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Megan Rapinoe se despede do futebol com EUA eliminados

Rapinoe nunca havia estado fora dos pódios, até hoje. Das três finais que disputou, ganhou duas.
Rapinoe nunca havia estado fora dos pódios, até hoje. Das três finais que disputou, ganhou duas.

PAOLA FERREIRA ROSA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A derrota dos Estados Unidos para a Suécia neste domingo (6) fez a estrela do futebol norte-americano Megan Rapinoe, 38, se despedir dos gramados com lágrimas de tristeza no olhar.

A meia-atacante, que disputou sua última Copa do Mundo Feminina neste ano, entrou em campo no primeiro tempo da prorrogação e foi a primeira a perder uma cobrança de pênalti, deixando escapar a chance de garantir vantagem para os EUA.

Com isso, o último Mundial da atleta fica marcado pela primeira desclassificação da seleção norte-americana nas oitavas de final em nove participações no campeonato.

Rapinoe nunca havia estado fora dos pódios, até hoje. Das três finais que disputou, ganhou duas. Em 2011, quando começou, os EUA venceram o Brasil nas quartas de final, mas levaram o título de vice-campeões depois de perderem para o Japão.

Já em 2015, no Canadá, a revanche veio com a vitória por 5 a 2 sobre as japonesas e o primeiro troféu erguido. Caso ganhasse a Copa deste ano, Rapinoe faria parte da primeira seleção a vencer três torneios consecutivos. Além dos títulos de 2015 e 2019, os Estados Unidos levantaram o troféu em 1991 e 1999.

O futebol sempre esteve presente na vida da atleta. Como filha de treinador de futebol, ela começou no esporte ainda na infância, junto com a irmã gêmea, Rachel.

Durante a faculdade, seguiu carreira no times escolares até chegar ao Red Chicago Stars, em 2009. Depois de uma breve passagem pelo Lyon, em 2012, ela entrou para o OL Reign no ano seguinte, onde permaneceu.

Rapinoe anunciou sua aposentadoria doze dias antes da abertura do Mundial na Austrália e Nova Zelândia. “Eu nunca poderia imaginar como o futebol formaria e mudaria minha vida para sempre”, disse em anúncio feito em sua conta no Twitter, em 8 de julho.

Além de campeã mundial com a seleção dos EUA em 2015 e 2019, ela foi medalhista de ouro nas Olimpíadas de Londres de 2012. “É com profundo sentimento de paz e gratidão que decidi que esta será minha última temporada jogando este lindo esporte”, completou.

A atleta também se tornou conhecida por sua liderança na campanha pela igualdade salarial entre atletas dos times femininos e masculinos e contra o abuso sexual no esporte.

Em depoimento a parlamentares a jogadora falou sobre o dano econômico causado pela discrepância nos salários pagos a homens e mulheres. No ano seguinte, a Federação dos Estados Unidos chegou a um acordo com o elenco da seleção, encerrando batalha legal de seis anos pela regulação dos salários das atletas.

A jogadora também foi uma das esportistas que mais se opuseram à presidência de Donald Trump (2017-2021) nos Estados Unidos. Durante a Copa do Mundo de 2019, ela se recusou a visitar a Casa Branca e se encontrar com Trump em caso de título. A atleta também se recusou a cantar o hino do país antes de uma das partidas, em protesto.

O então presidente chamou o comportamento da atleta de “inapropriado” e disse que ela deveria “terminar o serviço” e vencer a competição, antes de falar qualquer coisa. Naquele ano, os Estados Unidos foram campeões e Rapinoe, eleita a melhor do torneio.

Na madrugada deste domingo (6) a Holanda venceu por 2 a 0 a África do Sul, no Allianz Stadium, em Sydney. Veja aqui como está a chave e quando são os próximos jogos.