Papão no grupo mais simpático
A alternativa para o PSC na fase dos quadrangulares era entrar no grupo sulista, ao lado de Operário, Brusque e São José, sujeito a rotas aéreas mais cansativas. Os deuses da bola deram um jeito de colocar o Papão no grupo C, com uma logística mais favorável, tendo como adversários Amazonas, Volta Redonda e Botafogo-PB.
Além de ficar numa chave mais simpática quanto aos deslocamentos, o grupo C tem uma configuração técnica mais equilibrada. Alguns dos melhores times da competição estão no grupo B, embora a tradição da Série C seja de resultados surpreendentes nos quadrangulares.
Já classificado antecipadamente, o PSC entrou sem pressão diante do Confiança. Por essa razão, o time teve várias mudanças, a fim de preservar alguns jogadores pendurados e testar outros.
No confronto de sábado, no estádio Batistão, em Aracaju, contra um mandante que ainda sonhava com a classificação, o PSC iniciou hesitante, aceitando a pressão inicial e expondo ineficiência para construir ataques. O gol de Ricardo Bueno, de pênalti, aos 12 minutos, refletiu o melhor momento do Confiança na partida.
Um penal com erro da arbitragem, que não assinalou uma falta anterior do ataque sergipano, e com falha de Wellington Carvalho, que se precipitou no bote a Ricardo Bueno dentro da área.
O desenvolvimento do jogo mostrou um Confiança superior depois de estabelecer vantagem. O Papão repetia os problemas dos últimos jogos, com dificuldades criativas no meio. Só mostrou reação aos 40’, com um chute do volante Artur, e aos 46’, com cabeçada de Nenê Bonilha.
No intervalo, o auxiliar-técnico Guilherme dos Anjos, filho de Hélio (suspenso), fez alterações que melhoraram o rendimento do PSC. De cara, o time mostrou disposição para buscar o empate. Aos 13 minutos, uma grande chance: Kevyn, de cabeça, meteu a bola no travessão.
Outro bom momento veio aos 27’, quando Roger avançou com a bola, mas não conseguiu vencer o goleiro Jefferson. Depois, aos 35’, foi a vez de Juninho, que também entrou no decorrer da partida, mandar um chute que desafiou a perícia do goleiro sergipano.
Intenso, Leão se despede com vitória suada
O Remo fez um jogo intenso diante do Altos-PI, sábado, no Baenão. Não valia mais nada para efeito de classificação, mas os times se empenharam em busca do triunfo. Tanto empenho gerou uma confusão tremenda após uma falta de Paulinho Curuá em Gabriel Pires. Na queda, o meia do Altos tentou acertar o azulino, que reagiu violentamente, chutando o adversário no chão. Daí veio a troca de socos e a expulsão dos brigões.
Antes do sururu, o Remo teve chance de abrir o placar com Elton e Rodriguinho, fez um gol (mal anulado) com Diego Ivo e teve bom desempenho nas ações ofensivas. Foi com Elton que o primeiro gol nasceu. Lançado na área, ele driblou o goleiro e tocou para as redes. O problema é que, no minuto seguinte, o Altos empatou.
Na segunda etapa, Ricardo Catalá lançou Henrique, Felipinho e Kanu, todos oriundos da base. O trio se saiu muito bem e ajudou o Remo a obter a vitória. O desempate nasceu de um passe caprichado de Gustavo Buchecha para Renanzinho. O atacante dominou e bateu no ângulo.
Em seguida, Kanu roubou uma bola junto à área e deu um passe perfeito para Buchecha marcar com um tiro cruzado. Buchecha, muito questionado ao longo da campanha, foi o principal destaque individual do Remo.
A vitória não serviu para se ter uma ideia clara sobre quem será reaproveitado na próxima temporada, além dos jogadores regionais, mas Evandro, Diego Ivo e Lucas Marques atuaram bem e podem merecer nova oportunidade, assim como o próprio Catalá.
Gloriosa liderança e campanha irretocável
Com o placar indiscutível de 3 a 0, o Botafogo superou mais um adversário encardido. O Bahia tentou complicar as ações, adotou uma postura ofensiva, mas foi derrotado pela letalidade dos contra-ataques e inversões rápidas do Glorioso. Diego Costa mostrou utilidade e eficácia, fazendo os dois primeiros gols, ambos logo no início dos dois tempos.
Não foi um jogo tranquilo. O Bahia vendeu caro a derrota, ameaçou seguidas vezes e testou a segurança defensiva alvinegra, onde pontificam Adryelson, Cuesta e Lucas Perri.
Com um meio-campo ajustado, a partir da cobertura de zaga feita por Marlon Freitas e a transição sob responsabilidade de Eduardo, o Botafogo é um time que hoje transpira confiança, fato oriundo do entrosamento adquirido ao longo do campeonato. É preciso considerar também que as vitórias acrescentam confiança e força emocional.
O terceiro gol foi o mais bonito e um primor da organização deste Botafogo impetuoso. Hugo saiu com a bola da área e avançou até próximo à linha de meio-campo, de onde lançou excepcionalmente a Luís Fernando. Este invadiu a área, driblou o goleiro e tocou para as redes.
Foi a 11ª vitória botafoguense no Nilton Santos e a 16ª no campeonato, onde o Botafogo tem mais de 80% de aproveitamento. Uma trajetória impecável.
Com 11 pontos de vantagem para o 2º colocado, o Botafogo viu o Palmeiras vencer o Vasco em jogo polêmico e equilibrado. No primeiro tempo, Paulinho assinalou um golaço, injusta e absurdamente pelo VAR, que apontou irregularidade (não comprovada) no lance anterior.
É a força do tal “sistema”, insinuado pelos palmeirenses no começo da competição, através de entrevistas debochadas do técnico Abel Ferreira, de seus auxiliares e até da diretoria do clube.