
MATEUS VARGAS
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O programador Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker da Vaza Jato, chamou o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) de “criminoso contumaz” e disse que o ex-juiz da Lava Jato só não está preso por ter recorrido a cargo com foro privilegiado.
As declarações foram feitas quando o hacker respondia a questionamentos feitos por Moro durante depoimento à CPI do 8 de janeiro desta quinta-feira (17).
“Li as conversas de Vossa Excelência, li a parte privada, e posso dizer que o senhor é um criminoso contumaz, cometeu diversas irregularidades e crimes”, disse Delgatti diante do senador.
O ex-ministro de Jair Bolsonaro havia perguntado sobre processos por estelionato contra o hacker. Moro respondeu: “Bandido aqui é o senhor”. Disse em seguida que o hacker está preso.
“O senhor não foi preso por recorrer à prerrogativa de foro por função”, disse Delgatti.
O hacker ainda disse que foi perseguido em Araraquara (SP) em ações judiciais.
“Equiparada à perseguição que Vossa Excelência fez com o presidente Lula, integrantes do PT”, disse Delgatti.
Moro pediu respeito ao hacker, e Delgatti se desculpou.
🔴 MORO “CRIMINOSO CONTUMAZ”
Moro acusou o hacker Walter Delgatti de estelionato, que então respondeu que leu as conversas de Moro e chamou-o de “criminoso contumaz”.
Vale lembrar que Moro não é condenado como criminoso. Apenas declarado inapto, suspeito e parcial pelo STF e… pic.twitter.com/vNlImPHoKn
— ERIKA HILTON (@ErikakHilton) August 17, 2023
Delgatti ganhou projeção por ter invadido contas de Telegram de integrantes da da Lava Jato em 2019. A invasão revelou inclusive mensagens de Moro.
Após o vazamento de mensagens hackeadas da Lava Jato, ganhou força a tese de que Moro deveria ser declarado suspeito nos processos de Lula, o que levaria à invalidação de condenações contra o ex-presidente. Foi o que de fato ocorreu por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).
Delgatti foi preso novamente no começo de agosto sob suspeita de tramar, a pedido da deputada, contra Moraes. O hacker confessou, em junho, que invadiu os sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e inseriu um mandado de prisão falso contra Moraes assinado pelo próprio ministro. Ele também disse que recebeu um pedido de Zambelli, no ano passado, para invadir uma urna eletrônica.