IFPA: Alunos ganham medalhas e bolsas em olimpíada de astronomia e lançamento de foguetes

Estudantes dos campi Ananindeua, Belém, Breves, Parauapebas e Santarém do Instituto Federal do Pará (IFPA) garantiram medalhas na 26ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e 17ª Mostra Brasileira de Foguetes (MobFog), realizadas no dia 19 de maio. O IFPA inscreveu 235 competidores na OBA e 255 na MobFog. E o saldo de medalhas foi de 1 Ouro, 1 Prata, 7 Bronze na OBA e na MobFog foram 6 Ouros e 3 Pratas.

Uma das medalhistas de ouro da 26ª OBA é uma estudante do curso técnico subsequente em Eletrônica no Campus Belém, que é tecnóloga em Desenvolvimento de Sistema também pelo IFPA, Ana Beatriz da Silva Machado, 19 anos. A jovem conta que esta foi a segunda participação dela na competição. No ano passado, ela conquistou uma prata. “Não existe muito segredo, basta estudar e resolver exercícios. Fiquei muito feliz com o resultado deste ano. Eu estava confiante de ganhar prata ou ouro”.

Outro estudante medalhista do IFPA na OBA foi Henrique Coelho de Andrade, 17 anos, do curso Técnico Integrado de Edificações do Campus Santarém. Em 2022, ele participou apenas da MobFog e garantiu a prata. O apoio dos colegas e o bom resultado do ano anterior foram ingredientes para que ele, agora em 2023, ousasse participar das duas competições. Nesta edição da OBA, ele garantiu bronze e na MobFog conquistou ouro. “Meu segundo ano na MobFog foi tão incrível quanto o primeiro ano, pois desta vez fomos capazes de alcançar 247 metros no lançamento de foguete e esse foi um novo recorde para o nosso Campus de Santarém. Foi uma surpresa para todos que estavam assistindo os lançamentos, ver o foguete indo tão longe”.

Henrique destaca que é importante participar de olimpíadas e eventos científicos como a OBA e a MobFog, pois além de premiações como medalhas e certificados que contribuem para a formação acadêmica, estas experiências enriquecem a formação pessoal e profissional. “É extremamente positivo ter esse contato com o lado prático dos conhecimentos teóricos de diversas áreas. Além de que, é onde podemos trabalhar em equipe para obtermos êxito nos lançamentos dos nossos foguetes. Compartilhamos felicidade e bons momentos”, afirma o medalhista.

A prova da OBA testa os conhecimentos sobre Física, Astronomia, os corpos celestes e os seus respectivos funcionamentos, e, ainda, a interação entre os mesmos. O resultado depende dos conhecimentos prévios e boa leitura. Já a MobFog exige treinamentos práticos, dedicação na elaboração e desenvolvimento do projeto do foguete a ser lançado. Os inscritos na mostra no Nível 3 desenvolvem e lançam um foguete à água e pressurização de ar. Os do Nível 4 devem utilizar vinagre e bicarbonato ou outros propelentes sólidos como combustíveis.

Henrique diz que gostaria que outros estudantes do IFPA e outras escolas participassem destas atividades, pois elas proporcionam integração entre os alunos reforçando o espírito de comunidade. “Além disso, permitem que você ganhe prestígio e reconhecimento no círculo social e para a vida profissional. Através delas, você pode acabar descobrindo um interesse que você nem imaginaria. Então, não é somente dessas duas competições, mas todas as provas, olimpíadas e mostras são extremamente interessantes de se participar”.

