Bola

Eleições apenas em novembro travam o planejamento do Remo para 2024

Tylon Maués

O começo das “férias forçadas” do Clube do Remo traz também uma situação comum em quase todos os últimos anos em seus meses derradeiros: a de procurar um novo treinador. Mas, dessa vez, com o agravante de ser um ano de eleição. Em novembro, o clube passa por um processo eleitoral, o que vai atrasar toda busca por novo treinador e elenco, partindo do pressuposto que Ricardo Catalá não permanecerá. Chegou-se a cogitar a antecipação do pleito para dar mais tempo de trabalho a quem vier, mas o ato é proibido por estatuto.

Essa é a questão que atormenta parte do meio azulino. Catalá fez um omelete de primeira com os poucos ovos que tinha em mãos, com um aproveitamento muito bom e boa parte da torcida quer que ele renove, mas o técnico é considerado um nome muito ligado à atual gestão. Ou seja, se a oposição ganhar, isso pode inviabilizar que ele permaneça.

Na entrevista coletiva após o jogo do último sábado, na despedida do Leão Azul de 2023, ele afirmou que já chegou a conversar com membros do atual grupo que comanda o clube, mas fez a ressalva dos bastidores da agremiação. “Essa conversa já existiu, mas é um ano de eleição e o clube tem que resolver isso o quanto antes. Já passei minhas condições para ficar e o mais importante é o projeto esportivo. A direção sabe o que precisa, eles têm interesse e eu também”.

Pesa a favor do treinador, além do acesso ano passado e do desempenho bom do time azulino sob seu comando, o fato de ter conseguido bons resultados quando montou um elenco, o que não teve oportunidade no Baenão, sequer tendo conseguido os reforços que pediu.

Quanto ao grupo deste ano, ele deve ser quase totalmente reformulado, possivelmente até com os poucos que se destacaram , por causa do desgaste junto à torcida. O goleiro Vinícius, por exemplo, tem contrato até o fim do Campeonato Paraense do ano que vem e é grande a possibilidade da aposentadoria do jogador de 38 anos. O volante Paulinho Curuá, que ficou tristemente famoso no fim de semana ao acertar um chute na cabeça de um adversário que estava caído no chão, também tem vínculo por mais uma temporada. Isso sem falar dos atletas da base que subiram este ano.

Já outros casos foram emblemáticos pelo claro exemplo da falta de critérios para contratações. A segunda passagem do atacante Thiaguinho pelo Baenão chamou a atenção porque ele chegou ao clube faltando quatro rodadas para o fim da primeira fase e sequer foi relacionado para uma partida. ano passado, quando também foi contratado na reta final da fase, ele atuou em apenas duas partidas.