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Gerson Nogueira e os reforços do Paysandu: 'Reabastecimento em pleno voo'

Punido inicialmente com multa total de R$ 1 mil e nove partidas de suspensão, o treinador teve a multa majorada para R$ 20 mil, mantida a pena de suspensão. Foto: Jorge Luis Totti/Paysandu
Punido inicialmente com multa total de R$ 1 mil e nove partidas de suspensão, o treinador teve a multa majorada para R$ 20 mil, mantida a pena de suspensão. Foto: Jorge Luis Totti/Paysandu

Reabastecimento em pleno voo

O PSC anunciou dois reforços nas últimas horas. Um atacante de lado, Mirandinha, e um segundo volante, Alencar. Jogadores oriundos de times que disputavam a Série D, mas com a vantagem de chegarem prontos para jogar. Estavam em atividade até semanas atrás, o que significa que podem estrear de imediato.

Como o quadrangular final da Série C começa daqui a duas semanas, os dois jogadores poderão ser escalados e acrescentar qualidade ao time de Hélio dos Anjos. É, em tese, o que todos esperam. A pressa em substituir (no caso, suprir vagas existentes) se justifica pelo fim do prazo regulamentar, nesta sexta-feira, 25.

De todo modo, surpreende a opção por um atacante de beirada. Para executar a função, o PSC conta com Gustavo Custódio, Bruno Alves e Vinícius Leite. Como são seis jogos – podendo chegar a oito, caso o time se classifique para a decisão do campeonato –, as peças existentes no elenco seriam mais do que suficientes para encarar o quadrangular.

Antes de Mirandinha, contratado junto ao Maringá (PR), o alvo era o veterano Fernandinho, do Retrô, mesmo clube de Alencar. Como os entendimentos não avançaram com Fernandinho, os bicolores fecharam com Mirandinha, cujo pai também foi jogador de destaque.

Alencar é um segundo volante, função que parece mais carente no time do Papão. Hélio tem reclamado publicamente de João Vieira e Giovani, que atuam por ali. Quer jogadores mais ágeis, até para manter o que considera trunfos da equipe: a intensidade na marcação e a saída rápida para o ataque.

A urgência das contratações faz crer que ambos irão chegar e assumir a titularidade, embora o tempo seja relativamente curto para permitir treinos que levem ao entrosamento. Em favor dessa tese há o fato óbvio de que o Papão não tem um time inteiramente fechado.

Existem setores que pedem ajustes. O meio-campo, pela importância fundamental para qualquer equipe, é o que mais preocupa. Daí a impressão de que Hélio foi buscar um jogador talhado para ocupar a faixa entre a linha de marcação e o meia-armador.

É claro que a dinâmica do jogo pode fazer com que muitas vezes o segundo volante (o antigo médio) se encarregue de funções mais avançadas, como a de se aproximar dos atacantes ou cobrir um dos lados do campo.

Além de Alencar e Mirandinha, o PSC já havia contratado um zagueiro, Wesley, para substituir o titular e capitão Paulão, que sofreu lesão grave contra o Náutico, há duas rodadas.

O confronto de amanhã contra o Confiança, em Aracaju, pode servir de teste para o trio de novatos – embora Alencar ainda não esteja regularizado. Como é um jogo de cumprimento de tabela, Hélio pode também recorrer a atletas que não vêm sendo utilizados.

 

Flu supera Olímpia e avança na Libertadores

De maneira resoluta e sempre muito ofensiva, o Fluminense derrotou o Olimpia do Paraguai, ontem à noite, no Maracanã, e deixou a firme impressão de que não vai se amofinar no confronto da volta, como ocorreu com o Flamengo de Jorge Sampaoli.

Aquele futebol vistoso que o Flu mostrava até dois meses atrás não existe mais. O time de Fernando Diniz é cada vez mais praticante do pragmatismo que faz do Palmeiras o representante nacional mais respeitado no torneio continental.

Com dois jogadores bem abertos, Arias e Keno (com grande atuação), e o maestro Paulo Henrique Ganso ditando as ações no meio, o Tricolor matou a possibilidade de contra-ataque que o Olímpia pretendia explorar. O volante André e o centroavante Germán Cano garantiram o triunfo.

A vitória segura dá ao Flu a vantagem de perder por um gol de diferença no Defensores del Chaco, em Assunção, para se classificar à semifinal.

Na primeira etapa, o artilheiro Cano teve duas boas chances, mas o goleiro Espínola não permitiu. Mas, aos 42 minutos, o volante André aproveitou um passe junto à grande área para chutar rasteiro no canto direito, abrindo o placar no Maracanã.

Depois do intervalo, antes que o Olímpia se animasse, o Flu chegou ao segundo logo aos 13 minutos. Cano aproveitou um passe de cabeça dentro da área, girou e mandou a bola para o fundo do barbante.

Não há dúvida de que o novo Fluminense passou a jogar no estilo feio e funcional do Palmeiras de Abel Ferreira, mas em termos resultadistas a opção está se mostrando acertadíssima.

 

Vaias para Bruno Lage lembram calvário de Castro

Depois do empate chocho com o Defensa y Justicia, pela Sul-Americana, a torcida do Botafogo vaiou o técnico Bruno Lage, que está há pouco tempo no clube e substituiu Luís Castro. Aliás, o tratamento hostil lembrou a maneira como Castro foi tratado durante o Campeonato Carioca.

É parte do ritual futebolístico técnicos receberem apupos quando o time se mostra incapaz de superar um adversário considerado inferior. Lage escalou um time B, com apenas dois titulares, e não venceu.

A campanha do Botafogo na competição tem sido assim desde o começo. Muitos empates, atuações distraídas e poucos gols. Muito diferente do que se vê no desempenho do time no Brasileiro.

Nem podia ser diferente. Encontrar estímulo para disputar uma competição menor é sempre um desafio, além obviamente dos riscos para os jogadores. Surpreende até que a torcida não tenha entendido que a prioridade do Botafogo na temporada é vencer a Série A.

Com um elenco que não é dos mais numerosos, não dá para crucificar Lage por focar no que interessa. Como não pode simplesmente abrir mão da Sul-Americana, o jeito é ir levando como dá, usando times mesclados e preservando os titulares para a competição que realmente importa.