Wal Sarges
O cantor e compositor Toni Soares se apresenta neste sábado, 23, às 20h30, para celebrar o lançamento do álbum “Por trás das fitas”, que já está disponível nas plataformas digitais. O show ocorre no Teatro do Liceu da Música, em Bragança. O evento contará com participações de convidados: os cantores Bela Portugal (ex-The Voice) e Beto Penafort, Marcos Salgado e Emanuel Antônio, filho de Toni.
O show reflete um pouco do novo disco, mas Toni diz que não pode deixar de cantar as clássicas do cancioneiro bragantino. “No show não pode faltar marujada, os clássicos do cancioneiro popular”, diz ele, para quem Bragança “é o melhor lugar do mundo”.
A banda que acompanhará Toni Soares no show é composta por mestres da Marujada de Bragança e uma nova geração de músicos bragantinos: Zé Maria Capitão (pandeiro e tambor-onça), Mestre Zeca do Tambor (curimbó grave), Danilo Lisboa (acordeon e piano), Custódio Batera (bateria), Gabriel Cardoso (guitarra), Lucas Smith (baixo), além dele ao violão, guitalelê e banjola.
O cantor não esconde a emoção de apresentar este trabalho ao público. “Este disco me pega pela emoção porque acompanhei cada processo. Sou muito meticuloso no que eu faço. Foi um disco que me deu muito trabalho por conta dessa sonoridade de computador que eu não domino. Isso gerava ansiedade, mas tive a honra de contar com o talento do produtor e músico Marcel Barretto, que tocou guitarra, contrabaixo e pensou em todo o disco antes de gravar. Ele me dizia o que estava pensando e a gente se entendia. Tem uma coisa que me deixa emotivo, diferente da espiritualidade dos outros discos. É uma coisa muito saudosa que eu já tinha de Belém, de estar afastado e de repente ver toda a sonoridade de novo”, afirma.
“Por trás da fitas” traz sonoridades urbanas, descreve o artista. “É um disco que tem uma temática muito urbana, a partir do encontro de letristas e músicos. Destaco a grande participação e parceria com Marcel. Ele traz uma sonoridade diferente do Toni Soares conhecido pela Marujada, do Arraial do Pavulagem e do retumbão. Por isso tem essa referência no título. O álbum é carregado de tecnologias, com pouquíssimas participações de músicos. Além de Marcel, Dan Bordalo”, descreve.
Este é o décimo CD da carreira de Toni Soares, sendo que cinco têm a presença da cultura popular, mas também ferramentas tecnológicas, a exemplo de “Soul Benedito”. “Aquele CD já trazia essa sonoridade moderna, com samples, muita coisa eletrônica. Quando eu trabalhava no Arraial, levava essa sonoridade mais contemporânea para o grupo, tanto que o disco ‘O Arrastão do Pavulagem’ produzido por mim e Beto Paes traz as guitarras misturando com naipe de metal. Meu último trabalho com o Arraial, ‘Sinfonias do Marajó’, foi um disco com muita tecnologia também”.
PARCERIAS
É um disco romântico também, ressalta o artista, detalhando feats e letras que recebeu. “O Guaracy de Britto Jr, que é um grande poeta, trabalha com o tema romântico de forma surreal, e isso me agrada muito, envolve uma sonoridade progressiva do disco”, elogia Toni, que tem várias músicas com Guaracy como co-autor.
Ele também cita canções como “Nêgo Vicente”, “que tem temática popular e é dedicada ao grande folclorista e antropólogo Vicente Salles, com os tambores em homenagem a ele”, detalha. “Tem uma parceria com o Antônio Oliveira, que trabalha levantando a bandeira LGBTQIA+. É muito interessante quando ele abordou a temática de São Benedito como um santo de todos, sem fechar a porta para ninguém. É uma música que eu regravei em forma de single, que mistura o português com o iorubá. Ele é um grande compositor”, conta Toni.
Já “As Horas em Girassol” conta com a participação da cantora Ana Clara. “É uma música linda, com letra do Guaracy de Britto Jr. Chamei a Ana Clara pela pegada dela com o trabalho com o Meio Amargo. Ela canta divinamente. Tem ainda duas músicas com o parceiro do Arraial, Ronaldo Silva, em uma proposta temática urbana, é muito progressivo”, destaca.