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Remo: da tão sonhada briga pelo acesso à luta para fugir da degola

Remo: da tão sonhada briga pelo acesso à luta para fugir da degola

Tylon Maués

A um dia de voltar a campo, o Clube do Remo tem vários objetivos amanhã à noite contra o Volta Redonda-RJ, no Mangueirão. Todos passam pela vitória na 16ª rodada da primeira fase da Série C do Campeonato Brasileiro. Os três pontos garantirão uma distância maior para a zona do rebaixamento, ainda agora o principal objetivo, mesmo que haja – remotas – chances de classificação para a segunda fase. Há outro objetivo, também imediato, o de celebrar a reconciliação com boa parte da torcida do Leão.

O Fenômeno Azul tem sofrido sistematicamente com o time na competição nacional deste ano. A possibilidade de, assim como em 2022, não se classificar para o quadrangular decisivo já foi até relevada diante da ameaça de rebaixamento. Todas as medidas feitas recentemente pelo clube foram alvo de críticas. A saída do Baenão para o Mangueirão foi encarada como uma fuga da torcida; a contratação de um atacante (Thiaguinho) na reta final da fase foi criticada como tardia e com a possibilidade de ser inócua.

As declarações de dirigentes não têm ajudado. Há duas semanas o presidente Fábio Bentes, principal alvo da cólera azulina, comentou que nesta temporada o futebol está tendo o maior investimento de sua história e isso não ajudou em nada, face a irregularidade do time em 2023. Da expectativa de títulos, é enorme a possibilidade de um ano sem nenhuma conquista – quem não lembra do início da temporada, quando o presidente remista prometeu brigar para ser campeão de tudo?

Para boa parte do Fenômeno a torcida é que o ano termine logo, mas ele ainda pode chegar ao fim numa condição de reconciliação se o pior for evitado. Se a classificação vier, o amor voltará a ficar no ar e com intensidade. “Eu não acompanho as redes sociais e pouco saio de casa. Mas o clima está melhor, com certeza. Para ficar assim só com mais uma vitória no sábado”, observou o volante Richard Franco, que sabe que só há uma receita para a situação permanecer assim. “A cobrança sempre é grande porque é um time grande. Independente dos resultados, esperamos pelo apoio deles, que é incondicional. Mas sei também que isso depende do nosso desempenho”, conclui.

CLIMA MELHOROU, MAS MISSÃO AINDA É DIFÍCIL

Durante a semana de preparação, os jogadores responderam questões sobre o clima no grupo, de como estava antes da vitória contra o Ypiranga-RS e como está agora. O volante Claudinei reiterou que não há promessa de vitórias por parte do elenco, e sim de vontade dentro de campo. “Vamos sempre dar o máximo em busca das vitórias. Foi assim sábado, precisávamos dar essa resposta à torcida e pra gente mesmo”, afirmou. “As cobranças acontecem e a torcida está no direito dela. A fase não está tão boa. Por isso foi tão importante voltar a vencer, mesmo que não tenha sido um bom jogo e sim na garra e na superação”.

Vitória contra o Ypiranga-RS trouxe um pouco de tranquilidade para trabalhar, mas jogadores sabem que o campeonato ainda não acabou – Foto: Samara Miranda/Remo

Segundo o meio-campista, a cobrança interna e externa não terminou. “Sabemos que precisamos melhorar a cada dia. A torcida veio aqui e cobrou. Óbvio que uma vitória traz mais tranquilidade, não tem como negar que melhorou o clima. Mas nossa missão continua sendo difícil”.

O zagueiro Diego Ivo, uma das lideranças do elenco, diz entender a cobrança das arquibancadas. No entanto, ele faz a ressalva de que com a torcida ao lado o time fica mais forte, daí a necessidade desse armistício para um bem maior. “Quando a torcida nos apoia, fica menos difícil conquistar os objetivos. Contamos com o torcedor ao nosso lado. A gente espera que a torcida compareça em maior número (sábado). Isso passa pela confiança na gente. Mas é importante que ela entenda o momento do time e que é preciso muito apoio”.