Wal Sarges
A cultura alimentar é um dos elementos que identifica determinado grupo, um importante norteador que mostra suas práticas e saberes históricos, culturais, ambientais e territoriais, e que compreende todo o processo, do cultivo ao descarte dos alimentos. Voltado para esta temática, o concurso “Alimentando Nossa Cultura”, do Centro Cultural do Alumínio (CCAL), está com inscrições abertas até às 23h59 desta quinta-feira, 31, on-line. Será premiado um vencedor em cada uma das seis categorias disponíveis, no valor de R$10 mil. Nesta edição, o concurso, apesar de ser nacional, dará destaque para a gastronomia paraense.
Podem se inscrever pessoas residentes no Brasil, que deverão apresentar uma receita típica de uma das regiões do país – não sendo obrigatório ser da região onde o participante tenha nascido ou resida atualmente. No entanto, é preciso especificar a região na ficha de inscrição e no campo de descrição (afetiva) da escolha da receita, explicando porque escolheu aquele prato e aquela região. Outro ponto fundamental é: o preparo do prato precisa incluir pelo menos um ingrediente do Pará.
Será selecionado apenas um prato vencedor em cada categoria: Norte, Sul, Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e mais Menção Honrosa/PA (Barcarena, Abaetetuba e Paragominas).
O concurso tem caráter cultural, pois gerará conteúdo para a edição de um livro e a realização de exposições abertas ao público com produtos culturais, que contam com o apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet. Cada pessoa pode enviar até duas receitas e o tempo de preparo total dos pratos deve ser de, no máximo, 12 horas.
De acordo com a produtora cultural e coordenadora do projeto, Thalita Silveira Neri, o candidato deve comprovar com foto que utilizou um utensílio de alumínio no preparo ou na apresentação do prato, um pedido dos patrocinadores.
Ela destaca ainda que o Centro Cultural do Alumínio, organizador do concurso, é um espaço multidisciplinar que busca justamente fomentar a cultura do alumínio promovendo a informação através de uma série de ações que englobam exposições, oficinas, palestras, workshops e um acervo completo.
“A curadora do projeto irá selecionar três finalistas de cada região e mais menção honrosa. No dia 21 de setembro esses pratos serão reproduzidos por chefs e avaliados pelos jurados, de forma presencial, em São Paulo, escolhendo uma receita vencedora de cada categoria”, diz Thalita.
Em novembro, na cidade de Barcarena, em data a ser definida, será realizado o evento de premiação das receitas vencedoras, inauguração da exposição e entrega dos catálogos com as receitas e um conteúdo editorial sobre gastronomia.
O recorte do concurso será norteado pela gastronomia do Pará devido à diversidade do estado. “Além da vasta riqueza gastronômica da região, por influências amazônicas, dos povos originários e ribeirinhos que representam muito a culinária brasileira, foi uma sugestão de homenagem, vinda dos nossos patrocinadores”, diz Thalita.
O corpo de jurados será composto por três avaliadores, sendo um chef de cozinha paraense, um chef de outra região e um crítico de gastronomia. O júri atribuirá notas de 0 a 5, tendo como critérios a avaliação do aroma, apresentação, aparência, sabor, textura, harmonização dos ingredientes utilizados e a criatividade.
TÃO NOSSO
O chef paraense Léo Modesto, jurado do concurso, celebra a singularidade da cozinha paraense. “Que bom que os nossos ingredientes estão sendo considerados como originários do Brasil. Enquanto os outros estão tratando como exóticos, a gente bate no peito e diz assim: ‘Isso representa o Brasil’. Significa que os ingredientes estão sendo levados para outros estados e para outros países. Isso é muito bom porque realmente a gente reforça a ideia de que temos identidade gastronômica, temos técnicas, entre outras coisas”.
Thalita diz que o certame está disseminando o conhecimento de tradições culinárias regionais, bem como de técnicas inovadoras e da culinária de raiz. “Quando buscamos retratar no concurso cultural pratos típicos de cada região brasileira, estamos divulgando as tradições e costumes desse povo, isso é difusão da cultura. Essa difusão pode estar em um carreteiro de charque vindo do Rio Grande do Sul, um pão de queijo representando Minas Gerais, ou um pato no tucupi do Pará. Tudo isso vem envolto de muita história e muita tradição”, enfatiza.
INSCREVA-SE
Concurso “Alimentando Nossa Cultura”
Inscrições: Até hoje, 31, às 23h59.
Onde: alimentandonossacultura.com.br
Quanto: Gratuito