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Construção civil puxa geração de vagas de empregos no Pará

Construção civil foi o setor que, em junho, mais gerou postos, na comparação com os demais setores
FOTO: Wagner Santana
Construção civil foi o setor que, em junho, mais gerou postos, na comparação com os demais setores FOTO: Wagner Santana

Carol Menezes

O Pará apresentou saldo positivo de quase sete mil postos de trabalhos criados com carteira assinada em junho deste ano, de acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA) – o melhor resultado de toda a região Norte no período, e puxado principalmente pelo setor da construção civil, que apresentou saldo de cerca de 3,8 mil contratações.

No total, foram quase 29 mil postos de trabalho gerados só no primeiro semestre, mais do que o registrado no mesmo período do ano passado. O bom resultado também tem a ver com empregos gerados nos setores de serviços e da indústria.

No balanço nacional, o Pará foi o 7º estado a criar o maior número de empregos com carteira assinada em todo o Brasil no mês passado. Já no balanço acumulado do primeiro semestre deste ano, ficou em 11º. Se a construção civil ajudou a garantir o título agora em junho, foi o setor de serviços o responsável pelo saldo positivo do semestre de quase 12,5 mil contratações formais.

“O setor da construção civil no Pará é um grande gerador de empregos, mas passou por um período de estagnação, principalmente por elevação de custos e falta de crédito, que começou um pouco antes da pandemia e se agravou com a crise sanitária. Nos últimos anos, só se manteve em pé em função das obras públicas: escolas, hospitais, construções estruturantes, de logística. Esse foi o cenário até o ano passado”, relata o supervisor técnico do Dieese-PA, Everson Costa.

Se a construção civil iniciou 2023 no negativo, passado o período de chuvas intensas, não somente passou a gerar mais postos como foi o setor que, só em junho, mais gerou, na comparação com os demais setores. Essa alta já ocorre pelo terceiro mês consecutivo. “E no acumulado do semestre, a construção civil só perde para serviços, setor que mais gera emprego no Brasil”, justifica.

AUMENTO

Ainda de acordo com o supervisor técnico, a expectativa é de aumento desse volume de contratações formais até o fim do ano no país todo. “Agora o custo da construção civil diminuiu, está mais equilibrado, houve o aquecimento do setor a partir da perspectiva de mudanças das regras do Minha Casa Minha Vida para adquirir imóveis e da própria projeção de construção de meio milhão de unidades habitacionais pelo programa do governo federal. Temos ainda as obras já programadas na área de logística e estrutura, que devem render investimentos por parte da indústria do setor de cerca de R$ 55 bilhões até 2027. Para além de tudo isso, há também as obras estruturantes relacionadas às preparações para a 30ª Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, que será sediada em Belém em 2025”, analisa.

O Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), órgão responsável por obras como o BRT Metropolitano e da Av. Ananin, em Ananindeua, recentemente entregue, confirma que, de março a junho deste ano, foram contratados quase 400 novos operários para as obras do BRT Metropolitano. Já o titular da Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), Inocencio Gasparim, comemora o potencial de geração de empregos em obras e serviços promovidos pelo governo estadual.

“A empregabilidade no Pará tem se mantido há um tempo, o que contribuiu nos resultados positivos apresentados nas últimas pesquisas. As obras estruturantes não param de crescer, e a movimentação da economia a partir dessas obras, a qualificação, e consequentemente a geração de renda, movimentam os diversos setores, em especial o da construção civil, que é uma das áreas de maior destaque na criação de novas vagas”, credita o secretário de Estado.

Empregos

Números de emprego formal no Pará

(Dieese/PA e Ministério do Trabalho)

  • Por setores econômicos em junho/2023

Agropecuária: 3.134 admitidos, 2.558 desligados, 576 saldo

Indústria: 5.295 admitidos, 4.350 desligados, 945 saldo

Construção: 8.655 admitidos, 4.834 desligados, 3.821 saldo

Comércio: 9.660 admitidos, 8.859 desligados, 801 saldo

Serviços: 13.013 admitidos, 12.304 desligados, 709 saldo

Total: 39.757 admitidos, 32.905 desligados, 6.852 saldo

*Melhor resultado Norte e pouco menos da metade do saldo de toda a região, que foi de 14.105 contratações

  • Por setores econômicos no 1º semestre/2023

Agropecuária: 16.933 admitidos, 15.411 desligados, 1.522 saldo

Indústria: 29.299 admitidos, 24.167 desligados, 5.132 saldo

Construção: 38.897 admitidos, 32.762 desligados, 6.135 saldo

Comércio: 55.479 admitidos, 51.995 desligados, 3.484 saldo

Serviços: 83.782 admitidos, 71.302 desligados, 12.480 saldo

Total: 224.390 admitidos, 195.637 desligados, 28.753 saldo

*Melhor resultado Norte e pouco menos da metade do saldo de toda a região, que foi de 61.215 contratações