Cintia Magno
Desde que plataformas de Inteligência Artificial (IA) capazes de responder a diversas questões via chat começaram a se popularizar, não são poucas as previsões de profissões que poderão vir a ser substituídas pela tecnologia no futuro. Mas, para os profissionais que atuam nessas e em outras áreas, o que é possível fazer para evitar a ‘ameaça’ da inteligência artificial?
O mercado de trabalho apresenta a tendência de ser cada vez mais influenciado pela tecnologia, cenário acelerado ainda mais diante das transformações provocadas pela situação de pandemia da Covid-19, porém, apesar disso, o que se espera do futuro é que possa haver uma integração entre a atuação dos profissionais e os recursos tecnológicos disponíveis.
Para Alexandre Attauah, vice-presidente de contas estratégicas da Robert Half, empresa especializada em recrutamento com atuação no Brasil, a busca pelo aprimoramento contínuo e a adaptação às novas tecnologias permitirá que os profissionais trabalhem de forma colaborativa com a Inteligência Artificial (IA), complementando suas capacidades e aumentando sua eficiência.
“A busca por especializações e setores em crescimento também pode ajudar a evitar a ameaça da automação em algumas profissões. Lembro ainda que o ser humano tem soft skills, diferentemente da IA, tais como criatividade, empatia, capacidade de resolução de problemas complexos e pensamento crítico. Isso é insubstituível”.
Alexandre destaca a necessidade de se adotar uma abordagem proativa e contínua em relação ao aprendizado, o que, segundo o especialista, significa estar sempre aberto a novas oportunidades de aprimoramento e atualização de habilidades.
“Investir em educação ao longo da vida é crucial para adquirir competências relevantes em um cenário em constante mudança. É importante desenvolver habilidades humanas. A capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças, ser flexível e resiliente é também essencial”, considera.
“A educação ao longo da vida permite que profissionais adquiram novas habilidades e se atualizem em suas áreas de atuação. Isso não apenas aumenta a empregabilidade, mas também aprimora a capacidade de inovar e se adaptar a novas demandas. Além disso, o aprendizado contínuo é uma forma de se manter competitivo no mercado de trabalho, garantindo que as habilidades e conhecimentos estejam alinhados com as exigências do momento”.
Alexandre Attauah considera que algumas habilidades vêm sendo mais demandadas pelo mercado de trabalho, atualmente. É o caso, por exemplo, do domínio de algumas ferramentas tecnológicas que estão relacionadas à atuação daquele profissional, por exemplo. “Habilidades em Gerenciamento de Projetos são valorizadas para garantir a eficiência na execução de tarefas complexas. A fluência em idiomas estrangeiros, especialmente inglês, também é um diferencial importante em um mundo globalizado”, elenca. “De maneira geral, a adaptabilidade e habilidades de resolução de problemas são muito valorizadas em um cenário de mudanças rápidas e desafios constantes no mundo corporativo”.
Com o objetivo de traçar um mapa dos empregos e competências do futuro, o relatório ‘The future of Jobs 2020’, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, aponta que em 2025 habilidades como pensamento analítico, criatividade e flexibilidade estarão entre as mais demandadas, ao mesmo tempo em que profissões emergentes relacionadas ao uso da inteligência artificial, criação de conteúdos e computação em nuvem também estarão em evidência.
Apesar disso, o relatório destaca que os sistemas de Inteligência Artificial continuarão a precisar da atuação de seres humanos para serem desenvolvidos, para tratar de casos não rotineiros e ainda para monitorar as falhas. “Pelo menos no futuro próximo, os sistemas de IA só poderão assumir tarefas específicas e não empregos inteiros. Um relatório estimou que, embora 60% de todos os empregos tenham pelo menos algumas tarefas que poderiam ser automatizadas, apenas 5% estão sob ameaça de automatização total”, destaca a publicação.