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Lista de Espécies da Flora Ameaçada de Extinção será atualizada

O levantamento será realizado com o apoio do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp). Foto: Ag. Pará
O levantamento será realizado com o apoio do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp). Foto: Ag. Pará

Há quase 16 anos sem receber atualizações, a Lista de Espécies da Flora Ameaçada de Extinção do Pará terá uma nova versão, graças à iniciativa do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio). O levantamento será realizado com o apoio do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp).

Na tarde desta quinta-feira (10), dirigentes do Ideflor-Bio e das duas instituições de pesquisa assinaram o convênio que vai permitir o início dos estudos técnicos-científicos para a revisão e atualização do inventário. A cerimônia que formalizou a parceria ocorreu no Centro de Exposições Eduardo Galvão do Parque Zoobotânico Emílio Goeldi, em Belém.

Para garantir a realização das atividades, o Ideflor-Bio fará um aporte no valor de R$ 700 mil que vai custear a pesquisa. Já o MPEG, juntamente com a Fadesp, ficarão responsáveis por fornecer mão-de-obra especializada para o trabalho. Os recursos para a execução dos estudos são provenientes do Fundo de Compensação Ambiental do Estado do Pará (FCA).

A partir dessa iniciativa será possível ter um panorama detalhado sobre a atual situação em que se encontra a flora amazônica, especialmente no território paraense. O acordo entre as instituições terá validade de um ano, e a expectativa é que os resultados dos estudos sejam concluídos até o segundo semestre de 2024, quando será amplamente divulgado para toda a sociedade.

O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, detalhou que a lista que ainda está em vigor, elaborada em 2007, contempla espécies como o Acapu, a Massaranduba, o Pau-Rosa, o Cedro, o Mogno, que são importantíssimas. “Precisamos saber se elas continuam no estágio criticamente ameaçadas, se melhoraram ou se outras entraram na lista. Através desse importante trabalho científico é que poderemos avaliar o risco que essas espécies estão correndo e o que nós podemos fazer para protegê-las”, afirmou.

Nilson Pinto também lembrou que, neste ano, estão sendo festejados os 200 anos em que foi lançado o primeiro livro que cuida da natureza no Brasil, produzido por Johann Von Spix e Carl Friedrich Von Martius, publicado em Munique, na Alemanha, em 1823. A obra dos cientistas serve até hoje de referência para os estudiosos brasileiros e para o trabalho que será realizado nesta parceria. “Não podemos permitir que se repita hoje, a tragédia do Pau-Brasil, árvore tão abundante que deu nome ao nosso país e que chegou perto da extinção no século passado”, concluiu.

O recomendável é que a lista seja atualizada no mínimo a cada cinco anos. No entanto, a última versão foi produzida em 2007. Neste sentido, há uma grande defasagem no levantamento, sendo bastante necessária a revisão e atualização do referido documento, a fim de manter a base de dados permanente e acessível para consulta pública nas plataformas digitais.