A Comissão Pastoral da Terra (CPT) denunciou que lideranças indígenas do povo Tembé foram baleadas na manhã desta segunda-feira, 7, durante os preparativos para recebimento da visita do Conselho Nacional de Direitos Humanos em Tomé-Açu. Segundo a CPT, as vítimas teriam sido baleadas por seguranças privados da empresa Brasil Bio Fulls (BBF). Eles protestavam contra o atentado sofrido por Kauã Tembé, ocorrido na última sexta-feira.
Daiane Tembé, que filmava a ação, seria o principal alvo e foi atingida no pescoço e no maxilar, sendo levada para Belém em uma UTI aérea. Os demais estão recebendo atendimento médico e dois indígenas estão desaparecidos, segundo os relatos. Outro indígena foi preso acusado de depredar o patrimônio privado.
O ataque atingiu três pessoas, sendo duas jovens mulheres – Daiane Tembé e Erlane Tembé – e um jovem de 23 anos, e Felipe Tembé, que, mesmo ferido com tiros nas costas, foi levado à delegacia por policiais e segue preso.
Já o Grupo BBF esclarece que o Polo de Tomé-Açu, propriedade privada da empresa composto pela Agrovila, Administração Geral e Áreas de Infraestrutura, foi novamente invadido e teve equipamentos incendiados e edificações destruídas por invasores indígenas nesta manhã.
Na ação, segundo a BBF, cerca de 30 invasores armados teriam ameaçado e agredido trabalhadores da empresa no local, antes de incendiar dezenas de tratores, maquinários agrícolas e edificações da empresa.
“Em defesa, a equipe de segurança privada da Companhia conseguiu conter a ação criminosa dos invasores e resguardar a vida dos trabalhadores que estavam no local. A empresa reforça que já tomou as medidas jurídicas cabíveis junto ao poder judiciário bem como também o apoio aos órgãos de segurança pública do Estado do Pará e aguarda uma rápida solução do caso”, informou a BBF, em nota ao DIÁRIO.