Bola

Gerson Nogueira exalta gana e coragem em jogaço do Paysandu

Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.
Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.

Gana e coragem garantem virada

Quando a fase de classificação terminar e o PSC definir seu futuro na Série C, provavelmente com a vaga à fase seguinte, um capítulo especial tem que ser dedicado ao papel desempenhado por Hélio dos Anjos. Muito do que aconteceu de positivo para o Papão na eletrizante tarde de ontem na Curuzu deve-se às decisões que ele tomou quando o time ainda perdia por 2 a 0.

Na entrevista pós-jogo, de forma didática, Hélio justificou as mudanças no meio-de-campo que empurraram o PSC a uma vitória empolgante, de virada. Tudo parecia se encaminhar para um desastre diante de 15 mil torcedores no estádio bicolor.

A troca de João Vieira por Ronaldo Mendes, que estreava, ajudou o domínio que o Náutico impunha ao longo do primeiro tempo. O time pernambucano utilizou uma estratégia simples, deslocando Victor Ferraz da direita para o meio, dobrando força na lateral e colocando bolas altas na área. Conseguiu chegar ao 2 a 0 antes dos 25 minutos de jogo.

Desmarcado, Berguinho marcou os gols do Náutico, aos 10 e aos 23 minutos. E quase fez o terceiro, errando no arremate. Um banho de água fria na vibração da torcida. O desastre se desenhava e Hélio trocou João Vieira por Ronaldo Mendes, aos 36’. O volante não conseguia desenvolver jogadas consequentes ao longo da primeira etapa.

A estrela do treinador brilhou quando Ronaldo, no primeiro toque na bola, acertou um chute meio despretensioso que o goleiro Vagner aceitou, reduzindo o tamanho do prejuízo para os bicolores. Hélio via ali o início da recuperação num jogo que mostrou o PSC defensivamente muito falho.

As coisas mudariam no 2º tempo, em função da disposição dos bicolores e de um certo relaxamento do visitante. Aos 18 minutos, em lance fortuito, o lateral Kevin pulou no primeiro pau e desviou de cabeça um cruzamento alto na área. O empate desmontou a estratégia do Náutico, que era empurrar com a barriga e administrar a vantagem no placar. A explosão da torcida injetou ainda mais confiança no Papão.

Entra em cena também o fator força física e intensidade, que Hélio tanto defende desde sua chegada ao Papão. Desgastado, o Náutico não resistiu às investidas de Mário Sérgio, Nicolas Careca e dos laterais Kevin e Edilson.

A virada, que vinha se desenhando pelo volume imposto pelo PSC, chegou finalmente aos 33’. Um rebote concedido pela zaga do Náutico foi aproveitado com perícia e qualidade por Vinícius Leite. Ele trouxe a bola para o lado direito e encaixou um chute perfeito no ângulo.

Na reta final da partida, empurrado pela torcida, o PSC aproveitou os acréscimos para fechar o placar em 4 a 2. Após esforço de Ronaldo Mendes, que evitou a saída da bola, Roger recebeu e encheu o pé para definir a partida e tranquilizar de vez a torcida.

Mário Sérgio foi expulso e desfalca o Papão contra o Pouso Alegre, na Curuzu. Com 26 pontos, a equipe se estabiliza no G8, ultrapassando o próprio Náutico, que deixou a zona de classificação.

Apático e sem apetite, Leão empata com Manaus

O Remo tinha contra o Manaus a chance de continuar sonhando com as remotas possibilidades de classificação. A atuação no estádio da Colina foi na contramão dessa expectativa. Com boa presença ofensiva nos minutos iniciais, quando quase chegou ao gol em lance com Muriqui e Claudinei na área amazonense, o time foi tirando o pé à medida que o tempo passava.

Meio assustado com o Remo, respeitando até a equipe de Ricardo Catalá, o Manaus só foi disparar o primeiro chute à meta de Vinícius aos 30 minutos, e uma bola recuada. Depois disso, tentou com Lucas Batatinha e Gabriel Lima, mas o goleiro azulino não deu chances.

A outra chance azulina na etapa inicial veio aos 38’. Depois de um escanteio cobrado por Renanzinho, a bola se ofereceu para Diego Guerra pelo lado esquerdo, mas o zagueiro finalizou como zagueiro, mandando nas redes pelo lado de fora.

Para a segunda etapa, Catalá fez duas mudanças. Trocou Paulinho Curuá, que tinha tomado cartão amarelo, e Muriqui por Rodriguinho e Elton. A saída de Muriqui não teve efeito imediato, mas sem Curuá ajudando Claudinei na marcação o Remo acabou abrindo espaço para o Manaus chegar.

Aos 10 minutos, em lance rápido de Gabriel Lima pela esquerda, Claudinei foi envolvido e Thalison recebeu livre à entrada da área. Sem marcação, ele bateu forte e rasteiro no canto direito da meta remista.

Assustado com o gol, o Remo tentou responder. Aos 14’, Claudinei cobrou escanteio e Richard Franco cabeceou firme, mas a bola foi no meio do gol e facilitou a defesa do goleiro Andrey.

O Remo já estava com Vitor Leque, Buchecha e Ronald, correndo de um lado a outro sem acertar o passo, enquanto o Manaus demonstrava mais segurança na cobertura à zaga e tentava controlar o jogo com um cai-cai que a arbitragem não reprimiu.

De repente, já na base do abafa, aos 38 minutos, Rodriguinho cobrou falta em curva e Elton testou para o fundo do barbante. Foi o primeiro cruzamento direcionado para o centroavante.

O Manaus ainda tentou empreender uma reação final, mas deixou espaços que o Remo não conseguiu aproveitar com Elton e Vitor Leque. O empate fez justiça ao baixo rendimento das equipes e, principalmente, à ausência de apetite por parte dos azulinos na busca pela vitória.

O resultado deixa o Manaus na beira da zona, com 18 pontos, e o Remo fica na 15ª posição, com 21 pontos. Para o Leão, a ameaça de rebaixamento parece afastada, mas o sonho da classificação evaporou. 9