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Uma década de Amazônia Mapping; VEJA A PROGRAMAÇÃO

Este ano as projeções mapeadas incluem obras de nomes como Ailton Krenak, duo VJ Suave e Moara Tupinambá FOTO: divulgação
Este ano as projeções mapeadas incluem obras de nomes como Ailton Krenak, duo VJ Suave e Moara Tupinambá FOTO: divulgação

Celebrando 10 anos de existência, o Festival Amazônia Mapping, pioneiro e um dos maiores eventos de arte e tecnologia do Brasil, realiza mais uma edição, neste sábado, 5, e domingo, 6, a partir das 19h, no Museu do Estado do Pará, em Belém.

Com a proposta de trazer um novo olhar para a paisagem urbana, levando a arte para espaços inimagináveis e dialogando com o entorno e com história da cidade, a programação desta edição contará com shows inéditos, performances artísticas, projeções mapeadas de artistas nacionais e internacionais, além de oficinas formativas, fomentando a criatividade dos artistas e profissionais da área.

“Ao longo da sua história, [o evento] se consolidou como um festival de muito destaque no Brasil, e a gente acredita muito nesse festival construído em primeira pessoa, por artistas da Amazônia, pelos fazedores de cultura da nossa região. E isso projeta Belém e o Pará como um polo de experimentação, difusão da arte digital, música e da potência cultural do nosso estado e da nossa região”, diz Roberta Carvalho, curadora, artista visual, diretora artística e idealizadora do Amazônia Mapping.

As apresentações de videomapping acontecerão do lado externo do museu e contarão com obras de Ailton Krenak, líder indígena e ambientalista; da maranhense Ge Viana; do duo paulista VJ Suave, em colaboração com Glicéria Tupinambá; além dos paraenses Nay Jinknss, Matheus Almeida, Moara Tupinambá, Astigma VJ e Evna Moura. Também serão exibidos trabalhos de artistas de todo o país, selecionados por meio de edital.

“Esse ano o festival vai premiar três obras da chamada aberta e elas vão ser apresentadas também ao longo das noites do festival. Temos aí convidados como Ailton Krenak, que é um grande líder indígena, ativista, um pensador brasileiro incrível. Ele vai apresentar uma obra muito potente, inédita. Temos o duo Suave com Glicério Tupinambá, apresentando uma obra muito interessante, que fala sobre questões decoloniais. Entre outros artistas que vão fazer apresentações emblemáticas”, destaca Roberta.

MUITA MÚSICA

Dentro do Museu do Estado haverá “um jardim digital”, como define Roberta, com projeções de desenhos feitos ao vivo (live painting digital) por artistas visuais da cidade. Essa ação é o resultado da oficina de Tagtool, ministrada pelo artista Ygor Marotta, do duo VJ Suave. “As projeções serão acompanhadas de DJs tocando ao vivo”, acrescenta a diretora do festival.

Hoje, o grupo UAPI – Amazônia Percussiva abre o palco e convida o mestre da guitarrada Manoel Cordeiro e o artista multimídia Astigma VJ, para uma apresentação única. Ainda esta noite, acontece o show especial “Amazônia Pop – Aíla convida Felipe Cordeiro e Victor Xamã”, com visuais da própria Roberta Carvalho.

“O grupo de percussão UAPI é composto por nove a dez músicos. É um grupo inédito, que vai estrear no festival e que tem uma potência gigante, uma ancestralidade nos sons, batuques, na percussão da Amazônia. Esse grupo abre o festival, então é muito simbólico trazer esses sons de dentro da floresta”, comenta Roberta.

No domingo, o Clube da Guitarrada recebe Mestre Solano, dono da conhecida canção “Americana”, e Eduardo do Norte, o que promete muita lambada, cumbia e sons latinos. O encontro fecha fecha o festival, “afirmando a importância dessa sonoridade que é a guitarrada, conectando isso também com os visuais que são projetados”, adianta a diretora.

CONECTADOS

Toda essa potência artística cultural tem gerado interesse internacional, segundo Roberta, que vem recebendo contatos de realizadores de países europeus para levar o evento para a Europa. “O festival nasceu com a ideia de circular e ocupar essa Amazônia a partir da arte, da tecnologia, mas também a gente consegue entender que esse festival é importante, ultrapassando fronteiras também do nosso território brasileiro, e isso faz parte dos nossos planos futuros”, avisa.

Ao longo desses dez anos, o Amazônia Mapping já teve mais de 300 artistas participando, e público de mais de 30 mil pessoas, circulando ou acompanhando pela internet. “Desde a primeira edição, o festival se configura como uma plataforma de reflexão sobre a cultura da nossa região, sobre a importância da floresta em pé, as questões climáticas, a presença forte de artistas de povos originários. A gente já está há muito tempo falando sobre isso e agora que Belém é esse centro de difusão e de circulação de pessoas por conta da COP 30, acho que a gente está muito bem conectado a isso, vai ser um ponto importante para ser transversal a todos esses debates que estão acontecendo”, finaliza Roberta.

ACOMPANHE

Festival Amazônia Mapping

Quando: Hoje e amanhã, às 19h.

Onde: Museu do Estado do Pará, Praça Dom Pedro II, s/n – Cidade Velha.

Quanto: Gratuito.