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Veja o que fazer antes de abrir conta bancária para menores de idade

O cofrinho, tão usado por crianças para guardar dinheiro, vem dando lugar para a abertura de conta bancárias
FOTO: FREEPIK
O cofrinho, tão usado por crianças para guardar dinheiro, vem dando lugar para a abertura de conta bancárias FOTO: FREEPIK

Diego Monteiro

Nos últimos anos, a abertura de contas bancárias para menores de idade tem ganhado destaque em todo o Brasil. Trata-se dos produtos simplificados, que possibilitam, em geral, recebimento de mesadas, pagamentos via Pix, emissão de cartões de débito, saques e investimentos, introduzindo, cada vez mais precocemente, a educação financeira para crianças e adolescentes.

Em um ano, o número de contas Yellow do C6 Bank, que atende desde recém-nascidos até adolescentes de 17 anos, por exemplo, apresentou um crescimento notável. Lançada em 2020, a conta Yellow fomenta a educação financeira no âmbito familiar desde cedo. Este programa tem sido um dos mais relevantes para a empresa, que registrou um aumento de 30% de clientes em 2023.

Nesse contexto, especialistas veem essa inovação com otimismo, já que é necessário conscientizar a população desde cedo sobre alternativas para uma relação financeira mais saudável, o que leva não somente ao estímulo de uma conta bancária com saldo positivo, mas também a qualidade das relações interpessoais, tanto no âmbito familiar quanto nas amizades.

De acordo com Luís Mesquita, é nessa hora que entra a educação financeira como suporte, onde o indivíduo passa a compreender melhor os próprios rendimentos, com base na informação, formação e orientação. “No caso dos menores, vai além de aprender a cortar gastos, economizar ou juntar dinheiro, mas sim, oportuniza a percepção de quais são as prioridades da vida”, disse.

O especialista detalha: “Os pais têm um papel muito importante no discernimento das informações para os seus filhos, principalmente sobre o que faz sentido; o que é seguro; o que é perigoso; onde se envolver; e onde não. Essas são seguranças que o filho deposita nos pais e, paralelo a isso, os tutores servem como guardiões para impedir que os pequenos acabem entrando em ciladas”, pontua.

IDADES

Segundo o portal do Banco Central do Brasil, para que o jovem com menos de 16 anos possa abrir uma conta bancária, é necessário ser representado pelo pai, pela mãe ou pelo responsável legal. Já aqueles com idades entre 16 e 18 anos, não emancipados, devem ser assistidos pelo pai, pela mãe ou pelo responsável legal.

Atualmente, cerca de dez instituições financeiras oferecem serviços e recursos práticos e adequados para crianças e adolescentes. São opções que proporcionam uma gestão simplificada da vida financeira desse público e também aproveitam a oportunidade para ensinar os princípios da educação financeira, visando estimular o controle de gastos e o hábito de investir desde cedo.

Para Luís, é fundamental observar esses pontos, pois, ao adquirir esses novos produtos financeiros, é essencial que eles ofereçam um serviço educacional, especialmente lições de educação financeira, os fundamentos para lidar com finanças pessoais desde cedo. “Desta forma, a ideia é que quando essa criança ou adolescente chegue à idade adulta, já esteja mais preparada e experiente”, explica.

“São conceitos que ajudam a criança a entender que é necessário gastar, poupar, doar, e que a vida tem altos e baixos. As crises, os momentos difíceis, são cíclicos, e eles precisam estar preparados. É necessário ter métodos que incentivem os bons hábitos, que ensinem o valor do dinheiro. A ideia é que os maus hábitos são imediatistas, enquanto os bons hábitos são planejados”, complementa o educador.

SERVIÇO

O educador financeiro, Luís Mesquita, separou algumas orientações para auxiliar os pais antes de abrir uma conta bancária para os filhos. Confira:

  • Antes de criar uma conta para os filhos, assuma o controle de suas próprias finanças, pois para educar as crianças é importante, em primeiro lugar, dar exemplo.
  • Escolha um banco e um aplicativo com medidas de segurança sólidas, preferencialmente com mais de uma camada de proteção.
  • Ativem, juntos, a função de bloqueio da tela do celular, seja por senha, reconhecimento digital ou facial.
  • Desabilite as notificações da tela de bloqueio do celular, como mensagens SMS recebidas, para evitar que pessoas mal intencionadas possam ler as informações.
  • Converse com os filhos sobre os principais golpes digitais.
  • Estabeleça um acordo para nunca solicitar dados ou transferências por telefone ou WhatsApp.
  • Evite transferir grandes quantias para contas de menores de uma única vez e monitore em tempo real os gastos.
  • Verifique as condições oferecidas pelos bancos, incluindo a cobrança de taxas e tarifas, os pacotes gratuitos, os termos de adesão e outros detalhes.