fé!”, aconselha.
Sinais do corpo
O corpo dá sinais a respeito da gravidade do problema na coluna e da possível necessidade de cirurgia. Um deles é quando a dor, de tão intensa, impede que a pessoa realize atividades comuns do dia a dia, impactando seriamente em sua qualidade de vida. Outro sinal importante é quando o paciente se submete a tratamento especializado, mas nem assim a dor desaparece.
Um exame detalhado vai apontar a causa da dor e o melhor tratamento. “É importante salientar que a cirurgia minimamente invasiva é menos agressiva, mais rápida e o paciente recupera-se com maior rapidez também.”, reitera o neurocirurgião. E, comparadas com as tradicionais cirurgias abertas, as menos invasivas também apresentam menor risco no pós-operatório.
O médico destaca ainda a importância da fisioterapia após a cirurgia para o reforço muscular e para minimizar o aparecimento de futuros problemas. E para quem quer evitar as dores na coluna, ele ressalta que a prevenção passa por atividade física, cuidado com a postura nas atividades diárias e redução do peso. Nesses casos, também é recomendável buscar orientação de um especialista.
Créditos
Por Iva Muniz/NRT
Foto: Divulgação