Na avaliação do professor de Física, João Paulo da Silva Alves, a participação do Campus Belém na MobFog foi espetacular e uma inovação na forma de construção de foguetes experimentais. A equipe formada por estudantes do curso de Licenciatura em Física, Carlos Alberto Ferreira de Castro, John Herbet da Silva Machado e Lucas Viery Silva Raiol, fizeram o primeiro lançamento de foguete a propelente sólido do Campus Belém. Apesar do protótipo ter percorrido 114 metros de distância da base de lançamento, não atingiu os 165 metros necessários para garantir a medalha de bronze. A não premiação não tirou o brilho do lançamento, diante do feito inédito, do aprendizado e trabalho em equipe proporcionado. Estes estudantes auxiliaram o professor João Paulo, enquanto docentes, em algumas reuniões e oficinas preparatórias dos alunos do ensino médio para a OBA com a ajuda de estudantes de licenciatura e de mestrado em Física. A oficina ocorreu no Laboratório de Física do Campus Belém, durante o Programa de Residência Pedagógica. E os lançamentos foram feitos no centro poliesportivo da Universidade Estadual do Pará (UEPA) situado na João Paulo II. Os participantes da oficina trabalharam na elaboração, montagem e desenvolvimento do projeto de um foguete de propelente sólido, sacarose e nitrato. “Construir um foguete a propelente sólido e com materiais alternativos foi dureza, e fomos os primeiros a construir desta forma no IFPA Belém”, comemora.

Para a professora de Física e coordenadora da OBA no Campus Santarém, Graciana dos Santos de Sousa, este ano também foi o melhor desempenho do IFPA na OBA e na MobFog desde 2016. Ela informou que a direção do campus e a assistência estudantil estão empenhados para que as três equipes medalhistas de ouro da MobFog possam participar da Jornada de Foguetes que ocorrerá em Barra do Piraí (RJ), prevista para ocorrer entre o período de 25 a 28 de setembro de 2023. Agradeceu todo o apoio que recebeu dos colegas de trabalho Damião Meire, Asael Pinto e os estudantes engajados no projeto e execução da OBA e MpbFog no Campus.

Graciana relembra que o primeiro aluno do Campus Santarém classificado para a Jornada de Foguetes em 2016 foi Enderson Dias. Uma oportunidade que o fez tomar gosto pela ciência, tornar-se bolsista de projeto de iniciação científica e projeto de extensão. Ela detalha também que outros alunos faziam parte do projeto, desde o início, o egresso Eduardo Jesus e Mithael Davi. E estes, em 2017, formaram uma equipe e foram destaques na Jornada de Foguetes. “Se hoje podemos contar uma história de êxito, sou eternamente grata a esses três jovens que tanto contribuíram no projeto. Eles me ajudaram a divulgar a OBA e a MobFog em Santarém e cidades vizinhas. Fizemos muitas oficinas de foguetes e de astronomia em escolas estaduais e municipais”.

OBA e MOBFOG

A Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) é uma competição realizada nas escolas brasileiras cadastradas junto à Sociedade Astronômica Brasileira (SAB). A partir de 2005, a Agência Espacial Brasileira (AEB) passou também a participar da organização e a competição se tornou Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica. A Mostra Brasileira de Foguetes (MobFog) é uma competição de experimentação que consiste em elaborar, construir e lançar, obliquamente, foguetes de garrafas pets a partir de uma base de lançamento, o mais distante possível. Os foguetes e as bases de lançamentos devem ser construídos pelos alunos individualmente ou em equipes com até três integrantes. O objetivo é estimular o interesse pela Astronomia, Astronáutica e Ciências.

A OBA e a MobFog são eventos abertos à participação de estudantes de escolas públicas ou privadas, rurais ou urbanas. A participação é voluntária e gratuita. Participam alunos do primeiro ano do ensino fundamental até alunos do último ano do ensino médio. Na MOBFOG além destes estudantes, também podem participar alunos do ensino superior.

A prova da OBA e a MobFog de 2023 foram realizadas na forma presencial dentro de cada escola credenciada sob supervisão dos professores coordenadores aplicadores das provas. Os lançamentos de foguetes artesanais tiveram o prazo máximo de 19 de maio.

Os dois campi que se destacaram na MobFog foram Santarém, com seis ouros, e Parauapebas com três pratas.

Confira a lista de medalhistas e de alunos convocados para as seletivas internacionais 2023-24:

Campus Ananindeua

Gabriel Moroni Lima Pereira Galvão – Bronze

Campus Belém

Ana Beatriz Da Silva Machado – Ouro

Deivison Jeziel De Carvalho Nogueira – Bronze

Eduardo Samuel Monteiro

Erielson Braga Leite

Geovanni Silva Honorato

Gustavo Emilio da Silva do Couto Ribeiro