Trail Run: a paixão que conquistou os brasileiros

A corrida de rua se popularizou no Brasil como um esporte democrático e acessível para aqueles que buscam por qualidade de vida e saúde. Agora, com a crescente hostilidade nos centros urbanos, o Trail Run está atraindo a atenção e a paixão dos corredores.

A possibilidade de desbravar trilhas preservadas, com belas paisagens e contato profundo com a natureza são alguns dos atrativos que levaram milhares de pessoas a aderirem às corridas de montanha. Mais do que apenas a prática esportiva ou a competição, os atletas buscam por experiências enriquecedoras e conexões sociais verdadeiras. Este aspecto é parte fundamental da World Trail Races, principal liga de esportes de montanha do país, que além de corridas de Trail Run e Mountain Bike em diversas distâncias, oferece estrutura e entretenimento para que atletas e suas famílias interajam e compartilhem sua paixão pela montanha.

“Quando um atleta descobre a corrida de montanha, ele fica encantado com a conexão com a natureza e a experiência imersiva do esporte. Mas quando ele descobre a comunidade criada na WTR, o encantamento vira paixão”, explica Gabriela Corrêa, gerente da WTR. “São pessoas que compartilham uma mentalidade, uma forma de encarar a vida. Muitas amizades surgem desses encontros e vemos as mesmas pessoas correndo juntas ao longo da temporada.”

A paixão mútua pela montanha uniu Fernando Gavazzoni e Carla Melo. Profissionais da educação física de São Gonçalo (RJ), o casal encontrou no Trail Run o ambiente perfeito para os momentos de lazer em família. “Nós nos conhecemos como professor e aluna há quatro anos e o cupido nos flechou! Começamos a treinar juntos e vimos que o nosso ritmo de treino era o mesmo. Daí pra frente, só queríamos correr juntos e começamos a traçar vários desafios que pudéssemos concluir juntos. Além de competirmos no Trail Run, estamos sempre na montanha mochilando, acampando, levando nossos filhos. Nós realmente vivemos a montanha”, explica Gavazzoni, que ao lado da esposa, conheceu a WTR em 2022 e competiram em todas as etapas desde então.
No início desta temporada, o casal decidiu eternizar na pele a paixão pelo esporte, tatuando juntos o slogan da World Trail Races, “The Mountain Calls”. “Por já vivermos a montanha durante alguns anos, havíamos falado da ideia de tatuar uma montanha. Mas quando conhecemos a logomarca e o slogan WTR, tivemos a certeza que era isso que iríamos tatuar. Porque realmente a montanha nos chama e a Liga WTR conseguiu nos fazer sentir isso com a atmosfera criada em todas as etapas. Assim que voltamos ao circuito em 2023, resolvemos tatuar”, completa o atleta que pratica corrida de montanha há 15 anos.

Hoje, o casal compartilha com os filhos a paixão pelas montanhas. “Nossos filhos estão sempre na montanha com a gente, trilhando, acampando, pedalando. Eles já participam de provinhas desde os dois anos de idade, estamos sempre os incentivando”, diz Carla, que encerrou 2022 em terceiro na geral feminina.

Para a jornalista e ultramaratonista carioca Carol Simão, a paixão veio com o contato único com a natureza. “A corrida de montanha é apaixonante em cada detalhe. O som das passadas na trilha, a superação de subir a montanha e depois sentir o vento no rosto no topo dela. O visual, o cheiro do mato e das pedras, as borboletas no caminho. Barulhinho da cachoeira, do rio, dos animais”, conta.

Segundo Carol, a estrutura oferecida nas provas tornam a experiência ainda mais especial. “Sempre ouvi falar muito bem da organização da WTR e de suas provas. Eu fiquei encantada pela estrutura oferecida aos atletas e suas famílias, a começar pelo charme de suas arenas e atrativos. O percurso é cuidadosamente sinalizado. Conheci muita gente que virou amiga em provas, treinos, Instagram”, enfatiza.

Já o carioca Henrique Vaz destaca o elevado grau de dificuldade e a diversidade de terrenos como grandes atrativos do Trail Run da WTR. “As corridas, sejam de qual modalidade for, em geral possuem uma dinâmica enérgica e divertida. Mas na WTR eu senti uma pegada mais profissional, uma galera mais bem equipada, experiente e que estavam ali para correr de verdade enquanto aproveitam o trajeto”, explica. “Eu perdi a conta de em quantas texturas corri e como tinha de me adequar a cada uma delas, seja buscando mais equilíbrio, aumentando ou diminuindo a velocidade ou sendo mais atencioso. Fora isso, a distinção de altitude e as vistas durante o trajeto dão um charme diferenciado para essa categoria e acaba por trazer um desafio bem mais recompensador.”