Tylon Maués
Principal estrela do futebol brasileiro nos últimos anos, o atacante Neymar volta a vestir a camisa da seleção hoje, o que não fazia desde a Copa do Qatar. Recuperado de uma lesão que, inclusive, o impediu de estrear pelo novo clube, o saúdo Al Hilal. Sua presença em Belém tem sido a mais comemorada pela torcida, o que ele não deixou de reconhecer.
“É sempre bom estar aqui. Não é minha primeira vez em Belém e a recepção é sempre assim, calorosa”. O semblante alegre só mudou quando perguntado se pretendia experimentar algumas iguarias locais, como peixe frito com açaí. “Peixe com açaí? Sério? Nunca vi. Gosto de sorvete de tapioca.
No início de um novo ciclo, alguns questionamentos foram inevitáveis, como os primeiros contatos com o técnico Fernando Diniz e com o futebol da Arábia Saudita, além da conturbada saída do PSG. Outro assunto entrou em pauta, a da possibilidade da quebra de um recorde.
De acordo com as contas da Fifa, Pelé balançou as redes 77 vezes em 91 jogos pela seleção, enquanto Neymar teve 124 partidas para chegar ao mesmo número. A média é bastante favorável ao Rei, que morreu em dezembro do ano passado, mas em números absolutos o atual camisa dez tem a primeira oportunidade de passar essa marca.
DINIZ 1
“Tem sido muito gratificante. Sempre admirei muito o trabalho do Diniz. Por tudo que ele fez nos clubes, por tudo que os jogadores já falaram dele, meus amigos. É orgulho muito grande trabalhar com ele. É nosso comandante, vamos tentar fazer dar certo. Minha relação com ele é igual a que tive com outros treinadores. De muita afinidade, de muito respeito, de muitas conversas. O atleta tem que, sim, conversar com o treinador, para escutar o seu lado. O que às vezes sai nos meios de comunicação não é verdade. Você sendo bem direto e verdadeiro, é o mais importante nessa relação”.
DINIZ 2
“Diniz eu conheço há pouco tempo, tive dois ou três contatos e depois aqui só. Ele é um cara muito diferente, se preocupa muito com o jogador. Se preocupa fora de campo, já falou outras vezes que o importante é estarmos felizes. A gente feliz, o resultado vai muito maior. Ele se preocupa com o ser humano mesmo, vai ajudar, como facilitou na do Veiga, que mudou a vida dele. São detalhes que fazem muita diferença. O Diniz tem um coração muito grande, vai ajudar muita gente, já ajudou e vai nos ajudar também”.
RECORDE DE PELÉ
“Pelé é uma unanimidade, é o Rei do Futebol. Imagina superar isso? Posso dizer que vou superar, mas é algo que vou responder depois, depois que fizer o gol. Amanhã tem tudo pra ser um dia histórico, pelo carinho e pelos jogos que já tive em Belém. Espero retribuir deixando Belém como a cidade onde passei o Pelé”.
VOLTAR À SELEÇÃO
“Não é a primeira vez que sou convocado dessa forma. Alguns anos atrás aconteceu a mesma coisa e joguei os 90 minutos. Me sinto bem. Claro que não tô 100% fisicamente, mas a cabeça tá boa, o corpo tá bom”.
NOVOS DESAFIOS
“Minha cabeça tem que estar boa, eu tenho que estar feliz, tenho que estar bem. Sei me cuidar, vivo isso há 15 anos. Não tem muito segredo. O treinamento lá é intenso, a sede de vencer, de ganhar, minha e dos companheiros, são grandes. Quero conquistar títulos com o Al-Hilal, não muda muito a minha cabeça. Todo mundo falava isso quando fui para o Campeonato Francês, e foi onde mais apanhei na minha vida. Não tem muito o que falar sobre isso, só quem joga sabe o que é difícil. Tenho certeza que não vai ser fácil ganhar o Campeonato Saudita, outras equipes se fortaleceram, tem jogadores renomados, vai ser muito interessante, e tenho certeza que vocês vão assistir”.
ADAPTAÇÃO À NOVA CASA
“Não encontrei nenhum tipo de dificuldade. Obviamente, falar árabe ainda não falo. Meu francês, depois de cinco, seis anos, era bem ruim. Não tem muita diferença. O que é importante é ali dentro de campo, se entender com os companheiros. É cultura nova que estou indo, fiquei feliz de conhecer, fui muito bem recebido, por todo mundo. Estou feliz com minha decisão, com esse futuro que vem pela frente”.
SAUDITÃO
“Eu te garanto que o futebol lá é o mesmo, a bola é redonda, tem gol, e pelos nomes que foram para a liga saudita, não sei, não, se é melhor que o Campeonato Francês”.