Os nortistas aplicaram R$ 85,1 bilhões no primeiro semestre de 2023, uma alta de 6,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que foram divulgados nesta segunda-feira.
De acordo com o levantamento, o volume investido por brasileiros pessoas físicas chegou a R$ 5,37 trilhões em junho deste ano, alta de 7,3% em comparação ao fechamento de 2022. O crescimento foi puxado por títulos e valores mobiliários, que somaram R$ 2,70 trilhões e responderam por 50% do volume investido no período.
“Os brasileiros mantiveram o comportamento já visto no segundo semestre de 2022, com investimentos em produtos de renda fixa como CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), e, sobretudo, os isentos de imposto de renda, como LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliárias), CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliário) e CRAs (Certificado de Recebimento do Agronegócios). Por outro lado, perspectivas positivas em relação à redução da taxa de juros, o recuo da inflação e a alta do Ibovespa favoreceram as ações”, explicou Ademir A. Correa Júnior, presidente do nosso Fórum de Distribuição.
Com 148,5 milhões de contas (não correspondem ao total de CPFs, já que cada pessoa pode ter mais de uma conta em mais de uma instituição), o varejo foi o responsável por R$ 3,37 trilhões do volume. A participação do varejo tradicional subiu 6,4% no semestre, chegando a R$ 1,83 trilhão, enquanto o volume investido no alta renda respondeu por R$ 1,57 trilhão, alta de 10,1% em relação ao fechamento de 2022. Já o private, que abrange clientes com no mínimo R$ 3 milhões em investimentos, cresceu 5,9%, fechando o primeiro semestre com R$ 1,97 trilhão aplicado.
Títulos e valores mobiliários em alta
Os títulos e valores imobiliários se destacaram no primeiro semestre, especialmente produtos isentos de imposto de renda, que cresceram 22% no semestre, com R$ 976,7 bilhões investidos. No varejo, a alta foi de 18,4%, enquanto no private, foi de 9,6%. Ainda entre os produtos de renda fixa, os CDBs cresceram 11,8%, passando de R$ 712,1 bilhões em dezembro para R$ 796,5 bilhões em junho. Já na renda variável, ações somaram R$ 668,1 bilhões, alta de 8,7% no mesmo período.
As aplicações em previdência, no private, atingiram o patamar de R$ 195,9 bilhões, crescimento de 7,1%. Em contrapartida, a poupança, que corresponde a 17% do total investido, perdeu 3,4% dos recursos e fechou o semestre com R$ 916,4 bilhões.
Fundos imobiliários ampliam participação
Os fundos de investimento responderam por R$ 1,55 bilhão (29%) do total, aumento de 2% em relação a dezembro. Os imobiliários cresceram 14,25% nos primeiros seis meses do ano e acumulam R$ 105 bilhões em investimento. A classe passou a compor 10,7% das carteiras no varejo alta renda, contra 9,4% em dezembro. No varejo tradicional, a participação subiu de 10,9% para 12,4%. No private, a participação foi de 2,1%. em linha com o apurado no fim de 2022.
Centro-oeste se destaca; Norte registra aumento
Na divisão entre as regiões brasileiras, o destaque ficou por conta do Centro-Oeste, que ampliou o volume investido em 9,4%, para R$ 281,6 bilhões, estimulada, sobretudo pelo crescimento do agronegócio.
O Sudeste ainda concentra a maior parcela do patrimônio líquido investido, com R$ 3,62 trilhões, alta de 7,4% em relação ao fechamento de 2022. O Nordeste também ampliou o volume investido em 7,4%, para R$ 464,2 bilhões. No Norte, a alta foi de 6,4%, somando R$ 85,1 bilhões. O Sul soma R$ R$ 911,9 bilhões – 6,1% a mais na comparação com dezembro do ano passado.