Artistas e fãs se despedem de Léo Platô, de "Sampleados"

TEXTO: ALINE RODRIGUES

O audiovisual paraense está de luto com a partida repentina do produtor e diretor Leonardo Augusto Barbosa Fonseca, 29 anos, conhecido como Leo Platô, que faleceu quinta-feira, 24, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória.

“Foi tudo muito rápido, ele deu entrada no hospital na terça-feira (22) à noite com uma febre muito alta. Quando essa febre veio, veio junto com uma saturação de 73 de oxigênio. O normal é a partir de 90 até 100, e quando ele deu entrada já foi direto para uma sala vermelha, como se fosse uma mini-UTI e lá recebeu todas prescrições, já foi para o oxigênio, porque estava realmente respirando com alguma dificuldade”, falou a jornalista Erika Siqueira, tia, madrinha e parceira de trabalho de Leo.

Após fazer uma tomografia foi constatado que o diretor estava com uma pneumonia aguda e passava a apresentar uma cardiopatia. “O coração dele não estava conseguindo responder bem, conseguiram estabilizar a oxigenação, subiu para 94, a pressão estava alta e foi estabilizada também, mas o coração não estava conseguindo ser controlado”, disse Erika. “Entramos com ele vivo lá, jamais queríamos ter tirado ele morto. Mas Deus também tem seus propósitos, nós estamos desolados, mas entendemos que há propósitos também na vida”, acrescentou.

Leo era sócio fundador do estúdio Platô Produções, sendo diretor da Platô Vídeo e do Projeto Sampleados, por isso conhecido no meio artístico como Léo Platô, e já desbravava o ramo da internet há 10 anos. “Leo era meu filho de coração, porque era meu afilhado, a nossa relação é de parentesco, ele é filho da minha irmã, meu sobrinho de sangue e desde sempre eu sabia que ele tinha nascido para o audiovisual. Levei ele para uma produtora que eu tinha, a Mídia News, ele começou a editar e se apaixonou pelo audiovisual. E eu vou usar uma frase do Chico Buarque: ‘A perda de um filho é como se tivesse acontecendo um parto reverso’. E o Léo era um filho para mim, meu primogênito de coração. É uma perda irreparável. Mas ele deixou um legado tão lindo pela luz que ele passou”, declarou Erika.

“Ele conseguia se entender aqui no Pará, na Amazônia, não como alguém que foi descoberto e que é colônia, mas alguém que tem muito para ensinar para quem chega por aqui achando que vai descobrir a Amazônia no nosso lugar.”

Ela reforça que Leo desde muito jovem era brilhante, com ideias criativas, um visionário com grande amor pela cultura local. “Ele conseguia se entender aqui no Pará, na Amazônia, não como alguém que foi descoberto e que é colônia, mas alguém que tem muito para ensinar para quem chega por aqui achando que vai descobrir a Amazônia no nosso lugar. É claro que a nossa cultura vai ser atingida em relação a não produção mais dos ‘Sampleados’, que era o projeto master dele, dos videoclipes da Dona Onete, da Fafá, Joelma Klaudia, Valéria Paiva, de tanta gente do mercado artístico que ele esteve presente, ajudou. Novas descobertas que nós encontramos pelo caminho, coisas que ele fazia até de graça, só pra ajudar de verdade, como a Gina Lobrista, no Ver-o-Peso, cantando a música do Roberto Carlos”, lembrou a jornalista.