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FÉRIAS FORÇADAS: Frustração foi a marca do Remo na temporada 2023

Tylon Maués

Após o jogo com o Altos-PI, ontem, todo mundo entrou de férias no Baenão. Futebol profissional entre os homens, somente em janeiro de 2024, quando iniciar o Campeonato Paraense. Para muitos desses jogadores que estão no clube, o recesso será estendido com o fim dos contratos. Independentemente de quem se eleger presidente do Remo em novembro e da comissão técnica que assumir, o certo é que a reformulação será grande. Alguns não poderão sair agora por conta de contratos, o que pode fazer do Evandro Almeida uma espécie de colônia de férias onde ninguém se diverte.

São três anos de infortúnios no futebol, com um rebaixamento e duas não classificações para a segunda fase da Série C, excluindo o clube da chance de sequer tentar disputar o acesso para a Segundona. As férias forçadas a que todos foram submetidos provavelmente não terão cara de churrasco na praia com familiares e amigos. Quem fica em Belém terá que, obrigatoriamente, aguentar alguns meses sendo cobrado pelo que fez e pelo que deixou de fazer. A menos que se isolem do mundo. Muitos torcedores azulinos não perdoam que a empolgação do início do ano, depois de tantos erros, se tornassem uma torcida jogo a jogo, ponto a ponto, para não cair, dando munição ao maior rival que, ao chegar em situação semelhante, teve um choque de gestão e se classificou para a fase decisiva.

O insucesso dentro da competição pode ter ressonância, inclusive, em contratos futuros. “Felizmente conseguimos livrar o Remo de um rebaixamento, que seria muito ruim para todos, para nossas carreiras. Mas isso é apenas a nossa obrigação. Ainda assim, fica uma marca de não conseguirmos nem ser competitivos em um dos times favoritos dentro da Série C”, comentou um jogador, em uma conversa fora das entrevistas oficiais, preferindo não se identificar.

O trabalho de Ricardo Catalá é avaliado internamente como muito bom. De fato, mesmo sem ter montado o elenco e não tendo sido atendido nos pedidos de contratações, ele conseguiu levar o Leão Azul a uma campanha que o deixaria na disputa pela classificação, em especial por ter estancado a sangria que era a defesa azulina. O ataque, este não funcionou de jeito nenhum. Com ele, a pior defesa do campeonato, com 9 gols sofridos em 4 jogos, passou a ser a melhor, com somente 8 gols tomados em 14 rodadas.

O elenco montado este ano é considerado caro dentro dos parâmetros da Terceirona. O presidente Fábio Bentes chegou a admitir que ele ultrapassa a casa do milhão. Quem assumir para 2024 vai pegar um clube com menos contas a pagar, o que significa menos bloqueios das quotas de início de temporada, o que pode significar a busca, mais uma vez, de um elenco e comissão técnica em nível de Campeonato Brasileiro e que iniciem a competição em sua totalidade ou perto disso, pelo menos.

Para os torcedores, a desconfiança é total. É muito provável que o Fenômeno Azul esteja em peso novamente quando a bola voltar a rolar, já que a saudade será grande e nesta Terceirona, mesmo com a campanha muito ruim, o Remo teve a melhor média de público da primeira fase até a 18ª rodada, com 11.008 torcedores por jogo.

De fato, nenhum jogador vai levar para casa o carimbo de rebaixado no currículo, mas ficou a frustração.