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Gerson Nogueira: 'Quem ainda acredita no VAR?'

 Foto: Fernando Torres / CBF
Foto: Fernando Torres / CBF

Quem ainda acredita no VAR?

Quando o VAR entrou em cena havia a esperança de que muitos dos grandes e cabeludos erros de arbitragem seriam finalmente evitados no futebol brasileiro. Pura ilusão. Mesmo com seguidos cursos e orientações para os árbitros de cabine, o VAR vem se afundando em decisões e omissões que beiram o absurdo.

Ouvir o áudio das conversas que rolam na cabine é um exercício de sofrimento extra para jogadores, técnicos e torcedores de times prejudicados pelas intervenções do árbitro de vídeo.

Nos últimos dias, a falta de credibilidade do VAR explodiu com as falhas em lances capitais. Vasco, Botafogo e Grêmio foram as equipes mais afetadas. O Vasco foi vítima de uma interpretação equivocada em lance de gol claro e legal contra o Palmeiras.

O Botafogo sofreu nas mãos do reincidente Rafael Claus no clássico com o Flamengo. Os dois gols rubro-negros tiveram irregularidades na origem. Um pênalti acintoso deixou de ser marcado na reta final da partida. No sábado, em Belo Horizonte, novo erro: o gol de Diego Costa foi anulado sem revisão pelo VAR.

Já o Grêmio foi devidamente garfado, anteontem, diante do Corinthians. Uma penalidade cometida por Yuri Alberto, que rebateu com o braço um cruzamento de Ferreirinha, foi ignorada pelo árbitro Wilton Sampaio, com aval do VAR. No áudio da cabine, dois árbitros também não viram ilegalidade num pênalti claríssimo e óbvio. O caos total.

Para completar o festival de absurdos, a Associação de Árbitros de Futebol do Brasil (Abrafut) publicou ontem manifestação nas redes sociais protestando contra as reclamações de jogadores e do técnico do Botafogo após a desastrosa arbitragem do jogo contra o Atlético-MG, no último sábado (16/9), na Arena MRV.

Segundo a entidade, a anulação do gol de Diego Costa “foi clara”, lamentou as declarações do atacante alvinegro sobre o lance e repudiou as “acusações” do técnico Bruno Lage de que “coisas duvidosas e lances inexplicáveis têm beneficiado e prejudicado equipes”.

É o típico caso do poste urinando no cachorro, conforme a velha máxima jornalística. O Botafogo, sucessivamente prejudicado por arbitragens atrapalhadas, corre o risco de ser punido enquanto árbitros despreparados dentro de campo e no VAR seguem impunes.

Papão avança e Hélio cresce no conceito da torcida

O técnico Hélio dos Anjos vive uma lua-de-mel arrebatadora com a torcida alviceleste. Não é para menos. O homem é o responsável pela campanha que conduziu o PSC à classificação e pelo êxito nas três rodadas iniciais do quadrangular que define o acesso.

Hélio acertou a mão em escolhas e no diagnóstico dos problemas que impediam o PSC de exercer competitividade no campeonato. Sua gestão de vestiário também é muito elogiada no clube. Profissional experiente, ele não hesita em usar métodos antigos para corrigir problemas modernos.

A forma como interage com a torcida é outro ponto a destacar. Hélio sabe se comunicar com o torcedor, atraindo a confiança do público para o time, que muitas vezes foi execrado antes de sua chegada. Domingo, o gesto de tirar a camisa e jogar para a torcida foi simbólico dessa conexão.

Venda antecipada de ingressos faz a festa de cambistas

As vendas de ingressos para o jogo Paysandu x Amazonas, que acontece no dia 1º de outubro, no estádio Mangueirão, começaram ontem (19), com muita procura pelos torcedores, além da ocorrência de velhos problemas. Poucas horas depois de abrir a venda, o clube anunciou que as entradas para a arquibancada do Lado B estavam esgotadas.

O problema é que boa parte desses ingressos vendidos foram parar nas mãos de cambistas, que repassam até pelo dobro do preço. Lembrando que o clube reajustou os preços de arquibancadas e cadeiras. Em fotos e vídeos que circulam nas redes sociais é possível ver vários ingressos adquiridos por uma única pessoa.

O clube precisa organizar e fiscalizar melhor a venda dos bilhetes, a fim de não penalizar os torcedores.

Clima no Flamengo está cada vez mais caótico

A briga entre o vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, com um torcedor dentro de um shopping ontem na Zona Oeste do Rio, revelou o grau de descontrole reinante no clube e expôs também a ausência de Braz, que é vereador, na sessão da Câmara Municipal.

Vídeos do local que circulam em redes sociais mostram aglomerações no centro comercial perto da loja Pandora, onde Braz fazia compras, após o entrevero. As imagens também mostram um torcedor pedindo para o diretor demitir o treinador Jorge Sampaoli.

“E aí Marcos Braz, chega aí. Os ingressos caros, como vamos pra São Paulo agora? Não vai tomar uma atitude? Leva a sério o bagulho. Isso é sacanagem com a nossa cara. Arrecadou 26 milhões pra quê? A gente vai pra S. Paulo sem ter nem o ingresso. Tem que mandar o Sampaoli meter o pé, o Gabigol é outro. É só uma ideia para as coisas não piorarem”.

Quando ficou sozinho com o torcedor, Braz e um segurança partiram para chutes e pontapés. “Foi muito desnecessário, ele foi covarde, não poderia se prestar a esse papel. Ele e um segurança batendo em um menino magrinho”, relatou uma funcionária do shopping.

Depois do tumulto, um dos torcedores disse ter sido mordido pelo dirigente rubro-negro na altura da virilha durante a briga.