Pará

Sistema pode ser um aliado do produtor e da Amazônia

Especialistas citam diversas vantagens do sistema integrado, garantindo maior retorno financeiro ao produto, qualidade do solo, proteção de áreas e diversificação de culturas

FOTO: VINICIUS BRAGA / EMBRAPA
Especialistas citam diversas vantagens do sistema integrado, garantindo maior retorno financeiro ao produto, qualidade do solo, proteção de áreas e diversificação de culturas FOTO: VINICIUS BRAGA / EMBRAPA

Cintia Magno

Solução tecnológica que proporciona crescimento da eficiência no uso dos recursos naturais mantendo um menor impacto sobre o meio ambiente, o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária é uma opção alinhada à sustentabilidade. Ao integrar diferentes sistemas produtivos dentro de uma mesma área, o sistema possibilita ao produtor a realização de um cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, de forma a diversificar a sua produção, tornando-a mais sustentável. Para quem decide adotar o sistema, é possível contar com as linhas de financiamento do Banco da Amazônia (Basa).

A Gerente Executiva de Centrais de Crédito do Basa, Patrícia Barbiero Aires dos Santos, explica que o banco proporciona acesso ao crédito para os produtores que trabalham tanto com o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária, que integra pecuária e agricultura, quanto os que trabalham com o Sistema Lavoura-Pecuária-Floresta, mais completo, e que agrega agricultura, produção animal e floresta.

“Você pode fazer o sistema completo ou apenas a integração lavoura e pecuária, ou pecuária e floresta, ou lavoura e floresta. Mas todos eles têm vantagens”, destaca. “A principal vantagem referente a essa metodologia é você utilizar melhor as condições ambientais, porque quando você tem uma monocultura, em que se trabalha com uma única atividade, só pecuária, ou só o cultivo da soja, ou só o cultivo da banana ou só o de abacaxi, você fica refém dessa monocultura e das intempéries da natureza e das variações econômicas”.

Já no sistema que integra lavoura e pecuária, se obtém uma produção agrícola mais sustentável, com maior segurança alimentar para o produtor rural, com maior respeito ao meio ambiente, além de uma maior viabilidade econômica.

“Na integração você pega uma área degradada, coloca uma, duas ou três culturas nela e, com isso, você traz maior produtividade para essa propriedade e, trazendo maior produtividade, você também melhora a condição do solo, melhora a condição do ambiente porque você também possibilita o sequestro de carbono, mantém os nutrientes do solo e protege esse solo de erosão e de ‘n’ fatores de degradação”, evidencia Patrícia Barbiero.

“Se você consegue produzir mais, utilizando melhor a área que já tem, você tem um melhor retorno financeiro, sem precisar abrir novas áreas, protegendo a natureza. Principalmente quando se trata de uma propriedade pequena, você tem que fazer com que ela seja produtiva o ano todo, já que é dela que você depende. Então, é importante que se tenham essas tecnologias”.

Na medida em que proporciona tais melhorias, a tecnologia segue alinhada com a principal missão do Banco da Amazônia, a de desenvolver a região de forma sustentável. Não à toa, tanto os pequenos, quanto os médios e grandes produtores encontram no Basa condições especiais para implantar ou desenvolver Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária em suas propriedades.

“Nós fazemos financiamentos desde o pequeno produtor, da agricultura familiar, até o de médio e grande porte. Mas a gente direciona bastante para a faixa de pequenos produtores, através do Pronaf, e também direcionamos muito para o que a gente chama de crédito verde, o crédito que protege o meio ambiente”, explica a Gerente Executiva de Centrais de Crédito do Basa, Patrícia Barbiero. “Esse semestre nós já fizemos R$3,3 bilhões em linhas verdes, direcionados para esse público, para se ter uma ideia de como a gente tem interesse nesse segmento”.

Para ter acesso a esse crédito, Patrícia explica que o produtor precisa procurar uma agência do Banco da Amazônia e realizar o seu cadastro. “E como a gente faz para o produtor chegar a esse crédito? Ele tem que ter um relacionamento com o banco. Ele procura uma agência bancária mais próxima da cidade dele e aí a gente vai fazer o cadastro, verificar limites disponíveis e o produtor apresenta o seu projeto”, esclarece.

“O Banco financia tanto o plantio, quanto consórcio, a compra dos animais, do maquinário e, além disso, em caso de projeto de implantação e estruturação, o banco também financia a assistência técnica para ajudar esse produtor rural, principalmente o da agricultura familiar, a implantar esse projeto de forma sustentável. A cadeia de valor do Banco é ajudar essa propriedade que está precisando renovar a sua estrutura tecnológica. A gente entra com o capital, financia a assistência técnica e acompanha esse crédito durante todo o tempo para que o produtor possa implantar”.